quarta-feira, 28 de abril de 2010

IGREJA MEDIEVAL AOS DIAS DE HOJE

A IGREJA MEDIEVAL
* ORGANIZAÇÃO E CONFLITOS
Em meio à desorganização do mundo antigo, provocada pelas invasões bárbaras e pelo colapso do Império Romano, praticamente apenas a Igreja católica conservou sua identidade institucional. Consolidado sua estrutura religiosa, a Igreja preservou elementos da cultura greco-romana, revistos pela ótica cristã, e difundiu o cristianismo entre os povos bárbaros.
Valendo-se de sua influência religiosa, a Igreja exerceu importante papel em diversos setores da vida medieval, tornando-se um instrumento de unificação social, diante da fragmentação política do feudalismo.
* ORGANIZAÇÃO DO CLERO
Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em duas grandes categorias:
• clero secular » formado por sacerdotes que viviam fora dos mosteiros, hierarquizados em padres, bispos, arcebispos etc.
• clero regular » formado por sacerdotes que viviam nos mosteiros e obedeciam às regras de sua ordem religiosa (beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinianos).
No ponto mais alto da hierarquia eclesiástica estava o papa, bispo de Roma, considerado sucessor do apóstolo Pedro. Nem sempre a autoridade papal foi aceita por todos os membros da Igreja, mas em fins do século VI ela acabou se firmando, em grande parte, devido ao talento político-administrativo do papa Gregório Magno (540-604).
* PODER TEMPORAL DA IGREJA
O papa, desde 756, era o administrador político do Patrimônio de São Pedro, o Estado d a Igreja. Além do poder religioso, ele contava com o poder temporal da Igreja, isto é, com o poder de acumular riqueza a partir de doações de terras feitas por fiéis desejosos da salvação eterna.
Calcula-se que a Igreja católica tenha chegado a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa ocidental. Era uma grande “senhora feudal”, numa época em que a terra constituía a principal base da riqueza.
O poder temporal da Igreja levou o papa a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias medievais. Exemplo marcante desses conflitos é a Questão das Investiduras, no século XI, quando se chocaram o papa Gregório VII e o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Henrique IV.
SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO
Do processo de divisão do Império Carolíngio formaram-se dois reinos: um que corresponde à atual França , e o outro, à atual Alemanha.
Na região da atual Alemanha, o último rei carolíngio, Luis, morreu em 911. A partir de então, os duques germânicos passaram a escolher entre eles o rei. O mais famoso rei eleito por esse processo foi o Oto I, o Grande, coroado em 936.
Oto I era analfabeto, mas, hábil e dinâmico, promoveu o desenvolvimento das artes e da cultura.
Em 955, derrotou os húngaros, que ameaçavam o leste europeu. Mais tarde, em 961, dominou os lombardos no norte da Itália e deslocou-se para Roma, atendendo a solicitação do papa, que lhe pedia proteção contra os inimigos da Igreja.
Em 962, o papa João XII coroou Oto I com o título de imperador do Sacro Império Romano Germânico. Nascia assim um novo império, uma espécie de sucessor do Império Carolíngio. O Sacro Império tornou-se o mais extenso Estado europeu e, apesar das transformações que sofreu ao longo do tempo, sobreviveu durante quase oito séculos e meio, perdurando até 1806.

* QUESTÃO DAS INVESTIDURAS
A quem caberia nomear sacerdotes para os cargos eclesiásticos: ao papa ou ao imperador?
Esse problema, conhecido como Questão das Investiduras, remonta a meados do século X, quando o imperador Oto I, do sacro Império Romano Germânico, passou a intervir nos assuntos da Igreja. Fundou bispados e abadias, nomeou seus titulares e, em troca da proteção que concedia à Igreja, controlava as ações do papa.
As investiduras (nomeações) feitas pelo imperador visavam interesses pessoais e do reino, dando margem à corrupção entre membros do clero. Bispos e padres colocavam seu compromisso com o soberano acima da fidelidade ao papa.
No século XI surgiu um movimento reformista liderado pela Ordem Religiosa de Cluny, que pretendia recuperar o poder da Igreja. Em 1073, os ideais de Cluny ganharam força, com a eleição do papa Gregório VII.
Ele adotou uma série de medias reformistas, entre as quais: a instituição do celibato (1074) e a proibição da investidura de de sacerdotes e cargos eclesiásticos pelo Imperador (1075).
Reagindo à atitude do papa, Henrique IV, imperador do Sacro Império, considerou-o deposto. Gregório VII, em resposta, excomungou-o. Desenvolveu-se, então um conflito aberto entre o Imperador e o papa.
Esse conflito só foi resolvido em 1122, pela Concordata de worms, que adotou uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos, e ao Imperador, a investidura temporal – antes de assumir a posse da região que lhe foi designada (bispado), o bispo também deveria jurar fidelidade ao Imperado.
TRIBUNAIS DA INQUISIÇÃO
• A FACE CRUEL DA IGREJA
Nos diversos países cristãos, nem sempre a fé popular manifestava-se nos termos pretendidos pela doutrina católica. Havia uma série de crenças e ações, denominadas heresias, que se chocavam com os dogmas da Igreja.
Um famoso exemplo de heresia medieval é a dos albigenses (esse nome deriva da cidade de Albi, no sul da França, local de onde se propagou a heresia (séc. XII). A crença no Deus do Bem e do Mal é inspirada no maniqueísmo de origem persa.), que acreditavam em dois deuses: O Deus do Bem, que havia criado as almas, e o Deus do Mal, que encerrava-as nos corpos para faze-las sofrer. Cristo era visto como um anjo enviado pelo Deus do Bem para libertar as almas prisioneiras. Algumas almas, depois da morte, subiam imediatamente ao céu. Outras deviam, como castigo, continuar vivendo na Terra, encarnadas no corpo de um animal.
Para combater as heresias, o papa Gregório IX criou, em 1231, os tribunais da Inquisição, cuja missão era descobrir e julgar os heréticos. Os condenados pelo tribunal eram entregues às autoridades do Estado, que se encarregavam da execução das sentenças. As penas aplicadas iam desde a confiscação de bens até a morte em fogueiras.
* PAPEL POLÍTICO
Os tribunais da Inquisição atuaram em vários reinos cristãos: Itália, França, Alemanha, Portugal e, sobretudo, Espanha. Neste último, a Inquisição penetrou profundamente na vida social, munida de gigantesca burocracia pública com cerca de 25 mil funcionários.
Pressionada pelas monarquias católicas, a Inquisição atuou no sentido de combater os movimentos contrários à ordem social dominante, ultrapassado o seu objetivo de perseguir apenas as heresias. Assim, acabou desempenhando também papel de repressão sócio-política.

Se observamos bem a face cruel da Igreja representada por seus elementos na contemporaneidade PASTORES/PADRES e outras denominações, ainda usam das mesmas práticas muitas das vezes expondo os fieis ao ridículo e constrangimentos, expulsando os chamados “desviados” ou exigindo importância em dinheiro ou bens matérias para alcançar a a salvação, tudo em nome de JESUS, sem contar que os abusos sexuais por parte desses sujeitos ainda acontece hora ativos hora passivos na relação sexual entre dois seres, a exploração através da obrigação de vender produtos de porta em porta, como por exemplo beijo de moça, salgados e outros produtos, na obrigação de recolher tudo em favor da igreja, a ladroagem, a falsa cura, a promessa de prosperidade e vitorias perdura, aproveitando-se de momentos psicológicos frágeis de muitos, fazendo premonições e revelações até de cura de doenças incuráveis, observe a redundância ‘.... CURA DE DOENÇAS INCURAVEIS”, e são milhões de seguidores em busca da salvação e enriquecimento fácil, Cada um tem o livre arbítrio de professar sua fé, no entanto vemos que a religião ou religiosidade está tão bem estruturada que enquanto existir ser humano, a religião existira, SOCRASTE nos ensina que o ser humano é ser sociável e necessita ter fé em um criador. No entanto aqui fica o alerta não se deixe pilhar, todas são comerciais umas mais outras menos, o maior interesse é seu dinheiro ou seu bem material que pode ser doado a eles.
A Carta Magna, dá o amparo legal, para o surgimento de tantas denominações de Igrejas, devido ser permitido o livre exercício de culto de qualquer ordem, é que uma pequena garagem é usada como Igreja, basta o sujeito ler um pouco a Bíblia Sagrada, e ter o dom de convencimento igual os de muitos vendedores de livros, pronto se acha no direito de colocar uma placa IGREJA ........................ ou simplesmente uma sigla IRRJDU e por aí afora, e logo em seguida já é candidato político, para resolver os males da sociedade.

CRUZADAS
• A GUERRA SANTA DOS CRISTÃOS

Em 1095, o papa Urbano II fez um grande apelo à cristandade ocidental para que movesse uma guerra santa contra os povos muçulmanos que dominavam lugares sagrados do cristianismo ( a região do Santo Sepulcro, em Jerusalém, por exemplo).

Atendendo o apelo do papa, os cristãos organizaram expedições militares conhecidas como cruzadas.
Além da questão religiosa, outras causas motivaram a organização das cruzadas: a mentalidade guerreira da nobreza feudal, canalizada pela Igreja contra inimigos do cristianismo (os muçulmanos): e o interesse econômico em dominar importantes cidades do oriente.
De 1096 a 1270, a cristandade européia organizou oito cruzadas, cada uma com características próprias, deixando conseqüências marcantes na política e na economia da Idade média.
Conseqüências
Entre as principais conseqüências do movimento das cruzadas destacam-se:
• Empobrecimento dos senhores feudais, que tiveram suas economias arrasadas pelo elevado custo das guerras;
• Fortalecimento do poder real, à medida que os senhores feudais perdiam suas forças;
• Reabertura do mar Mediterrâneo e conseqüente desenvolvimento do intercâmbio comercial entre Europa e oriente;
• Ampliação do universo cultural europeu, promovida pelo contato com os povos orientais.
FIM DA IDADE MÉDIA
Baixa Idade Média/ O processo de decadência do feudalismo
A partir do século XI, a Europa passou a viver um período de relativa tranqüilidade social e crescimento populacional. A expansão econômica tornou-se inevitável. Os limites impostos pelo sistema feudal começaram a ser rompidos.
As cruzadas reabriram o Mediterrâneo aos europeus, o comércio ganhou impulso, e as cidades cresceram. Nem mesmo as crises do final do período medieval conseguiram deter as transformações que vinham ocorrendo.
Fases
O período compreendido entre os séculos XI e XV é conhecido como Baixa Idade Média.
De acordo com muitos historiadores, a Baixa Idade Média pode ser dividida em duas grandes fases:
• Primeira fase (século XI a XIII) caracterizada pelo processo de expansão de diversos setores da vida da Europa Ocidental. Entre as transformações que revelam essa expansão podemos citar: ampliação das culturas agrícolas, renascimento comercial e urbano, surgimento e fortalecimento da burguesia;
• Segunda fase (século XIV e XV) marcada por um processo de depressão (ou contração) na Europa Ocidental decorrente das crises econômica, políticas e religiosa.
Os acontecimentos e as transformações que ocorreram nessas duas fases desencadearam o processo de decadência do feudalismo, determinando a transição para uma nova sociedade a partir do fim da Idade Média.

EXPANSÃO
O reaquecimento das atividades econômicas
Do século XI ao XIII, a Europa Ocidental viveu um período de relativa paz. Entre os fatores que contribuíram para isso, destacam-se:
• Fim das sucessivas ondas de invasões;
• Direcionamento do espírito guerreiro da nobreza para a luta contra pagãos e muçulmanos, através das cruzadas.

Isso propiciou o crescimento populacional e a retomada do desenvolvimento das atividades econômicas.

Desenvolvimento agrícola
Até o século XI, a produção agrícola atendia modestamente às necessidades da população européia. As técnicas e os instrumentos utilizados na agricultura eram simples e primitivos.
A partir do século XI, melhoram consideravelmente as condições gerais do mundo rural.
Organizando diversas revoltas, os servos conseguiram aliviar o peso de algumas obrigações como a talha e a corvéia. As relações servis começaram a se modificar. Surgiram arrendamentos de terra entre servos e senhores feudais.
Além disso, ampliou-se o cultivo agrícola com a ocupação de novas áreas de campo e florestas, surgindo novas culturas, como as de aveia, ervilha, vinha etc.
Ao mesmo tempo, aperfeiçoaram-se técnicas que aumentaram a produtividade. Entre os novos instrumentos usados na agricultura, destacam-se:
• Charrua – maquina de remexer a terra (arado puxada por bois ou cavalos );
• Peitoral- instrumento feito de madeira, bem almofadado, que permitia a utilização do cavalo para puxar a charrua. O cavalo era mais rápido e versátil que o boi;
• Ferradura – instrumento utilizado para proteger o casco do cavalo em terrenos ásperos;
• Moinho dágua- equipamento usado para moer cereais e azeitonas, acionar foles, quebrar minérios etc. Milhares de moinhos dágua foram construídos na Europa, substituindo, assim a força humana pela energia hidráulica.

Renascimento do comércio e do artesanato
Nesse cenário de expansão, houve crescimento demográfico por toda a Europa. Observe, na tabela a seguir, estimativa da população européia, entre os séculos X e XIII, na área que hoje compreende Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, França, Inglaterra, Espanha e Portugal.

ANO milhões de habitantes
1000 22
1100 25,85
1200 34,65
1300 50,35

O comercio ganhou significativo impulso com a melhoria dos meios de transporte, o desenvolvimento do artesanato urbano e o maior contato com os povos orientais.
Além do comercio local, desenvolveram-se também grandes rotas de comércio internacional, destacando-se:
• comercial do norte – realizada através do mar do Norte, passava por cidades como Dantzig, Lubeck, Hamburgo, Bremen, Bruges, Londres e Bordeus. O comercio dessa rota era comandado pela liga Hanseática, associação de comerciantes alemães constituída no século XIII.
• Rota comercial do sul – realizada principalmente através do mar Mediterrâneo, tendo como portos mais importantes os de Barcelona, Marselha, Genova, Veneza, que se dedicavam sobretudo à importância de especiarias (cravo, canela, noz-moscada,pimenta) e artigos de luxo (perfumes, tecidos de seda, porcelana, marfim) do oriente.

Interligado essas rotas, havia uma extensa rede de vias terrestres. Aos poucos, nos principais cruzamentos dessas vias, foram sendo organizadas grandes feiras comerciais. Entre elas destacam-se as feiras das regiões de Champagne (França) e Flandres (França e Bélgica), das cidades de Veneza e Gênova (Itália) e Colônia e Frankfurt (Alemanha).
O renascimento do comércio impulsionou o aumento da produção artesanal, levando os artesãos a se organizarem em corporação de oficio, também conhecidas como guildas ou grêmios. As corporações tinham como objetivo defender os interesses dos artesãos, regulamentar o exercício da profissão e controlar o fornecimento do produto.
Além disso, elas dirigiam o ensino artesanal, que se dividia em três estágios; aprendiz, oficial e mestre. Somente o mestre podia estabelecer-se por conta própria, montando sua oficina de trabalho.
Cidades e burguesia
As cidades medievais surgiram nas proximidades das rotas comerciais, nas regiões das feiras ou junto a mosteiros, castelos ou catedrais.
No principio, grande parte dessas cidades era cercada por altas muralhas, constituindo um núcleo urbano fortificado denominado burgo. Com o aumento populacional, os burgos foram ampliando seus limites para além das muralhas. Os habitantes que viviam nos burgos, basicamente comerciantes e artesãos, eram chamados de burguesia, ou seja, da classe de homens de negócios que viviam nas cidades, livres dos laços feudais.
A principio, muitas cidades pagavam taxas e impostos ao senhor feudal, pois estavam localizadas em áreas de seu domínio. Em troca, os burgueses exigiam direitos como os de livre comércio, proteção militar e liberdade para os cidadãos. Esses direitos foram estabelecidos em documentos, que preservavam a autonomia da cidade diante do poder do senhor feudal.
As cidades independentes (comunas) passaram a eleger um governo (prefeitos,magistrados), que se encarregavam da administração e da defesa. Os burgueses mais ricos ocupavam os principais cargos das cidades. Elaboravam as leis, criavam tribunais, determinavam a cobrança de impostos para a construção de obras. Além disso, tinham uma polícia própria.
Por fim, as cidades tornaram-se locais onde havia segurança e liberdade para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. Por isso, um antigo ditado alemão dizia: O ar da cidade torna o homem livre.

DEPRESSÃO
Crise econômica, política e religiosa.
Ao contrário da fase de expansão, os séculos finais da baixa idade Média (XIV e XV) foram marcados por uma série de crises. Vejamos alguns dos fatores que provocaram essas crises.
Crise Econômica
No fim do século XIII, as terras de boa qualidade haviam se tornado raras, e a ocupação dos solos menos férteis teve como resultado a queda da produtividade. Além disso, muitos nobres feudais resistiam à derrubada das florestas para fins agrícolas. Para eles, a floresta era o ambiente natural à caça (esporte favorito da nobreza) e a fonte de produtos, como madeira, mel, cera etc.
Em várias regiões européias houve problemas com perdas de colheita, provocadas por fatores climáticos (resfriamento), guerras, técnicas inadequadas de cultivos etc.
A perda das colheitas ocasionou escassez de alimentos. Em conseqüência, milhares de pessoas morreram em grave estado de subnutrição.

PESTE NEGRA
Enfraquecida pela fome, enorme parcela da população européia tornou-se vitima de moléstias contagiosas, como a peste negra (1347-1350), epidemia trazida do Oriente por um navio genovês contaminado.
A peste negra provocava uma infecção pulmonar, que geralmente levava à morte. Desconhecendo-se remédio contra ela, os doentes contaminados eram isolados para evitar novos contágios.
A moléstia espalhou-se rapidamente, ocasionando grande epidemia. Houve sucessivos surtos da peste negra durante o século XIV. Calcula-se que um terço da população européia tenha morrido vitimado pela peste negra.
Crise política
Durante certo tempo, as lutas da cristandade contra muçulmanos e pagãos canalizaram o espírito guerreiro da nobreza feudal. As cruzadas, por exemplo, funcionava como válvula de escape para a agressividade dos nobres e cavaleiros cristãos. Em fins do século XII, porém, as cruzadas chegaram ao fim.
Sem um inimigo externo, desencadearam-se conflitos internos, isto é, no próprio mundo cristão.
São muitas as conseqüências dessa multiplicação de guerras na Europa Ocidental. Diversas cidades foram saqueadas e inúmeras plantações devastadas. A desorganização da produção provocou crises de abastecimento e alta no preço dos alimentos. A insegurança prejudicou a atividade do comércio.
Intranqüilos, a burguesia e os camponeses revoltavam-se contra a exploração da nobreza feudal e a incapacidade dos reis de garantir a ordem e proteger a população.
GUERRA DOS CEM ANOS
Entre os conflitos desse período, merece destaque a Guerra dos cem anos (13337-1453), entre a França e a Inglaterra. Como causas do conflitos, podem ser apontadas a sucessão dinástica e a disputa pela rica região de Flandres, onde se desenvolvia a manufatura de lã.
A Guerra dos cem anos foi uma seqüência de combates com diversas interrupções. Em períodos diferentes, ingleses e franceses obtiveram vitórias significativas. Por fim, o exercito francês conseguiu expulsar os ingleses de praticamente todos os territórios da França.
Essa longa guerra prejudicou a vida econômica da França e Inglaterra, empobrecendo grande parcela da nobreza feudal. Após seu termino, a autoridade do rei estava fortalecida – isso, posteriormente, possibilitou a construção de uma monarquia centralizada.
CRISE RELIGIOSA
Em 1309, o papa Clemente V transferiu a sede da igreja católica para a cidade francesa de AVINHÃO, buscando manter boas relações com o rei da França e fugir das perturbações políticas que agitavam a Itália.
A mudança da sede do papado provocou grave crise dentro da Igreja, entre os anos de 1378 e 1417. Nesse período, conhecido como o Grande Cisma do Ocidente, a Igreja foi governada por dois papas, um em Roma e outro em Avinhão. Somente em 1418, com a realização do Concilio de Constancia, a Igreja recuperou sua unidade, elegendo um novo papa, sediado em Roma, para comandar a cristandade católica.
A crise religiosa colaborou para gerar insegurança e desorientação nos membros da cristandade, surgindo várias doutrinas contrárias aos dogmas da Igreja católica.
CULTURA MEDIEVAL
A Idade Média Ocidental foi chamada pelo historiador Roberto Lopez de “a grande caluniada”.Impingiram-lhe expressões como “idade das trevas”, “longa noite de mil anos”e outros tantos títulos pejorativos.
Esses julgamentos parciais tendem a ser ultrapassados, pois a riqueza da cultura medieval salta aos olhos. Foi durante a Idade Média que ocorreram: o triunfo do cristianismo como força unificadora da Europa; o desenvolvimento das línguas e literatura européias; a criação das universidades, das catedrais, da arte gótica, da filosofia cristã, entre muitos outros eventos culturais.
EDUCAÇÃO
A educação era basicamente controlada pelo clero católico. Além das escolas do mosteiros, fundaram-se, no século XI, as escolas junto às catedrais.Posteriormente, surgiram as primeiras universidades, entre as quais destacam-se as de Salermo, Paris, Oxford, Cambridge,Montpellier, Salamanca, Nápoles, Roma e Coimbra. Em todas elas havia a influência da igreja na transmissão da cultura.
De modo geral, as aulas eram ministradas em latim e, basicamente, estudava-se Teologia (Filosofia), Ciências, Letras, Direito e Medicina. O estudante universitário podia tornar-se; bacharel (aprendiz de professor), licenciado (apto para o ensino) e doutor (professor de professores).
Importante: “Foi o pedagogo alemão Chistoph Keller, em latim Cellarius (1638-1707), que consagrou a divisão da história ocidental em Antiga, medieval e Moderna e divulgou a idéia de que o período medieval nada produziu de importante.
Keller ou Cellarius escreveu três manuais: um de história Antiga (1685), um de História da Idade Média (1688) e um de História Nova (1696).
A Idade Média, segundo Keller, estende-se da época do Imperador Constantino (324) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). Se, em vez da primeira data, adotamos a da tomada de Roma pelo chefe germânico Odoacro, em 476, teremos a periodização adotada nas escolas.
Keller fixou um período de que “o período intermediário entre a Antiguidade e a época Moderna foi um período não só estéril, mas de retrocesso: a Idade das Trevas.” (Carlos Arthur Nascimento – O que é filosofia medieval. São Paulo, Brasiliense, p.p.8-10).
Grande parte do conhecimento medieval era dominado pela Igreja. Utilizando os livros, o latim e o método escolástico, os religiosos da cristandade dominavam o ensino medieval. Normalmente os monges dominicanos ministravam cursos).
A produção artística da Idade Média revelava a preocupação religiosa do homem ao retratar sua época. Merecem destaque a literatura, a arquitetura, a pintura e a música.
A poesia medieval procurou enaltecer os valores e as virtudes do cavaleiro: justiça, amor, prudência e cortesia. Na poesia *épica (*que fala dos heróis e de suas ações corajosas) exaltava-se a ação corajosa dos cavaleiros em prol da cristandade. Na poesia *lírica(*que fala das emoções e dos sentimentos) exaltava-se o amor cortês dos cavaleiros em relação às suas damas.
Dentre os grandes nomes da literatura medieval destaca-se Dante Alighieri (1265-1321), autor de A divina comédia.

Na arquitetura dois grandes estilos dominaram a arquitetura medieval:
• O romântico – floresceu entre os séculos XI e XII. Caracteriza-se por traços simples e austeros: grossos pilares, tetos e arcos em adobada, janelas estreitas e muros reforçados. Entre as obras representativas, destacam-se a igreja de São Miguel, em Lucas, e a xatedral de Notre-Dame-la-\grande, em Poitiers;
• O gótico – desenvolveu-se entre os séculos XII e XVI.Predominou em países como França, Inglaterra e Alemanha. Distingue-se do romântico por sua leveza, elegância e traços verticais. Nas construções góticas, as janelas, ornamentadas com vitrais coloridos, permitiam boa iluminação interior, as paredes tornaram-se mais finas e as altas e angulosas adobadas eram apoiadas em longos pilares. As obras mais representativas são as catedrais, destacando-se as de Chartres, Reims e Paris.A Catedral Saint-Chapelle, Paris, foi construída por Luis XI entre 1243 e 1248.

A pintura foi dominada por temas religiosos, a pintura medieval os séculos XII e XIII abandonou as paisagens naturais e concentrou-se na representação humanizada de santos e divindades. Em muitos de seus afrescos, os homens aparecem maiores que montanhas ou árvores com isso o homem fosse destacado como sendo mais importante, a paisagem era secundária.
A pintura de murais, vitrais e miniaturas adquiriu grande importância.
Entre os maiores pintores do período, destacam-se os italianos Giotto e Cimabue.
A música sofreu grande influência da Igreja cristã, sendo adaptada aos ideais religiosos do cristianismo.
Na música sacra, destacou-se o papa GREGÓRIO MAGNO (540 – 604), que introduziu o canto gregoriano, caracterizado por uma melodia simples e suave, cantada em uníssono por várias vozes. Outro nome de destaque foi o do monge beneditino GUIDO D”AREZZO (990 – 1050), que batizou as sete notas musicas, aproveitando, para isso, as sílabas iniciais dos versos de um hino a São João Batista.
Na música popular, destacaram-se as canções dos trovadores e menestréis, inspiradas em temas românticos ou nos feitos heróicos dos cavaleiros. Surgida na França, por volta do século XI, a canção trovadoresca espalhou-se para outros países da Europa, como Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha e Itália.
Na idade Média, a Ciência e a Filosofia ainda estavam muito ligadas. Diversas obras traduzidas do árabe e do grego, influenciaram o progresso da Matemática, da Astronomia, da Biologia e da Medicina.
Houve também o aperfeiçoamento da arte de navegar, com a utilização da bússola, dos mapas de navegação, do astrolábio e outros instrumentos.
Um dos grandes nomes da ciência medieval foi o do monge franciscano ROGER BACON (1214 – 1294), que introduziu a observação da natureza e a experimentação como método básicos do conhecimento cientifico. Conhecido como Doutor Admirável, Bacon desenvolveu estudos em diversos campos do saber (Geografia, Filosofia, Física).
Na Filosofia, destacaram-se Santo Agostinho (Século IV) e Santo Tomás de Aquino (século XIII). A principal preocupação desses pensadores era harmonizar a fé cristã com a razão. Santo Agostinho foi o representante de uma corrente filosófica chamada patrística Santo Tomás Aquino reconstruiu, dentro da Ótica cristã, boa parte das teorias de Aristóteles.
“As cidades medievais eram superlotadas, barulhentas, escuras e tinham cheiro de estábulos”. Só as ruas mais largas eram pavimentadas. As outras eram sujas, com estercos e lama. Na maioria eram apenas vielas estreitas onde não se podia passar com duas mulas sem derrubar os quiosques dos vendeiros.
De dia, as ruas ficavam apinhadas de gente: ferreiros, sapateiros, vendedores de tecido, açougueiros, dentistas.... Bastava o comerciante abrir as venezianas de sua casa para transforma-la numa banca de mercadorias. Ficavam também cheias de animais: cães, mulas, porcos, cavalos, galinhas..... à noite, eram silenciosas e muito escura; não havia iluminação pública. “Era comum o toque de recolher decretado pelas municipalidades, como prevenção contra assaltos e assassinatos.” (PETER CLARCK – O ocidente renasce –Rio de janeiro, abril livro/Time-Life, 1993. pp 98-102).

Se trouxermos para os dias de hoje, vemos as mesmas cenas incluindo lava-jato, pichações, bicicletas na contra-mão, veículos estacionados nas calçadas, seres humanos adultos sem camisa, pessoas puxando carroça, crianças e adultos vendendo ou pedindo nos semáforos, e isso tudo não é exclusividade de Ananindeua ou da grande Belém, raras as cidades brasileiras que não encontra-se essas mazelas, inclusive mendigos ou falsos mendigos batendo de porta em porta.

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