sábado, 17 de abril de 2010

PERSAS

Persas
Os persas são um povo iraniano que vive principalmente no Irã, com comunidades de expatriados que habitam os países vizinhos e os estados árabes do golfo Pérsico. Um número significativo de persas vive em comunidades de migrantes na América do Norte e da Europa. Os persas se caracterizam tipicamente pelo seu uso do idioma persa e de uma cultura e história própria.
A identidade persa - pelo menos em termos linguísticos - remonta aos arianos indo-europeus, que teriam chegado a partes do Grande Irã por volta de 2000 - 1500 a.C.. Ao redor de 550 a.C., a partir da província de Fars, no Irã, os antigos persas espalharam sua língua e cultura a outras partes do planalto iraniano através da conquista, bem como assimilaram os povos iranianos e não-iranianos locais ao longo do tempo. Este processo de assimilação continuou diante das invasões dos gregos, árabes, mongóis e turcomanos, e perdurou ao longo dos tempos islâmicos
Diversos dialetos e identidades regionais emergiram com o tempo, enquanto uma orientação distintamente persa se manifestou integralmente no Irã e no Afeganistão no século XX, espelhando desenvolvimentos paralelos que haviam ocorrido na Turquia pós-otomana (Revolução dos Jovens Turcos), no Mundo Árabe (nacionalismo árabe) e na Europa. Com a desintegração dos últimos impérios persas das dinastias Afshárida e Qajar, o Afeganistão, juntamente com os territórios do Cáucaso (Azerbaijão),[16] e da Ásia Central (Tajiquistão) tornaram-se independentes do Irã ou foram incorporados ao Império Russo.
Os povos persas formam um conjunto eclético de grupos que tem a língua persa como principal legado em comum. Diversas populações da Ásia Central, como os hazaras, apresentam traços de ancestralidade mongol, enquanto os persas ao longo da fronteira com o Iraque têm ligações com a cultura xiita árabe daquele país. Dialetos regionais falados pelos tajiques no Afeganistão mostram afinidades antigas com os dialetos falados no Corassão e no Tabaristão. Como o persa foi por muito tempo a lingua franca do planalto iraniano (as terras altas entre o Iraque e os vales do rio Indo), ele passou a ser usado por diversos grupos como um segundo idioma, incluindo pelos grupos turcomanos e árabes que habitavam a região. Enquanto a maioria dos persas no Irã aderem ao islamismo xiita, os persas que habitam o leste permanecem sunitas. Pequenos grupos de persas continuam a seguir a fé pré-islâmica do zoroastrismo, no Irã, bem como no Paquistão e na Índia (os parsis), onde o uso do idioma persa permanece sendo utilizado para propósitos litúrgicos.
Enquanto a categorização de um grupo étnico 'persa' permanece utilizada entre estudiosos ocidentais, os pontos de vista locais se inclinam para a descrição dos persas como um grupo pan-nacional, frequentemente composto por povos regionais que raramente se referem a si mesmos como 'persas', e utilizam-se ocasionalmente do termo 'iraniano'. O uso quase sinônimo de iraniano e persa persistiu ao longo dos séculos, apesar dos significados variados do primeiro termo, que inclui idiomas e grupos étnicos diferentes, ainda que aparentados.
Antiguidade
O primeiro registro escrito sobre os persas se encontra numa inscrição assíria de 834 a.C., que menciona tanto Parsua ("persas") quanto Muddai ("medos").[17][18] Este termo utilizado pelos assírios, Parsua, era uma designação especial utilizada para se referir às tribos iranianas do sudoeste (que referiam-se a si próprios como 'arianos'), e vinha do persa antigo Pârsâ. Os gregos (que até então utilizavam nomes relacionados a Média e aos medos) começou, a partir do século V a.C., a utilizar adjetivos como Perses, Persica ou Persis para se referir ao império de Ciro, o Grande.[19] Nas partes da Bíblia onde este reino é mencionado, como nos livros de Ester, Daniel, Esdras e Neemias, ele é chamado de Paras (em hebraico: פרס), ou, por vezes, Paras ve Madai (פרס ומדי, "Pérsia e Média").
Depois das diversas variações do idioma e dos alfabetos utilizados para escrevê-lo durante o Império Parta, durante o Império Aquemênida o persa foi gravado com a escrita pahlavi;[20] já durante o Império Sassânida a mistura de persas, medos, partas e de outros povos indígenas do Irã, incluindo os elamitas, ganharam mais terreno, e uma identidade iraniana homogênea foi criada a tal ponto que todos passaram a ser chamados de iranianos/persas, a despeito de quaisquer afiliações clânicas ou alteridades regionais dialetais ou linguísticas. Ibn al-Nadim, entre outros historiadores medievais árabes, escreveu que "as línguas iranianas são o fahlavi (pahlavi), dari, khuzi, o persa e o suryani", e Ibn Moqaffa relatou que o khuzi era o idioma não-oficial da Pérsia - Khuz sendo um nome também utilizado para Elam; a identidade elamita, no entanto, provavelmente já não mais existia.
Período islâmico
O termo persa continuou a se referir a diversos povos irânicos, incluindo os falantes do corásmio,,[21] do antigo tabari, azari antigo, laki e do curdo.
O historiador árabe Abu al-Hasan Ali ibn al-Husayn Al-Masudi (896-956) também se refere a vários dialetos persas e aos falantes destes dialetos como 'persas'. Ao mesmo em que considera o "persa moderno" (dari) como um destes dialetos, ele também menciona o pahlavi e o antigo azari, assim como outros idiomas persas. Segundo Al-Masudi:
Os persas são um povo cujas fronteiras são as montanhas Mahat e o Azarbaijan até a Armênia e Arran, e Bayleqan e Darband, e Ray e o Tabaristão e Masqat e Shabaran e Jorjan e Abarshahr, e Nishabur, e Herat e Marv e outros lugares na terra de Coraçone, e o Sejistão e Kerman e Fars e Ahvaz… Todas estas terras foram uma vez um só reino, com um soberano e um idioma… embora o idioma tivesse algumas diferenças. A língua, no entanto, é uma só, no sentido em que as letras são todas escritas da mesma maneira, e utilizadas da mesma maneira na composição. Existem, então, diversas línguas como o pahlavi, o dari, o azari, assim como outros idiomas persas.


Período moderno
O nome "Pérsia" foi o nome "oficial" do Irã no Ocidente antes de 1935, porém os próprios persas se referiam ao país desde o período sassânida (226–651 d.C.) como "Irã" (Irān). O primeiro-ministro do Reino Unido, Ramsay MacDonald (1866-1937), e o embaixador britânico no Irã, por exemplo, Percy Loraine, referiam-se ao povo e ao governo iranianos como Persian.[26] Em 21 de março de 1935 o soberano do país, o xá Reza Pahlavi, proclamou um decreto pedindo aos delegados estrangeiros presentes no país que passassem a utilizar o termo Iran (Irã) nas futuras correspondências formais. A partir de então "iraniano" e "persa" passaram a ser termos utilizados alternadamente à população do país. O termo ainda é utilizado historiamente para designar os iranianos que vivem na região chamada de Grande Irã.
Subgrupos
Os persas podem ser encontrados no Irã, Afeganistão, Tajiquistão, Uzbequistão, na província de Xinjiang, na China (ver Tajiques na China) e no norte do Paquistão. Assim como os persas do irã (persas ocidentais), os tajiques (persas orientais) são descendentes de diversos povos iranianos, incluindo os próprios persas iranianos, além de vários povos invasores. Os tajiques e os farsiwan têm uma afinidade particular com os persas da região vizinha do Coraçone, devido às interações históricas entre os dois povos - algumas que datam do início do período islâmico.
Outros grupos menores incluem os qizilbash, do Afeganistão e Paquistão, aparentados aos farsiwan e os azerbaijanos. No Cáucaso, os tats estão concentrados no Azerbaijão, na Armênia e no Daguestão russo, e suas origens remontam aos mercadores sassânidas que se estabeleceram na região. Os parsis uma seita zoroastrista do oeste da Índia e Paquistão, centrados no Guzerate e em Bombaim, também descendem de zoroastristas persas. Os iranis, outra pequena comunidade na Índia ocidental, descende de imigrantes persas, porém mais recentes. Além deles, os hazaras e os aimaqs são grupos étnicos de origem mongol e turcomana parcialmente persianizados.
No Irã a partir de 1935 adotou-se a justiça de cortar a mão a todo ladrão que fosse pego roubando, se fosse reincidente cortava-se a outra mão, aconteceu caso de cortarem até os dois pés, menos de 20 anos resolveu-se o problema de assalto e roubos no Irã e até hoje assim é feito a justiça dessa maneira lá sendo raro os casos.

Uma amiga iraniana, relatou-me que: Aos 15 anos de idade o filho (a) arruma suas coisas e se despede dos pais, vai buscar seu próprio sustento, ela aos 13 anos de idade sabendo que faltava menos de 2 anos para se colocada pra fora de casa, pediu permissão aos pais para sair de casa, lhe foi concedida permissão, no ano de 2007 ela contava com 25 anos e já conhecia vários países da Europa e gostou mesmo foi do Brasil, meu último contacto com ela morava em uma rua as proximidades da Mario Covas, e sobrevivia como vendedora ambulante, batendo de porta em porta vendendo canetas e outras miudezas como colar, trabalho artesanal que ela mesmo faz, não casou devido não acreditar na sinceridade dos homens e por que acostumou-se a ser independente e não gostar de receber ordens, e disse que no Irã a sociedade ainda é patriarcal e em muitos casos ainda vivem em situação tribal, a mulher é relegada aos trabalhos domésticos e a segundo plano.

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