domingo, 14 de junho de 2015

NADA DO QUE É HUMANO ME É ESTRANHO

Há alguns anos, meu primeiro professor na UFPA NAILSON, em breve conversa me aconselhou “quer sentir os pulsos e sentir a história da humanidade” vá a GRÉCIA antes de morrer, e no decorrer da conversa comentávamos a respeito das torres gêmeas em NOVA YORK, ele disse: Um grande filosofo já dizia a seguinte frase grafada em latim: Homo sum: nihil humani a me alienum puto, seguida da tradução:Sou homem: nada do que é humano me é estranho. A frase é de autoria de Publio Terêncio Afro, dramaturgo e poeta romano, nascido entre 195-185 a.C. e falecido por volta de 159 a.C., que a escreveu na obra intitulada Heaautontimorumenos. Dentre os muitos escritores que ao longo dos séculos citaram a frase o autor do texto que eu li destacava Machado de Assis, que, segundo afirmou, tinha por ela uma predileção toda especial, fazendo uso dela mais de uma vez.
Bem, o fato é que desde aquela conversa nunca me esqueci de NAILSON, ele já não esta entre nós.  Essa é uma daquelas frases que, uma vez dela tendo tomado conhecimento, logo a transformamos em máxima de vida. Gosto dela por suas muitas implicações filosóficas.
Enquanto humanos, somos todos muito semelhantes, o que leva a concluir que nada do que aconteça  a qualquer pessoa, por mais distante ou estranha a mim que ela seja, deve ser sentido como se a mim próprio acontecesse, pois estamos todos  irmanados pelo puro e simples fato de pertencermos à espécie humana. A consequência natural dessa conclusão é o despertar de uma compaixão natural por todas as pessoas, e/ou a maldade humano aflorando até mesmo contra seu próprio  sangue, de onde a pessoa  se coloca em pedestal e passam a bravejar a quem lhe é mais próximo, sem motivo nenhum, o que posso fazer? .
Analiso da seguinte forma trata-se da constatação de que, sendo humano, nada do que aconteça a qualquer ser humano deve me surpreender, pois o mesmo poderia perfeitamente suceder a mim próprio. Refiro-me a atos porventura cometidos. Quanto a isso, nunca poderemos ter certeza absoluta de que, dadas determinadas  circunstâncias oportunas e necessárias, não fosse qualquer um de nós capaz de cometer atos desde os mais heroicos até os mais vis e deploráveis.
Em cada um de nós habita, simultaneamente, um herói e um vilão, ambos prontos para entrar em ação tão logo as circunstâncias o exijam. Ninguém se jacte de ter controle absoluto sobre si mesmo e seus atos.  Com isso quero dizer que eu mesmo, em algum momento perco o controle de minhas atitudes, às vezes grosseiras. Mesmo por mais autocontrole que eu e/ou qualquer humano possa ter, sempre iremos ferir, ofender a quem esta mais próxima da gente.
Por isso, assumo como princípio não me deixar surpreender por ato algum emanado de qualquer ser humano, uma vez que eu próprio não posso me julgar absolutamente imune à possibilidade de proceder de maneira semelhante.

Seu ato brutal me tirou o sono.

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