Racionalidade no trânsito
Créditos Helder Barbalho (*)
Um dos problemas que mais diretamente afetam o dia a dia da população na Região Metropolitana de Belém é o que diz respeito ao tráfego no perímetro urbano. O rápido crescimento do número de veículos em circulação, nos últimos anos, somado à falta de planejamento e à carência de obras civis para o trânsito, além de investimentos equivocados – quando não inexistentes – em projetos de mobilidade e acessibilidade compõem aqui um mosaico de problemas de difícil solução.
Em Belém, nós já vimos convivendo com o caos há alguns anos, visto que os problemas do trânsito seguem uma trajetória de agravamento contínuo. Enquanto outras capitais e grandes cidades brasileiras se modernizam e avançam na criação de eficientes sistemas de tráfego, Belém não consegue ir em frente sequer com aquele que seria o seu grande projeto modernizador do serviço de transporte de passageiros. O BRT, como tal, não passa de piada de mau gosto, a exibir sua ruindade e falta de jeito ao longo da avenida Almirante Barroso.
Já que não contamos com obras estruturantes para o trânsito, precisamos imperativamente de pelo menos duas medidas. Se não como solução definitiva para os nossos problemas, pelo menos suficientes para assegurar um grau razoável de eficácia ao trânsito urbano. Uma delas é a racionalização das linhas de ônibus a e criação de terminais de integração, com a diminuição do número de coletivos e a oferta de um serviço de melhor qualidade aos usuários.
Aqui é preciso levar em conta que boa parte da nossa população passa hoje mais tempo dentro dos ônibus do que o que dispõe para o convívio familiar. Há casos de pessoas que chegam a gastar por dia quatro horas – duas de ida e duas de volta – nos deslocamentos de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Dependendo do horário da volta, não terá tempo sequer para ver, conversar e brincar com os filhos. Isso é cruel, desumano.
Uma segunda medida consiste em evitar a circulação de carretas dentro da cidade em certos horários do dia. Para isso podemos adotar diversas alternativas, copiando inclusive algumas experiências bem sucedidas, no Brasil e no exterior. Excetuando-se os basculantes, cuja restrição poderia inviabilizar a construção civil, uma atividade fortemente geradora de empregos, todos os demais veículos de carga poderiam ter sua circulação limitada ao horário noturno, entre 22 horas e 6 horas da manhã.
Decididamente, é preciso proibir o tráfego de veículos de carga dentro da área urbana durante o dia. É comum ver em corredores centrais de Belém, inclusive durante os horários de rush, filas de carretas atravancando o tráfego e numerosos bitrens carregados de combustíveis. Isso é absurdo! A disputa desigual e ameaçadora de espaços que tais gigantes fazem com as motocicletas, os pequenos automóveis, e os ônibus lotados de passageiros agride o bom senso e depõe até mesmo contra os princípios de civilidade.
Outra possibilidade seria a criação de um porto seco e de centros de distribuição de cargas entre Benevides e Castanhal, por concessão do governo e a participação da iniciativa privada. Por fim, considero imperativa a construção do porto Pernambuco, no rio Guamá em Inhangapi, para permitir o deslocamento, por meio hidroviário, da quase totalidade das cargas que hoje são transportadas por rodovia, tanto as destinadas a Belém como as aqui originadas para outros destinos. O porto Pernambuco já poderia ser citado hoje como solução se não permanecesse como mais uma promessa não cumprida pelo do governo.
Soluções, como podemos ver, existem. O mistério é saber: por que elas são adotadas em outras capitais brasileiras, mas não em Belém? Qual é o mistério? Nenhum, a não ser a falta de determinação em fazer e o pouco ou nenhum compromisso com o bem estar da população. É isso, acima de tudo, que precisa acabar.
Em Belém, nós já vimos convivendo com o caos há alguns anos, visto que os problemas do trânsito seguem uma trajetória de agravamento contínuo. Enquanto outras capitais e grandes cidades brasileiras se modernizam e avançam na criação de eficientes sistemas de tráfego, Belém não consegue ir em frente sequer com aquele que seria o seu grande projeto modernizador do serviço de transporte de passageiros. O BRT, como tal, não passa de piada de mau gosto, a exibir sua ruindade e falta de jeito ao longo da avenida Almirante Barroso.
Já que não contamos com obras estruturantes para o trânsito, precisamos imperativamente de pelo menos duas medidas. Se não como solução definitiva para os nossos problemas, pelo menos suficientes para assegurar um grau razoável de eficácia ao trânsito urbano. Uma delas é a racionalização das linhas de ônibus a e criação de terminais de integração, com a diminuição do número de coletivos e a oferta de um serviço de melhor qualidade aos usuários.
Aqui é preciso levar em conta que boa parte da nossa população passa hoje mais tempo dentro dos ônibus do que o que dispõe para o convívio familiar. Há casos de pessoas que chegam a gastar por dia quatro horas – duas de ida e duas de volta – nos deslocamentos de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Dependendo do horário da volta, não terá tempo sequer para ver, conversar e brincar com os filhos. Isso é cruel, desumano.
Uma segunda medida consiste em evitar a circulação de carretas dentro da cidade em certos horários do dia. Para isso podemos adotar diversas alternativas, copiando inclusive algumas experiências bem sucedidas, no Brasil e no exterior. Excetuando-se os basculantes, cuja restrição poderia inviabilizar a construção civil, uma atividade fortemente geradora de empregos, todos os demais veículos de carga poderiam ter sua circulação limitada ao horário noturno, entre 22 horas e 6 horas da manhã.
Decididamente, é preciso proibir o tráfego de veículos de carga dentro da área urbana durante o dia. É comum ver em corredores centrais de Belém, inclusive durante os horários de rush, filas de carretas atravancando o tráfego e numerosos bitrens carregados de combustíveis. Isso é absurdo! A disputa desigual e ameaçadora de espaços que tais gigantes fazem com as motocicletas, os pequenos automóveis, e os ônibus lotados de passageiros agride o bom senso e depõe até mesmo contra os princípios de civilidade.
Outra possibilidade seria a criação de um porto seco e de centros de distribuição de cargas entre Benevides e Castanhal, por concessão do governo e a participação da iniciativa privada. Por fim, considero imperativa a construção do porto Pernambuco, no rio Guamá em Inhangapi, para permitir o deslocamento, por meio hidroviário, da quase totalidade das cargas que hoje são transportadas por rodovia, tanto as destinadas a Belém como as aqui originadas para outros destinos. O porto Pernambuco já poderia ser citado hoje como solução se não permanecesse como mais uma promessa não cumprida pelo do governo.
Soluções, como podemos ver, existem. O mistério é saber: por que elas são adotadas em outras capitais brasileiras, mas não em Belém? Qual é o mistério? Nenhum, a não ser a falta de determinação em fazer e o pouco ou nenhum compromisso com o bem estar da população. É isso, acima de tudo, que precisa acabar.
(*) Foi vereador, deputado estadual, prefeito de Ananindeua e presidente da FAMEP-Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará. É atual presidente em exercício do PMDB do Pará.
helderbarbalho@hotmail.com
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