domingo, 27 de fevereiro de 2011

O QUE É ÍNDIGO?

O que é uma Criança Índigo?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Estudo resgata memória da Guerrilha do Araguaia

A gente não se sente só traumatizado, mas se sente vítima... Porque a gente nem sabia o que estava acontecendo. Eles [os militares do alto escalão] diziam que eram guerrilheiros financiados por Cuba, pela China, treinados por outros países para virem tomar o Brasil, era essa a informação que nós tínhamos dos comandantes generais. Então, a gente ia fazer aquilo com orgulho, pensando que tava defendendo o Brasil de uma invasão estrangeira. A gente ia pro tudo ou nada, eles diziam: se eles tomarem o País, a tua família vai ser sacrificada. Aquilo era uma maneira deles levantarem o brio do soldado, a moral do soldado.”

O depoimento acima pertence a Dorimar, soldado que lutou na Guerrilha do Araguaia, movimento desencadeado entre as décadas de 60 e 70, que teve como propósito fomentar uma revolução socialista no Brasil, às margens do rio Araguaia, nas proximidades das cidades de São Geraldo e Marabá, no Pará, e de Xambioá, no norte de Goiás, região onde, atualmente, é o norte do Estado de Tocantins, também conhecida como Bico do Papagaio. De um lado, os guerrilheiros, que lutavam contra a Ditadura Militar no País, de outro, o exército, defendendo a Pátria. Ao redor de tudo isso, o povo da região, que, sem entender direito o que se passava, foi vigiado, coagido e, muitas vezes, torturado em diversas situações.

ARQUIVO

O depoimento de Dorimar, juntamente com o de outros soldados, bem como o de guerrilheiros, de moradores da região do Araguaia e de familiares dos ex-combatentes do movimento compõem o acervo analisado pela pesquisa “O arquivo da memória social das lutas camponesas no Pará”, produzida por Adriana Coimbra, graduada em História pela Universidade Federal do Pará e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). O relato soma mais de 80 horas de entrevistas coletadas na região de Xambioá, em um período de dois anos, pelo Grupo de Trabalho do Tocantins (GTT), formado por pesquisadores do Emílio Goeldi dedicados a estudar a Guerrilha do Araguaia e os eventos decorrentes desse importante fato histórico.

A pesquisa integra o Projeto “Arquivo da Memória Social da Guerrilha e da Guerra que Veio Depois”, coordenado pelo professor da área de Antropologia da UFPA, Rodrigo Peixoto. “O Projeto objetiva reunir vídeos com entrevistas de pessoas que viveram a experiência da Guerrilha e da repressão que se seguiu, com perseguições, ameaças, assassinatos de lideranças sindicais e de religiosos ligados à Teologia da Libertação”, explica Rodrigo. De acordo com o professor, a importância da iniciativa reside no fato de que “a Guerrilha é um episódio seminal na história da região, no entanto não está incluída nos currículos escolares das escolas públicas, de modo que sua memória, embora viva, continua reprimida socialmente.”

A partir da análise dos depoimentos coletados, que resgatam a memória do movimento, o objetivo da investigação é identificar qual foi a importância histórica, política e social da Guerrilha, como ela mexeu com o cotidiano das cidades envolvidas e quais as representações simbólicas criadas pelos sobreviventes e pelos herdeiros das consequências dessa revolta que deixou muitos mortos, torturados e desaparecidos.

Por meio de uma parceria firmada entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Arquivo Nacional, a pesquisa de Adriana Coimbra foi integrada ao Projeto “Memórias reveladas”, do governo federal – Ministério da Justiça, o qual prevê que seja criada uma rede de arquivos sediados em vários lugares do Brasil, tendo como denominador comum o intuito de revelar fatos ocorridos durante o período de Ditadura Militar. O material coletado pelo GTT, ou seja, todas as mais de 80 horas de entrevistas em áudio e vídeo com ex-combatentes e moradores da região do Araguaia será disponibilizado no site www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br a partir do mês de março. (ASCOM UFPA)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Meninos, meninas: eu vi!!

O monstro de concreto desmoronando a menos de 50 metros de mim (texto extraído do blog da Ana Maria)

Apesar de o blog não ser direcionado para experiências pessoais, não posso deixar de fazer o relato do momento crucial em que vi um monstro de concreto de 34 andares caindo, desmoronando como ocorre nos filmes, mas era real e estava a menos de 50 metros de meus olhos. Foi impressionante. Inacreditável. Não consigo esquecer.

Eu estava no 8o. andar do prédio ao lado do Real Class, em meu gabinete, quando escutei um trovão e logo em seguida senti a terra tremer. Rapidamente me passou pela mente que se tratava de um terremoto mas, antes de compreender realmente qualquer coisa, ouvi um barulho estrondoso, de uma coisa inacreditavelmente volumosa e pesada vindo abaixo.

Instintivamente virei para a janela, na direção do som. Foi aí que me deparei com um volume fenomenal de concreto desmoronando, caindo, caindo, numa queda que me pareceu, contraditoriamente, ao mesmo tempo, rápida e lenta.

Fiquei paralisada por alguns segundos porque meus olhos nao conseguiam se desviar daquela cena surpreendente, que jamais acreditei ser possível assistir: um gigante cinza caindo sobre si mesmo como se fosse de areia, de uma areia pesada, que fazia muito barulho. E estava a menos de 50 metros de meus olhos. Eu não acreditava, não queria acreditar no que via, queria pensar que estava delirando. Mas não estava. Lamentavelmente, não era um pesadelo, mas um sinistro terrível e real.

Quando finalmente pensei em fazer alguma coisa, acreditei que meu prédio iria cair logo em seguida.Vamos todos morrer, pensei, e sai do gabinete gritando pelos nomes dos meus filhos, ordenando que saíssem de seus quartos, que descessem pela escada para tentar salvar suas vidas. A secretária, que antes almoçava na cozinha e também viu a cena estarrecedora, veio em minha direção transtornada, perguntando o que fazer. Desce, tenta fugir, gritei para ela. Ela obedeceu. Meu filho mais novo finalmente me escutou e surgiu de roupas íntimas. Ao ouvir meu comando: foge!, nem perguntou do que deveria fugir. Saiu para a escada chorando e suplicando, vem, mãe!. Mas eu não podia sair porque o outro filho ainda estava no quarto. Vai, estou esperando teu irmão. Fui até o outro e gritei, te apressa, filho. Vamos logo, sai de qualquer jeito. Mas ele estava calmo: vestiu-se, calçou-se, pegou um calçado para mim porque me viu descalça e, finalmente, me seguiu. Para mim, pareceram horas até que começamos a descer as escadas.

Todos os vizinhos desciam também, apavorados. Ofereci ajuda a uma senhora com uma criança no colo, mas ela não quis se afastar do filhinho. Compreendi e dei razão. Eu também não queria me afastar dos meus. Na verdade, queria colocá-los de volta ao ventre, como se, dessa forma, me fosse possível protegê-los de qualquer mal.

Finalmente, a rua. E a sensação de que nos salvamos. Mas a cena do edifício de 34 andares caído diante dos meus olhos ainda não era de todo compreendida. Como até agora não compreendemos nada. São muitas as dúvidas. E muita tristeza também.

Hoje voltei lá para pegar alguns pertences. A cena de destruição real é impactante. Mas bem pior é que, diante de meus olhos, a imagem que ainda persiste é a dos trabalhadores de uniforme azul, trabalhando no andar que fica à altura do meu. Estão lá, reparando, concretando, construindo uma coisa que logo, logo, vai cair. Para mim, parece que ainda estão lá. Mas não estão e, alguns deles, nunca mais poderão estar porque ficaram permanentemente debaixo de 34 pisos de toneladas de concreto

MENSAGEM AOS ESTUDANTES DA ESCOLA GONDIM LINS EM ANANINDEUA

MENSAGEM AOS NEÓFITOS ESTUDANTES por Profº LUCINO CAMPOS
QUEREMOS DA ÀS BOAS VINDAS NESTE ANO DE 2011

Os gregos antigos dispunham de três palavras para descreverem o amor que uma pessoa tem por outra. PHILIA significava o amor altruísta e generoso; EROS, o amor com conotação sexual; e ÁGAPE, que é o amor entre irmãos e o amor de Deus para com os povos.

Não me considero um simplista ao afirmar que a Educação não é mais que o ensino de como sobreviver e de como conviver, ou então ser o certinho, o perfeito, mas tudo tem limite.

As artes e técnicas das profissões necessárias para o sobreviver, acrescidas de pinceladas de uma cultura geral frágil, cujo objetivo é levar vantagem na competição pela sobrevivência, preenchem praticamente todo o currículo escolar. A educação para conviver é secundária. No entanto, para o bem da humanidade, ensinar a conviver deveria vir antes, deveria preceder a todo o resto da pedagogia.

Enquanto para ensinar a sobreviver a Escola conta com especialistas em cada matéria, para ensinar a conviver ela dispõe, na maioria das vezes – entre as dezenas de professores –, de apenas um, que carrega nas costas essa tarefa, claro estou falando do professor de ensino fundamental, e este é o Orientador Educacional. Quando ele falta, ou não é competente, ou não dispõe de meios, então resta apenas a repressão: um diretor que suspende alunos, disciplinários ou auxiliares de ensino que repreendem, advertem, e tentam manter a ordem em clima de confronto, mas fica difícil e muito difícil para o profissional da educação disciplinar alunos que convivem com a falta do básico em uma Instituição de ensino ou em qualquer lugar, vamos da o exemplo de uma escola que não oferte o simples direito do aluno beber água ou então uma sala de aula com 4 ventiladores, sendo que um não tem palheta, dois não giram e o que gira fica fazendo PLEFE, PLEFE, PLEFE, incomodando e prejudicando o exercício do aprendizado.

A educação básica é dever da família, “costume de casa vai a praça” se eles não respeitam pai e mãe como irão respeitar os funcionários e colegas ou o espaço público democrático que é a Instituição escolar.

Imagine uma aula interessante e um ou mais sujeitos perturbadores e sem perspectivas de futuro, transitando no corredor da escola com aparelhinhos mostrengos ligados em alto volume “ELA TA BEBA! TA DOIDA! Ou VOU NÃO, QUERO NÃO, ELA NÃO DEIXA NÃO ...../VOU TE COMER VOU TE COMER ............
Pense nisso, a responsabilidade pertence a todos nós.

NEM SEMPRE O MAIS FORTE É O MAIS SÁDIO

Culto doentio aos músculos

Viciados em exercícios físicos não percebem que estão doentes e muitos acabam tomando anabolizantes

A doença que faz a pessoa se achar mais magra ou fraca do que é -enquanto seus músculos incham- vem sendo subdiagnosticada, conforme especialistas.

Essa falsa percepção, característica do transtorno da vigorexia, leva o doente a abusar de exercícios físicos e, às vezes, de anabolizantes.

Diferentemente do paciente anoréxico, o vigoréxico raramente procura ajuda, segundo a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

"Quando um chega ao psiquiatra é porque foi encaminhado por um cardiologista ou urologista, procurado para solucionar problemas causados por uso de esteroides."

Incomodado com a falta de diagnóstico e a proliferação de vigoréxicos ao seu redor, o educador físico e instrutor Marcus Zimpeck, 29, criou um teste para avaliar o risco de o aluno desenvolver o problema.

"Metade dos homens que vejo em academias fica exibindo os músculos e gastando dinheiro com suplementos. Muitos vão para o caminho dos anabolizantes", diz. Segundo o instrutor, detalhes como a frequência dos treinos e a autoavaliação no espelho podem ajudar a pessoa a checar se há risco.

A psiquiatra Hounie diz que o teste não é diagnóstico, mas pode detectar comportamentos suspeitos e levar a pessoa a um especialista. "O que dirá se a pessoa tem vigorexia é se a percepção do próprio corpo não corresponde à realidade."

Zimpeck aplicou o questionário em dez homens. Um deles, conta, teve a máxima pontuação. "Aconselhei a procurar um especialista."

Mas o instrutor diz que a maioria brinca com o tema. "O pessoal não leva a sério enquanto não surge algum problema no organismo."

Academias são complacentes com o problema, na visão de Vladimir Modolo, professor de educação física e pesquisador do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios da Unifesp.

"Academias têm a tendência de contratar professores sarados para atrair mais público". Segundo Modolo, muitos instrutores ignoram os danos causados à saúde pela vigorexia. "Acabam propiciando um ambiente no qual os praticantes são estimulados a cultuar o corpo sem controle."

"Eu Sempre quis ser o mais forte"

Faz 15 anos que o representante comercial A.T.F., 33, frequenta academias. Nos últimos cinco passou a consumir anabolizantes e aderiu a treinos mais pesados: mais horas, mais cargas. "Eu sempre quis ser o cara mais forte da academia."

Ele diz que nunca está contente quando se olha no espelho. "Às vezes, me acho gordo e quero ficar mais forte, às vezes me acho magro e quero ficar mais definido."

Medindo 1,80 m e hoje com 91 kg, o vendedor já chegou a pesar 20 quilos a mais. "Quando a gente entra nessa de disputar com os outros, comparar tamanho do bíceps, percebe que o corpo já deu o que tinha que dar. Aí, entram os hormônios."

Nos últimos três anos, ele conta que tomou seis "ciclos", como são chamados os períodos de oito semanas de injeções de anabolizantes. A.T.F. usa duas ampolas de testosterona sintética por semana durante os "ciclos".

"Bom é quando eu levanto mais peso do que todo mundo." No "leg press", aparelho usado para fortalecer músculos da coxa, ele diz que já usou carga de 700 kg. "O pessoal até parava para assistir". Afastado dos treinos pesados desde o fim do ano passado, por conta de lesões não relacionadas aos exercícios, ele espera voltar a tomar hormônios depois do carnaval.

O vendedor diz que nunca teve problemas com efeitos colaterais. "Se tivesse medo dos efeitos, não tomaria."

Isso sem contar com a diminuição do pénis e a perda da potência sexual, E agora machão, fortão, cuecão de couro o que tem a dizer?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

AVANÇA BRASIL

Com ‘Lei Tiririca’, começa reforma política ‘possível’
Adoção de sistema majoritário para eleição de deputados, pondo fim aos puxadores de votos, faz parte da restrita pauta em debate

BRASÍLIA - A proposta de reforma política que começa a ser debatida no Congresso, a partir de terça-feira, deve aprovar uma mudança radical na eleição de deputados. Há uma grande chance de os partidos condenarem à morte o atual sistema proporcional, baseado em coeficiente eleitoral. No lugar entraria o voto majoritário simples. Traduzindo: quem tem mais votos é eleito.

Hoje, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação. Levando em conta esse resultado, o partido tem direito a um número de eleitos, mesmo que alguns tenham menos votos que outros candidatos.

A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos, geralmente representado por algum político importante ou por celebridades. Tanto que a proposta do voto majoritário simples foi, ironicamente, apelidada de "Lei Tiririca" - ela impedirá justamente a repetição do fenômeno provocado pela eleição do palhaço, deputado pelo PR de São Paulo.

Como aconteceu em que 1,3 milhão de votos de Tiririca elegeu deputado que ficou atrás de 10 candidatosHoje, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação. Levando em conta esse resultado, o partido tem direito a um número de eleitos, mesmo que alguns tenham menos votos que outros candidatos.

A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos, geralmente representado por algum político importante ou por celebridades. Tanto que a proposta do voto majoritário simples foi, ironicamente, apelidada de "Lei Tiririca" - ela impedirá justamente a repetição do fenômeno provocado pela eleição do palhaço, deputado pelo PR de São Paulo.

Tiririca teve 1,35 milhão de votos e ajudou a eleger candidatos bem menos votados, como Vanderlei Siraque (PT-SP), que somou 93 mil votos, menos que outros dez candidatos não eleitos.

Em eleições passadas, outros puxadores levaram a Brasília uma bancada de candidatos nanicos, como Enéas Carneiro e Clodovil Hernandez, ambos já falecidos e campeões de votos em 2002 e 2006, respectivamente. Há nove anos, Enéas foi escolhido por 1,5 milhão de eleitores e puxou mais quatro deputados, incluindo Vanderlei Assis de Souza, com ínfimos 275 votos.

"É um pouco chocante. Alguém que teve 128 mil votos não pode decidir em nome do povo, e quem teve 275 votos pode", diz o vice-presidente Michel Temer (PMDB), defensor do voto majoritário simples. "Os partidos não vão mais buscar nomes que possam trazer muitos votos, nem vão procurar um grande número de candidatos para fazer 2,3 mil votos ou menos, só para engordar o coeficiente eleitoral."

Se aprovada, a "Lei Tiririca" vai gerar um imediato efeito colateral: tornará inúteis as coligações partidárias nas eleições proporcionais. Hoje, os partidos se aliam para formar chapas para somar forças e produzir um alto coeficiente. Na nova regra, uma aliança partidária não produz qualquer efeito.

Unificação. Outra mudança em debate é a unificação das eleições e a coincidência de mandatos. A proposta é de consenso difícil, mas tem alguma chance de ser aprovada se entrar em vigor para eleições futuras, sem afetar os direitos de quem tem mandato e pode se reeleger.

Se houver consenso, os próximos prefeitos e vereadores serão eleitos em 2012 para mandato de dois ou de seis anos. No primeiro caso, menos provável, as eleições unificadas ocorreriam já em 2014. Se for um mandato de seis anos, a unificação ficaria para 2018.

Apesar da complexidade da proposta e do lado pouco prático - criaria uma supereleição em um único dia -, a ideia da reforma política, desta vez, é que ela não cometa o erro de sempre: uma debate inchado de propostas que, apesar de defendida como prioritária por todos os políticos, sempre acaba patinando. Pior: alterações significativas, como fidelidade partidária, verticalização das alianças e seu fim, acabaram sendo decididas por ordem do Poder Judiciário.

Por isso, veteranos do debate acreditam que a reforma só tem chance de passar se for restrita a poucos pontos. Em 2009, o Senado aprovou um texto que a Câmara ignorou, por não ter sido negociado em comum acordo. "Se vierem poucos pontos, pode sair. Caso contrário, não", diz o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), principal líder político do partido que, no passado, ajudou a derrubar o projeto que criava a cláusula de barreira para legendas que não somassem 5% do total de votos para a Câmara Federal, o que praticamente inviabilizaria a atividade desses partidos.

Em debate

Michel Temer

Vice-presidente da República e defensor do fim do sistema proporcional

"O partido vai verificar quem tem condições de um desempenho político e eleitoral adequado e vai levá-los à candidatura"

"Você não pode fazer reformas políticas quilométricas, como tem sido proposto. Daí, não avança"

Exatamente isso que precisamos de reformas na política e na áera econômica, em relação ao pagamento de impostos exorbitantes para que o governo faça a gastansa exagerada e sem controle nas hortas corruptas nos três niveis de governo, deveria também se criar uma comissão a nivel nacional para fiscalizar as Instituições públicas, e com poderes de pedir o impedimento de qualquer autoridade que "mixe fora do do pinico"

CABRA MACHO

No rastro do esquema de corrupção na Sema

O advogado Ismael Moraes, 41 anos, marajoara de nascimento, possui aspectos aparentemente paradoxais: advoga, ao mesmo tempo, para diversos sindicatos de trabalhadores rurais e para o emblemático Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas. Ele defende madeireiros e pecuaristas, travando durante anos guerras judiciais contra o Ibama. Moraes também está à frente da defesa judicial do município de Paragominas no projeto “Município Verde e pelo Desmatamento Zero”, hoje uma referência do próprio Ministério Público Federal. Como conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), é duro nas punições a advogados desleais. Ao mesmo tempo, é um intransigente defensor das prerrogativas profissionais da advocacia.

Desde o ano de 2003, quando o grupo político da ex-governadora Ana Júlia Carepa, que era então senadora, assumiu o controle dos sistemas ambientais no Pará, ele faz sistemáticas denúncias de corrupção contra ela e seu ex-marido, Marcílio Monteiro, acusando-os de captação de propina através do Ibama e, depois, da Sema -quando suas declarações tiveram repercussão nacional através da revista “Veja”.

Durante os últimos quatro anos, Ismael Moraes protagonizou várias ações públicas contra atos do governo de então, como a que denunciou o abandono dos pacientes de câncer do Hospital Ophir Loyola e a que desfez o milionário acordo eleitoral entre a ex-governadora e o prefeito Duciomar Costa.

Diante das revelações produzidas a partir das investigações da Polícia Federal, publicadas com exclusividade pelo DIÁRIO, corroborando o que o advogado diz desde o ano de 2003, Moraes diz que o que está acontecendo hoje é apenas parte da “podridão intestinal” de “um corpo que já estava em decomposição por fora”, referindo-se ao governo Ana Júlia, que classifica como “desastroso”.

FÁBRICA DE DINHEIRO

Ismael Moraes sustenta que o que chama de “teia de corrupção da Sema” já existia, como em quase todas as repartições públicas, no governo Ana Júlia.

“Tornou-se uma fábrica de dinheiro, custasse o que custasse. E isso custou muito ao Estado. Diversos projetos e investimentos deixaram de ser feitos no Pará em razão dessa sofreguidão em cobrar propina de tudo em matéria de licenciamento ambiental. Não só na atividade madeireira, mas em todas. E em todos os níveis”, acusa Moraes.

Segundo o advogado, a corrupção não estava concentrada apenas nos altos escalões do governo. Para Moraes, o governo passado teria sido marcado por uma grande peculiaridade: “a prática do achaque e das dificuldades lastrearam-se em todos os escaninhos da administração”, afirma.

SEQUESTROS

Moraes afirma que na Sema, por exemplo, teria-se criado até a prática de sequestro de autos de processo por servidores subalternos.

“De repente, um processo sumia, e o particular interessado recebia um recado de que deveria pagar certo valor. Pagava e ninguém fazia nada, para que todo mundo ficasse satisfeito e todo mundo saísse ganhando”, denuncia.

Sobre o possível embaraço que essa situação poderia causar até para a governabilidade no Estado, Moraes argumenta que o governo do PT tinha essa característica porque, segundo ele, “não havia um governo” no sentido da palavra. “As coisas iam acontecendo. De uma coisa o governo passado não pode ser acusado: de que havia crime organizado. O crime era desorganizado, mesmo”.

Na opinião de Ismael Moraes, o atual governo e os próximos terão muito trabalho para tentar resgatar um mínimo de moralidade em relação ao serviço público estadual paraense.

“Ou então cairemos num atraso do nível das mais reles ditaduras africanas”, critica.

“Talvez em 2006 tenha sido pior” Mais de R$ 30 milhões teriam sido arrecadados com irregularidades no sistema de Documento de Origem Florestal do Ibama para a eleição de Ana Júlia em 2006: é o que afirma Ismael Moraes em entrevista cedida ao DIÁRIO:

P: O senhor já fazia denúncias contra o grupo da petista desde quando ela era senadora, em 2003, ocasião em que ela indicou seu ex-marido, Marcílio Monteiro, para o Ibama. Na gestão de Marcílio no Ibama aconteceram desmandos como os de hoje?

R: Talvez tenha sido pior. No ano de 2006, Marcílio não gerenciava mais o Ibama no papel, mas era quem mandava de fato. Nessa época, foi inserido mais de 10 milhões de metros cúbicos de crédito fraudulento de carvão e mais de 5 milhões de crédito fraudulento de madeira serrada no sistema DOF (Documento de Origem Florestal) do Ibama. Foi por meio de uma senha dada a uma pessoa que sequer era servidora, que prestava serviço ao órgão por meio de uma empresa terceirizada. Através dessa operação criminosa de venda desses créditos falsos no Sistema do Ibama, estima-se terem sido arrecadados R$ 30 milhões que garantiram a vitória da candidata petista na eleição de 2006.

P: Na sua opinião, é possível deter as fraudes na Sema e no Ibama?

R: Sim, há servidores de carreira competentes e sérios nos dois órgãos, assim como existem no mercado muitos técnicos de qualidade que podem ser aproveitados. É necessário, porém, que se desfaçam armadilhas legais e burocráticas criadas para dificultar o trabalho dos madeireiros sérios e proporcionar cobrança de propinas e a venda de créditos fraudulentos.

P: Por exemplo?

R: Neste período do nosso inverno amazônico, está sendo aplicada uma resolução do Conama [nº 406/2009] que proíbe a exploração florestal de projetos de manejo no período chuvoso no bioma amazônico, mas isso está se impondo indiscriminadamente. Essa norma facilita a venda de crédito fraudulento, pois o papel forjado no sistema não está calcado, não depende de planos de manejo. E o madeireiro ilegal derruba a floresta em qualquer época do ano e, em qualquer lugar, serra a madeira, pois essa norma não proíbe o transporte de madeira serrada, nem poderia. Por outro lado, um grande número de madeireiros corretos paralisa suas atividades temendo ser surpreendido por uma fiscalização. Isso engessa a economia, gera desemprego e diminui a arrecadação de impostos, cria um espiral de pobreza.

P: Há madeireiros corretos?

R: Sim, e muitos. O problema é que eles não tiveram firmeza em resistir aos achaques; foram covardes. Também não se modernizaram e não se organizam por meio de entidades fortes.

P: A impunidade estimula a corrupção?

R: Evidente que sim. O ex-secretário de Estado de Meio Ambiente, Aníbal Picanço, desde que era superintendente do Ibama no Pará, colocado por Marcílio Monteiro, deu demonstrações de riqueza do dia pra noite. Passeava todo final de semana na orla de Belém em uma lancha avaliada em 1,5 milhão de dólares, às vezes em companhia de outras autoridades federais. O cidadão médio acaba achando que isso é o certo e que só existe esse caminho para resolver as coisas. Temos a responsabilidade, cidadãos e Poder Público, de punir isso tudo, ou acabaremos com a República.

P: O senhor não teme ser processado por suas afirmações?

R: Eu desafio a quem acuso a me processar. Tenho provas do que digo. A única vez em que me levaram a juízo foi para responder a uma interpelação, ocasião em que confirmei tudo o que disse. Aí não tiveram coragem de me processar. Na Polícia Federal, já dei depoimento reafirmando as acusações que faço.

(Diário do Pará)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Revolução Industrial

O TRABALHO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Partindo do pressuposto que a revolução industrial trouxe mudanças consideráveis para toda a estrutura da sociedade moderna. A categoria trabalho concerteza foi quem mais diretamente sentiu seus efeitos. Hobsbawm (2005) traça o ímpeto da industrialização, demonstrando como a mobilização e transferência de recursos econômicos, a adaptação da economia e da sociedade são necessárias para manter o novo curso revolucionário.

Encontra-se na mão-de-obra o fator mais crucial a ser mobilizado e transferido. Assim sendo, o rápido crescimento das cidades dos agrupamentos agrícolas na Grã-Bretanha fornece um grande exercito de reserva de trabalhadores, dos quais vindo do campo para as cidades. Observa-se uma mudança na concepção de trabalho ainda em seu primeiro estágio, pois o trabalhador agrícola era atraído para novas ocupações, por vezes completamente diferente de sua rotina anterior. (HOBSBAWM, 2005)

Esses trabalhadores além de encontrarem toda uma gama de trabalhos diferenciados que exigiam qualificações e habilidades necessárias para as atividades nas indústrias, essa mão-de-obra tinha que atender aos incentivos monetários. Ora os empregadores britânicos reclamavam da “preguiça” do operário dou de sua tendência para trabalhar até que tivesse ganhado um salário tradicional de subsistência semanal. (HOBSBAWM, 2005).

As fábricas priorizavam empregados mais dóceis, nesse caso mulheres e crianças, podendo assim pagar também baixos salários. Weber (2005) discute essa questão de trabalhadores mais dóceis demonstrando como a reforma protestante influenciou no comportamento dos trabalhadores. O trabalho passa a ser visto como o criador de toda a riqueza, o que resultou na discussão sobre o seu significado.
Weber (2005) analisa a relação entre a ética protestante e o espírito do capitalismo, procurou demonstrar claramente essa mudança de atitude e de concepção em relação ao trabalho. O trabalho passa a ser encarado como uma virtude, e, ao se trabalhar arduamente, pode-se chegar a ter êxito na vida matéria, que é expressão das bênçãos divinas sobre os homens. Essa concepção protestante em relação ao trabalho vai servir muito bem à burguesia comercial e depois a indústria, que precisava de trabalhadores dedicados, sóbrios e dóceis em relação às condições de trabalho e aos baixos salários.

Ao analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista, é importante deixar claro que não existe uma única sociedade capitalista, mas muitas que se constituíram em diversas regiões do planeta. Entretanto o que elas têm em comum é a forma como a produção material se desenvolve. Desse modo os que a define como sociedades capitalistas é a propriedade privada, o trabalho assalariado, o sistema de troca e uma determinada divisão social do trabalho. (TOMAZI, 2000).

Concorda-se com Thompson (1998) que identifica todos esses acontecimentos como problemas sociológicos, logo há a necessidade desse entendimento. Podemos afirmar que na sociedade capitalista o trabalhador é detentor de sua força de trabalho, que é vendida ao capitalista, dono dos meios de produção, em troca de uma remuneração que deveria garantir a sobrevivência do mesmo e sua consequente reprodução, garantindo desta forma a multiplicação do contingente de trabalhadores. É importante ressaltar que no sistema capitalista existe uma exploração funcional do trabalhador, que garante a composição do lucro do capitalista, qual seja a mais-valia. (MARX, 1996)

A mais-valia deve ser entendida como tudo aquilo que é subtraído do trabalhador pelo capitalista durante o cotidiano na exploração de sua força de trabalho e na remuneração desse trabalhador, ou também, como a forma específica que assume a exploração sob o capitalismo, à diferença específica do modo de produção capitalista, em que o excedente toma a forma de lucro e a exploração resulta do fato da classe trabalhadora produzir um produto líquido que pode ser vendido por mais do que ele recebe como salário. (MARX, 1996)

O trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria, que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalhador seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com sua força de trabalho para vender o trabalho assalariado existiu desde a antiguidade, mas não de maneira tão extensiva e dominante, como após a revolução industrial. (TOMAZI, 2000).

A emergência do trabalhador assalariado é simultânea à do capitalista. Sendo dois elementos indissociáveis, do mesmo momento histórico. Se houve transformações na própria forma de produzir mercadorias, alterando a divisão social do trabalho e toda a estrutura da produção, houve também mudança na concepção de trabalho, ou seja, mudou-se a maneira de pensar a respeito do ato de trabalhar.

Neste caso são as horas trabalhadas e não pagas que, acumuladas e reaplicadas no processo produtivo, vão fazer com que o capitalista enriqueça rapidamente. E assim, todos os dias, isso acontece nos mais variados pontos do mundo: uma parcela significativa do valor-trabalho produzido pelos trabalhadores é apropriada pelos capitalistas. Esse processo denomina-se acumulação de capital. Em outros termos, portanto, capital nada mais é do que: o trabalho não pago, isto é, aquela parte que o trabalhador produz e que não lhe é paga (mais-valia) vai para os bolsos do patrão. (MARX, 1996).

Para obter mais lucros, os capitalistas aumentam as horas de trabalho, gerando a mais-valia absoluta, ou, então passam a utilizar equipamentos e diversas tecnologias para tornar o trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais-valia relativa, ou seja, mais produção e mais lucro com o mesmo número de trabalhadores, cujos salários continuam sendo os mesmos. (MARX, 1996)

Marx e Engels (2005) que procurou demonstrar a existência de um conflito de classes entre trabalhadores e capitalistas, elemento este que é inerente à sociedade burguesa. Explica que os conflitos entre os capitalistas e os operários aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que estão trabalhando mais e que, no entanto, estão a cada dia mais miseráveis.

Durkheim (1999) analisa as relações trabalho na sociedade capitalista de forma diferente. Em seu livro a Divisão do trabalho social, procura demonstrar que a crescente segmentação do trabalho, resultante da produção industrial moderna, trazia consigo uma forma superior de solidariedade e não o conflito. Para Durkheim, toda ebulição no final do século XIX não passa de uma questão moral. Os conflitos não tinham nada de norma, para ele, faltavam instituições e normas integradoras que permitissem que a solidariedade advinda da divisão do trabalho pudesse se expressar e, assim por fim aos conflitos.

O TEMPO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Outra questão a ser levantada e de essencial importância para a proposta aqui apresenta perpassa na possibilidade de fazer a análise da revolução industrial em uma perspectiva de tempo, ou seja, entender como o tempo mudou com a instauração do capitalismo na sociedade. Thompson (1998) retrata categoricamente essa questão demonstrando que o tratamento com as tarefas se tornam muito mais complexas com o advento da revolução industrial.

A inclusão da mão-de-obra empregada modifica toda uma estrutura de economia familiar, pois o pequeno agricultor que antes podia se orientar pelas tarefas, existindo no interior de sua atividade rural a divisão de trabalho. Quando da alocação desse trabalhador em papeis e em disciplinas de empregador-empregado o tempo começa a se transformar em dinheiro, ou seja, a contratação da mão-de-obra real torna visível a transformação da orientação pelas tarefas no trabalho de horário marcado independente da utilização de relógio (THOMPSON, 1998).

A difusão desse mecanismo traz a tona uma distinção entre o tempo do empregador e o tempo do empregado. O empregador utiliza o tempo de sua mão-de-obra para que ela não seja desperdiçada, o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro, logo o tempo vira moeda e ninguém mais passa o tempo e sim gasta. Agregado a isso o instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era uma das mais urgentes necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar seu avanço. (THOMPSON, 1998).

O relógio não era apenas, mais útil, ele conferia prestígio ao seu dono “sempre que um grupo de trabalhadores entrava numa fase de melhoria do padrão de vida, a aquisição de relógios era um das primeiras mudanças notadas pelos observadores” (THOMPSON, 1998, p.279). A atenção ao tempo no trabalho depende em grande parte da necessidade de sincronização do trabalho, por conta da revolução industrial.

Anterior ao processo da revolução industrial o padrão de trabalho sempre alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando os homens detinham o controle de sua vida produtiva. Com o advento da revolução industrial criou-se artifícios, não agradáveis ao empregador, para “cabular” o tempo, como é o caso de ser considerada a segunda-feira como santa, o ritmo irregulares de trabalho, etc. Existindo dificuldades óbvias na natureza da ocupação dos trabalhadores, pois eles ainda não havia abandonado de todo as convenções da sociedade “pré-capitalistas”. (THOMPSON, 1998, p.279).

A tentativa de impor o “uso-econômico-do-tempo” trouxe diversos desdobramentos, entre eles a questão de disciplina dentro das fábricas, bem como o hábito de levantar cedo também introduz uma regularidade nas famílias, uma ordem na sua economia, outra questão foi a inclusão do registro de relógio de ponto que vai tentar controlar e disciplina mais ainda o tempo do trabalho dos empregados. (THOMPSON, 1998).

Thompson (1998) intensifica o debate afirmando que o exame dessas condições não esta apenas nas mudanças na técnica da manufatura que exigem maior sincronização de trabalho e maior exatidão nas rotinas do tempo em qualquer sociedade, mas como essas mudanças são experienciadas na sociedade capitalista industrial nascente, estando preocupado simultaneamente com a percepção do tempo em seu condicionamento tecnológico e com a medição do tempo como meio de exploração da mão-de-obra.

O LUGAR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Hobsbawm (2005) defende a data de 1780 do início do que ele chamou de maior revolução do mundo. A revolução industrial inicia-se na Inglaterra, significa que pela primeira vez na história da humanidade foram tirados os grilhões do poder produtivo da humanidade, em que consegue a multiplicação de maneira rápida, constante de mercadorias e serviços, e por que não de homens (entende-se mão-de-obra). Continua afirmando que nenhuma outra sociedade anterior tinha conseguido transpor o teto de uma estrutura social pré-industrial, a Inglaterra conseguiu mesmo com uma tecnologia e uma ciência deficiente avançar no processo produtivo. No entanto essa transformação trouxe conseqüências um colapso: a fome e a morte periódicas impunham a produção.

A revolução industrial não foi um episódio com um princípio, meio e fim. Sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então, ela ainda prossegue. Na Grã-Bretanha “ponto de partida” pode provavelmente ser situada, com precisão possível dentro de 20 anos que vão de 1780 a 1800. Esta revolução foi provavelmente o mais importante acontecimento da história do mundo e foi iniciada na Grã-Bretanha, não tem como apontar ao certo quais os motivos que se deveu ao seu inicio nessa região, mas com certeza não foi por conta da superioridade tecnológica ou científica, haja vista que tais perspectivas se mostravam mais avançadas em outras localidades, como por exemplo: na França. (HOBSBAWM, 2005).

A revolução industrial precisou de poucos refinamentos intelectuais, suas invenções e técnicas foram bastante modestas. Mas as condições adequadas estavam presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo, e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionaria, pois já tinha sido encontrado na prática. Uma relativa quantidade de proprietário com espírito comercial já quase monopolizava a terra que era cultivada por arrendatários, empregando camponeses sem terra ou pequenos agricultores criando assim todo um arcabouço estrutural para a “explosão” da revolução industrial. (HOBSBAWM, 2005)

Hobsbawm (2005) ratifica que as atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado; as manufaturas já se tinham disseminado por um interior não feudal. Nesse sentido a agricultura estava preparada para levar a termo suas três funções fundamentais: aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande crescente excedente de recrutas em potencial pára as cidades e as indústrias; e por fim fornecer um mecanismo para o acumulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Além dessas constatações introduzira o caro equipamento necessário para toda economia progredir, ou seja, a construção de uma frota mercante e de facilidades portuárias e na melhoria de estradas e vias navegáveis.

As revoluções industriais pioneiras ocorrem em uma situação histórica especial, em que o crescimento econômico surge de um acumulo de decisões de incontáveis empresários e investidores particulares, cada um deles governado pelo primeiro mandamento da época, comprar no mercado mais barato e vender no mais caro. Na Inglaterra de fins do século XVIII duas coisas eram necessárias: primeiro uma indústria que já oferecesse recompensas excepcionais para o fabricante que pudesse expandir produção rapidamente, se necessário, través das inovações simples e razoavelmente baratas e segundo um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora, tais considerações se aplicam a quase todos os países nessa época.
Iniciada a industrialização na Grã-Bretanha, outros países podiam começar a gozar dos benefícios da rápida expansão econômica que a revolução industrial pioneira estimulava. Alem disso o sucesso britânico provou que se podia conseguir com ela, a técnica britânica podia ser imitada, ou seja, a habilidade e o capital britânico podiam ser importados, expandindo-se para várias partes da Europa, para a Bélgica, Alemanha e América.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

As transformações históricas, políticas, econômicas e sociais ocorridas desde o século XV, embora não sendo determinante, influenciaram sobre maneira a revolução industrial. Tais acontecimentos tiveram um contexto específico e precisa ser mais bem estudado pela história e nesse intuito de esclarecer alguns pontos fundamentais dos fatos que antecederam a revolução industrial que se faz necessário um breve relato dos principais acontecimentos a partir desse período para melhor compreensão da temática aqui levantada.

A expansão marítima, ou grande navegações tem um papel importante nesse processo, haja vista, que a circunavegação da África, o “descobrimento” da rota para as Índias e para as Américas, foi ampliando a concepção de mundo dos povos europeus. A definição de um mundo territorialmente muito mais amplo, como novos povos, novas culturas, novos modos de explicar as coisas vai exigir a reformulação do modo de ver e de pensar dos europeus. (TOMAZI, 2000).

Nesse contexto conheciam-se novos povos, novas culturas, instalavam-se colônias na África, na Ásia e nas América, ocorrendo com isso a expansãrica, ocorrendo com isso a expansovos, novas cultura instalavam-se colxplicar as coisasormulaço do comé do comrcio de novas mercadorias (sedas, especiarias, produtos tropicais como açúcar, milho, etc.) entre as metrópoles e as colônias, bem como entre os países europeus. Nascia então a possibilidade de um mercado muito mais amplo com características mundiais. (TOMAZI, 2000).

A exploração de metais preciosos, principalmente na América, e o tráfico de escravos ocasionou altíssimos lucros para os mercadores, deram grande impulso ao comércio, que não mais ficou restrito aos mercadores das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou Flandres), passando também para as mãos de grandes comerciantes e muitas vezes de soberanos dos grandes Estados nacionais em formação na Europa. (TOMAZI, 2000).

Toda essa expansão territorial e comercial acelerou o desenvolvimento da economia monetária, com a acumulação de capitais pela burguesia comercial nascente, que mais tarde terá uma importância decisiva na gestão do processo de industrialização na Europa. No entanto as modificações que vinham se processando na forma de produzir a riqueza vieram agregadas também de mudanças na estruturação política. O sistema político feudal tinha restringindo as tarefas administrativas, fiscais, legais e militares, aos diferentes estamentos (nobreza e clero) em algumas cidades, criando desse modo, um grande entrave para as novas atividades econômicas que estavam surgindo.

O declínio do sistema feudal vai pouco a pouco se efetivando, principalmente pelo desenvolvimento de uma estruturação estatal que tem por base a centralização da justiça, com um novo sistema jurídico baseado no direito romano, a centralização da força armada, ou seja, a formação de um exército permanente e a centralização administrativa, com um aparato burocrático ordenado hierarquicamente, com um sistema de impostos que irá permitir uma arrecadação constante para manter todo esse aparato “jurídico-burocrático-militar” sob um único comando, ou seja, nascia o Estado moderno, que vai favorecer a expansão das atividades vinculadas ao desenvolvimento da produção têxtil, à mineração e a siderúrgica, além do comércio interno e externo. (TOMAZI, 2000).

No século XVI desenvolve outro movimento: a Reforma Protestante, que ao entrar em conflito com a autoridade papal e com a estrutura da igreja católica, vai propiciar uma tendência que contribui de modo significativo para a valorização do conhecimento racional, em contraposição à revelação, ao permitir a livre leitura das Escrituras Sagradas, tendo assim um confronto com o monopólio do clero na interpretação baseada na fé e nos dogmas. (TOMAZI, 2000).

Nesse mesmo período surge também um outro movimento no sentido de analisar o universo de outra forma, ou seja, a razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para se conhecer o mundo, isto é, os homens devem ser livres para julgar, avaliar pensar e emitir opiniões sem submeter a nenhuma autoridade transcendente ou divina, que tinha a igreja como defensora e guardiã. (TOMAZI, 2000).

A razão, ou a capacidade racional do homem de conhecer, é definida como o elemento essencial que se colocaria frontalmente contra o dogmatismo e a autoridade eclesial, criando-se uma nova atitude diante das possibilidades de explicar os fatos sociais. Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são fundamentais, aparece, nesse momento representado pelas idéias de diversos pensadores como: Nicolau Maquiavel, Thomas, Hobbes, Francis Bacon, René Descartes, John Locke, dentre outros. (TOMAZI, 2000).

O final do século XVII é marcado por grandes transformações econômicas e políticas, na maioria dos países europeus, a burguesia comercial formada basicamente por comerciantes e banqueiros, tornam-se uma classe com, muito poder. Essa classe além de sustentar ativo o comércio entre os países europeus, estendia-se à todos os países do mundo, comprando e vendendo mercadorias, tornando o mundo cada vez mais europeizado. (TOMAZI, 2000).

A partir do século XVIII o capital mercantil se estendia também a outro ramo de atividade: gradativamente se organizava a produção manufatureira. A compra de matéria-prima e a organização da produção, seja através do trabalho domiciliar seja no trabalho em oficinas levavam ao desenvolvimento de um novo processo produtivo em contraposição aos das corporações de ofício. (TOMAZI, 2000).

(Os créditos são da professora KARINA DANTAS)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fernando Collor de Mello

A inchada burocracia brasileira já era alvo das denúncias de VEJA havia muitos anos quando Fernando Collor de Mello, então governador de Alagoas, começou a combater a praga dos supersalários no funcionalismo de seu Estado. Foi por causa dessas medidas de ajuste da máquina governamental adotadas por Collor que o político alagoano apareceu pela primeira vez na capa de VEJA, em 23 de março de 1988. A expressão "caçador de marajás" foi usada como um dos slogans de Collor nas eleições do ano seguinte, as primeiras diretas para presidente depois do regime militar.

(...) Desde que foi eleito, Collor, sem assinar uma única grande obra, conquistou a simpatia dos alagoanos e popularidade no Brasil inteiro. Descobriu primeiro a mina de impacto político que pode ser aberta com uma boa caçada aos marajás do serviço público. Esse é o seu segredo. (...)
'A guerra ao turbante', 23/3/1988

Em disputa com Lula no segundo turno, Collor saiu vencedor. VEJA registrou o caráter acirrado da campanha em dezembro de 1989: "Collor - Vitória num país dividido", dizia a capa sobre sua eleição. Instalado o novo governo, o país foi surpreendido com o mais traumático de todos os planos econômicos - aquele que confiscou a poupança e a conta-corrente dos brasileiros. O Plano Collor se mostraria um fiasco retumbante naquela que era sua principal missão, acabar com a inflação no Brasil.

(...) Antes de tomar posse, o presidente informou que só tinha uma bala na agulha para disparar contra a inflação e, portanto, não poderia errar. Fez o disparo - só que, ao invés de uma bala de revólver, detonou uma bomba nuclear sobre a economia. . (...)
'O presidente dispara sua bomba', 21/3/1990

Os seguidos fracassos na área econômica, acompanhados de trapalhadas políticas nos dois primeiros anos de mandato, colocaram o governo Collor na berlinda. Mas o pior ainda estava por vir. Em maio de 1992, VEJA publicou uma histórica reportagem de capa com as denúncias de Pedro Collor contra seu próprio irmão, o presidente Fernando. Nos quatro meses seguintes, a revista lançou mais catorze capas sobre o esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias, o PC.

(...)Desde que Caim teve aquela desavença letal com Abel, briga entre irmãos é um espetáculo lamentável de se acompanhar. Quando um dos irmãos é o presidente de um país com tantas dificuldades políticas como o Brasil,
a briga adquire um caráter de irresponsabilidade temerária.(...)
'Raio x na renda', 20/5/1992

Sua proximidade com Collor escancarou as portas para que ele se metesse em todos os cantos do governo, do Palácio do Planalto ao Banco Central, passando por diversos ministérios. PC nomeou, demitiu e influenciou as decisões do governo. Comandando um esquema de poder paralelo, traficou influência e desviou recursos públicos, como ficaria provado por uma série de documentos revelados por VEJA naquele tempo.

Sou eu o primeiro interessado no esclarecimento definitivo dos fatos, sou o primeiro interessado na verdade.
Collor, em discurso na TV (8/7/1992)

A população foi às ruas pedir a saída do presidente, enquanto o Congresso e o Judiciário puseram-se à caça de Collor. Em 29 de setembro de 1992, Collor caiu, em uma votação histórica na Câmara. O "caçador de marajás" tornou-se o primeiro presidente da história política brasileira afastado em um processo de impeachment.

O governo perdeu as estribeiras
e partiu para o vale-tudo.
José Sarney, na votação do impeachment (30/9/1992)

A expulsão da "República de Alagoas" de seu paraíso terrestre, os cofres públicos, foi uma vitória da sociedade brasileira. A renúncia do presidente Fernando Collor e a subseqüente suspensão de seus direitos políticos pareciam a catarse perfeita depois de longo período de sofrimento. VEJA foi instrumental na higiene política que culminou com a saída de Collor. Até o impeachment, publicou dezenas de reportagens que expuseram as entranhas de uma capilar organização criminosa dedicada a pilhar as fontes de riqueza estatais e privadas do país. Para VEJA, 1992 foi "O ano glorioso em que nos livramos delle". O Brasil nunca vira antes tamanha desfaçatez de homens públicos. Conseguiu livrar-se de um presidente corrupto, chefe de uma quadrilha que violava a Constituição e levava o país para o abismo.

Pragmático, PT perde fundadores ao ganhar poder

Militantes históricos deixaram partido ao bater de frente com Lula ou criticar decisões como alianças com partidos de centro-direita

BRASÍLIA - Com um pragmatismo de quem tem planos de ficar muitos anos no poder, o PT completou 31 anos muito diferente do partido fundado pela união de uma elite sindical a intelectuais e religiosos. O PT notabilizou-se pela frieza política e não teve nenhum escrúpulo em descartar o militante histórico quando este se tornou um incômodo.

De 1980 até hoje, tombaram fundadores como o sociológico Chico de Oliveira e o jurista Hélio Bicudo, o ex-governador e ex-ministro Cristovam Buarque (DF), as ex-senadoras Heloisa Helena (AL) e Marina Silva (AC), os ex-deputados Fernando Gabeira (RJ) e João Batista Araújo, o Babá (PA), que deixou o Pará para residir no RJ, além dos deputados Ivan Valente (SP) e Paulo Rubem Santiago (PE), entre dezenas. Uns, como Oliveira e Bicudo, saíram por incompatibilidade com o mais forte nome petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; outros, como Heloísa Helena e Babá, foram expulsos por não terem votado a reforma da Previdência. Cristovam, Marina e Gabeira saíram por terem sido marginalizados dentro do PT, quando suas opiniões já não interessavam mais.

Diferenças. "Hoje o PT é um partido pragmático, com experiência na condução do País, com experiência de governos estaduais e municipais, de atuação no Congresso, de força administrativa", diz o presidente do partido, José Eduardo Dutra. "Isso levou a uma diferença enorme no jeito de ser e de atuar como partido, da época em que foi fundado, em que vivíamos uma ditadura militar, até agora. O mundo mudou, o Brasil mudou."

Para chegar aos 31 anos em pleno vigor político, o PT ousou mais do que muitos pensariam que conseguisse. Depois de descartar companheiros de primeira hora que desconfiavam das mudanças, buscou novos aliados em oligarquias, como a do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e jader Barbalho no Pará, o qual garantiu a eleição do PT para governador, em que o Pará elegeu pela primeira vêz uma mulher ANA JULIA e depois de 4 anos se arrependeram, tudo parecia impossível, a exemplo do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL), o qual sofreu impeachment logo no seu 2 ano de mandato, o primeiro a derrotar Lula em uma campanha presidencial, usando para isso métodos como o depoimento de Miriam Cordeiro, uma ex-namorada de Lula, com o qual teve a filha Lurian, e em muito mostrou a podridão que foi lula no decorrer de sua vida antes de ser o mandatario máximo do país, inclusive mostrando para o Brasil o lula debochado e racista como foi o comparativo do depoimento de um negro em relação ao apoio de Gilberto Gil e Dejavan na campanha de lula.

Alianças. Do esquerdismo puro e simples - que Lênin chamou de "doença infantil do comunismo" - da época do nascimento à maturidade política, o PT foi se transformando de forma a se tornar viável politicamente. Só conseguiu eleger Lula presidente na quarta tentativa, agora em aliança com o extinto PL, tendo como candidato a vice um grande empresário, José Alencar. Mesmo assim, por ordem de Lula, o PT não se aliou com o PMDB nos dois primeiros anos de governo.

Foi preciso enfrentar pequenas crises em 2004 para que os peemedebistas fossem chamados. E uma grande crise, a do mensalão, em 2005, quando as cúpulas do PT e dos partidos aliados caíram, para que mais espaço fosse cedido ao PMDB, resultando numa sólida aliança no segundo governo de Lula, e na composição da chapa da hoje presidente Dilma Rousseff.

De 2006, quando Lula foi reeleito, até agora, o PT abriu seu leque de alianças à esquerda e à direita. Assegurou a companhia de velhos aliados, como o PSB e o PC do B, e de legendas de centro-direita, como o PR, o PTB e o PP. Como uma aliança nestas circunstâncias não pode ser ideológica, ela foi fechada à base da fisiologia e da concessão de espaço político nos ministérios.

Essa estratégia atingiu a imagem de partido ético, mas tem dado resultados práticos. A base de apoio do governo no Congresso chega a ser desproporcional. No Senado, podem ser considerados do arco do governo 62 dos 81 senadores; na Câmara, 405 dos 513 deputados fazem parte da base de apoio a Dilma.

Essa sim vai mostrar para lula o valor de uma mulher e perpiscacia no trato com a coisa pública e depois que ela colocar realmente o pé no chão tchau! lula, tchau! PT.

Mulher da periferia é mais feliz com o corpo

A procura do corpo perfeito é democrática, um desejo acalentado por qualquer mulher, rica ou pobre. O que muda é o conceito de beleza. Entre as mais ricas, qualquer sacrifício vale a pena para chegar perto da magreza das modelos. Entre as mais pobres, bonito mesmo é o corpo farto e curvilíneo das dançarinas de pagode. A grande diferença entre os dois grupos é o sofrimento diante do excesso de peso. As mais ricas tentam se esconder sob roupas largas. As mais pobres exibem a gordura sem pudor em microshorts e tops justíssimos.

A diferença no comportamento dessas mulheres chamou a atenção de Joana de Vilhena Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio e pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Para entender os motivos dos dois grupos, Joana percorreu áreas chiques da zona sul carioca e subiu três favelas, entre elas a Rocinha, que possui quatro academias de ginástica. O resultado é o livro Com que corpo eu vou? - Sociabilidade e usos do corpo nas mulheres nas camadas altas e populares, lançado pela Pallas.

Depois de ouvir o relato de mais de 200 mulheres, Joana não tem dúvidas. As moças das favelas se preocupam tanto quanto as “patricinhas” endinheiradas em terem um corpo bonito. Fazem ginástica, entram na fila de hospital público para fazer lipoaspiração, tomam chá para emagrecer, mas o objetivo é bem diferente. Na elite, a motivação é o espelho. “Para essas mulheres, o que importa é a relação com elas mesmas. Dizem que querem ser magras para se sentir bem”, explica. Na favela, o interesse é conquistar os homens. “Elas querem ser chamadas de gostosas, querem exercer sua sexualidade.”

A pesquisadora acredita que as mulheres das camadas populares são muito mais felizes com seus corpos, mesmo quando estão gordas. Uma mulher gorda na classe média é motivo de escárnio. Na favela, ela não precisa se livrar dos recheios para ser admirada.” Além do mais, as mais pobres têm outras preocupações. “Elas gastam mais energia em garantir direitos básicos de sobrevivência, coisas que para a mulher de classe média já estão resolvidas. Pelo menos nessa relação com o corpo, as moradoras de favelas são bem mais felizes.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quero essa mulher assim mesmo do jeito que ela é.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O QUE A RESERVA RAPOSA DO SOL TEM EM RELAÇÃO AO NIÓBIO ?

A questão do nióbio e a reserva Raposa do Sol

Está explicado porque tantos interesses internacionais na demarcação da Reserva Raposa do Sol. Lá existe a maior reserva de diamantes do mundo e também fortes índicios da existência de Nióbio. Após a demarcação, as terras serão solicitadas pelos índios como área independente do Brasil, formando um novo país. O governo Lula, através do seu ministro de Relações Exteriores, Celson Amorim, ratificou em 2007 a concordância do Brasil com a Declaração dos Direitos dos povos índigenas que concede poderes aos índios para solicitar a sua indepedência. Jorge Roriz

A questão do nióbio ? ou diga não à doutrina da subjugação nacional
Por Ronaldo Schlichting – 04/10/2008

O Brasil durante toda a sua história teve as sucessivas gerações de seus cidadãos escravizados pela abominável doutrina da subjugação nacional.

Qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus testas de ferro locais.

Salvo raríssimas exceções, tanto no Império quanto na República, todos os homens e mulheres das elites que serviram ou servem aos poderes constituídos trabalharam e vêm trabalhando, conscientemente ou não, para que esta doutrina se mantenha e se fortaleça.

Ao longo do tempo foi disseminada e implementada também, através do uso de inocentes organizações, como as ONGS, fundações, igrejas, empresas, sociedades, partidos políticos, fóruns, centros de estudo e outras arapucas.

Para se poder entender o alcance ilimitado e a potência do poder do braço dessa doutrina, vamos nos reportar ao século passado, mais precisamente até a segunda metade dos anos 50.

A AVRO, fabricante do famoso bombardeio lancaster, usado durante a II Guerra Mundial, era uma próspera indústria aeronáutica estatal canadense, assim como a Embraer.

Em 1955, com o recrudescimento da guerra fria, o governo canadense encomendou à AVRO, para a sua Força Aérea, o projeto, desenvolvimento e a construção de um caça a jato, totalmente nacional, capaz de interceptar e destruir quaisquer tipos de aviões soviéticos que tentassem um ataque contra o Canadá ou aos EUA? via seu território.
Assim, nasceu o Arrow, milagre tecnológico, um jato 30 anos avançado no tempo, fruto do gênio e do patriotismo dos canadenses.

Fuselagem, motores, computadores de bordo, sistema de armas, todos nacionais.
Foi o primeiro avião no mundo a voar pelo sistema fly by wire e com velocidade superior a mach 2, isto é, duas vezes superior à velocidade do som, aproximadamente 2400 km por hora.

Porém, em 19 de fevereiro de 1959, a terrível mão da Doutrina esmagou a soberania do país com toda a sua força.

Canadá também

Intempestivamente, o primeiro-ministro do Canadá decretou o cancelamento do projeto Arrow. Com uma ordem determinou a destruição imediata de todos os protótipos, motores, plantas, informações, ferramentas, patentes e a demissão de milhares de engenheiros, técnicos e operários para que o botim fosse repartido entre a França, a Inglaterra e os EUA, que obviamente ficou com a parte do leão.

Assim, a nova tecnologia adquirida com o desenvolvimento do Arrow foi totalmente rapinada e aplicada, de graça, pelos franceses e ingleses na fabricação do primeiro avião supersônico de passageiros, o concorde.

Uma tragédia, com prejuízos incalculáveis para a economia, para o desenvolvimento e para o destino do povo canadense.

Entretanto, a construção desta maravilha tecnológica não teria sido possível sem a utilização de um metal raro no mundo, mas abundante no Brasil, o nióbio: o mais leve dos metais refratários.

Descoberto na Inglaterra em 1801, por Charles Hatchett ? na época o denominou de colúmbio. Posteriormente, o químico alemão Heinrich Rose, pensando haver encontrado um novo elemento ao separá-lo do metal tântalo, deu-lhe o nome de nióbio em homenagem a Níobe, filha do mitológico rei Tântalo.

Na década de 1950, com o início da corrida espacial, aumentou muito a procura pelo nióbio. Ligas de nióbio, foram desenvolvidas para utilização na indústria espacial, nuclear, aeronáutica e siderúrgica.

A aplicação mais importante do nióbio é como elemento de liga para conferir melhoria de propriedades em produtos de aço, especialmente nos aços de alta resistência e baixa liga, além de superligas que operam a altas temperaturas em turbinas das aeronaves a jato.

O nióbio também é utilizado na produção do aço inoxidável, na de ligas supercondutoras usadas na fabricação de magnetos para tomógrafos de ressonância magnética. Encontra aplicação, da mesma forma, em cerâmicas eletrônicas, em lentes para câmeras, na indústria naval e, na ferroviária para a fabricação dos ?trens bala?.

Dezenas de superligas estão em uso nos mais diversos meios abrasivos ou operando em altas temperaturas.

Essas ligas são a alma dos motores a jato e de foguetes, tanto comerciais quanto militares.

Um dos motores a jato mais comuns usado hoje em dia, contém cerca de, no mínimo, 300 quilogramas de nióbio de alta pureza. A maior parte desse precioso metal é proveniente da mina da CBMM, em Araxá, Minas Gerais.

Talvez, por isso, o jornal Folha de São Paulo, no dia 5 de novembro de 2002, tenha noticiado:

Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…?

A Companhia exporta 95% do Nióbio que retira de Minas Gerais e é a maior exploradora do metal do mundo.

O caso é antigo. Por meio de uma ONG, a empresa financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o Fome Zero, que integra o programa de governo do presidente eleito.

A matéria evidencia uma aliança anterior às eleições presidenciais entre um político, supostamente de ?esquerda?, e uma multinacional.

O Brasil detém 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio e o mundo consome anualmente cerca de 37.000 toneladas do minério, totalmente retiradas do Brasil.
O minério de nióbio bruto é comprado no garimpo a 400 reais o quilograma, portanto, sem contar a necessidade de formação de reservas estratégicas dos países do primeiro mundo, e o acréscimo do preço em razão do beneficiamento do minério, feito em Araxá, Minas Gerais, e Catalão, em Goiás, deveríamos contabilizar, pelo menos, 6 bilhões e 580 milhões de dólares, a mais, em nossas exportações anuais.

Eu não sabia?…

O preço do metal refinado, 99,9% puro, cotado na Bolsa de Metais de Londres a 90 dólares o quilograma, é meramente simbólico, porque o Brasil é o único fornecedor mundial. Portanto, é ele quem deveria determinar o seu preço. E por que não o faz?
Mal comparando, nióbio a 90 dólares o quilograma é hoje o mesmo que petróleo a menos de um dólar o barril.

No caso do petróleo, a OPEP estabelece o preço do óleo, equilibrando os interesses dos consumidores e produtores, porque o preço do petróleo é uma ?questão de Estado?. O mesmo não ocorre com o nióbio; absurdamente, quem estabelece o preço de venda do produto são os seus compradores. Por quê?

Apenas uma fração dos valores e quantidades reais do nióbio ?exportado? seria suficiente para erradicar a subnutrição da população explorada e empobrecida, e livrar o Brasil da desfavorável condição de devedor, além de financiar o seu desenvolvimento.

Os Estados Unidos, a Europa e o Japão são 100% dependentes das reservas brasileiras de nióbio, metal que é tão essencial como o petróleo, só que muito mais raro.

Como já demonstramos, sem nióbio não existiria a indústria aero-espacial, de armamentos, de instrumental cirúrgico, de ótica de precisão e os foguetes e os aviões a jato não decolariam.

Ora, se por petróleo as potências vão à guerra, imagine-se o que não fariam eles para garantir o nióbio grátis, que retiram do Brasil, com a conivência de governantes, cujas campanhas políticas e projetos são previamente financiados, como muito bem estão a nos provar as CPI’s em andamento no Congresso Nacional.

O tratamento VIP?, segundo a Folha de São Paulo, dispensado a Luiz Inácio, em Araxá, bem como o financiamento de seus projetos? pessoais, são no mínimo suspeitos e merecem uma investigação urgente e criteriosa por parte do Ministério Público Federal.

Porém, quem voltou ao assunto no dia 6 de julho de 2005, foi o jornal O Estado de São Paulo:
Brasília – O empresário Marcos Valério Fernandes disse na CPI dos Correios … ?É mentira a afirmação de que eu discuti cargos’, insistiu. (…) Ele (Marcos Valério) confirmou ter agendado um encontro do banco Rural com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Não foi um encontro comercial nem financeiro. O banco Rural foi informar ao ministro José Dirceu que pretendia explorar uma mina de nióbio no Amazonas’,disse. …?.

No dia 17 de julho de 2005, foi a vez da Coluna do jornalista Cláudio Humberto voltar a carga:

Nióbio é a caixa-preta na CPI ? Especialista na comercialização de metais não-ferrosos alerta que a CPI dos Correios comeu mosca quando Marcos Valério disse ?levei o pessoal do BMG ao José Dirceu para negociarem nióbio’ ? minério usado em foguetes, armas, instrumentos cirúrgicos etc. Explica que 100% do nióbio consumido no mundo é brasileiro, mas oficialmente exportamos só 40%. Suspeita de décadas de subfaturamento, com prejuízo anual de bilhões de dólares. Fonte milagrosa ? a CB MM, do grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, exporta 95% do metal retirado em Minas. Em 2002, Lula se hospedou na casa do diretor da CBMM, José Alberto Camargo, em Araxá, terra de Dona Beija.?

Surpreendente foi o próprio José Dirceu, que durante o programa Roda Viva, levado ao ar, em rede nacional ao vivo, pela TV Cultura, no dia 24 de outubro de 2005, confirmou ter tratado? a questão do nióbio? com banqueiros mineiros…
Ato falho ou um recado para o presidente?

Na manhã de 22 de fevereiro de 2005, a comentarista econômica da Rede Globo e da rádio CBN, Miryan Leitão, em sua ?análise? matinal para as duas emissoras, fazia o tipo da mulher desinformada sobre as constantes noticias da contínua valorização do real frente ao dólar, não sabendo explicar o paradoxo da manutenção do ritmo das nossas exportações mesmo com a moeda nacional super valorizada.

Governantes? nossos, prepostos deles

Dizia que não tinha explicações para o fenômeno, mas, gaguejando, dava a entender que a política econômica do ?governo? estaria no rumo certo, etc.

No cassino das finanças internacionais o jogo da moda é chamado de mico preto, cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar.

A vítima, aqui no Brasil, é o povo por causa da má fé, da incompetência ou da burrice do seu jogador, o ministro da Fazenda.

O mico preto, também conhecido como papel pintado, moeda sem lastro, dinheiro falso, massa podre, etc., emitida, sem lastro e sem limites, por 12 bancos particulares ?norte-americanos? de que as grandes economias do mundo como a chinesa, a japonesa, a coreana, inglesa, são possuidoras de gigantescas somas desse ?dinheiro?, tanto na forma de reservas líquidas como em títulos do tesouro norte-americano ?, estando portanto com a carta fatal nas mãos.

Uma corrida intempestiva em direção à conversão dessa ?moeda? em euros, por exemplo, ou à venda antecipada desses títulos precipitaria rapidamente o fim do jogo, não dando tempo suficiente para se passar adiante o ?mico? para os outros players.

Então, sem chamar a atenção, se valendo do artifício da compra de matérias primas, insumos básicos, etc, usando o ?papel pintado?, estão, inteligentemente, transformando esterco em ouro. Por isso, no momento, pouco importa o valor relativo do dólar frente ao real porque, mesmo assim, eles vão continuar importando tudo o que puderem.

Perante ao apresentado não restam dúvidas, podemos afirmar que o Brasil está pagando para ter todo o seu nióbio roubado e que os nossos últimos ?governantes?, para não perderem os seus assentos em Davos, Washington, Zurick, Frankfurt, Nova Iorque, Amsterdã e…, vão continuar fiéis discípulos e feitores da pavorosa doutrina da subjugação nacional.

Nióbio: riqueza desprezada pelo Brasil

Países ricos gostariam de tê-lo extraído do seu solo enquanto o Brasil dispensa pouca importância a esse mineral com tão vastas qualidades e de incontáveis aplicações.

O nióbio, símbolo químico Nb, é muito empregado na produção de ligas de aço destinadas ao fabrico de tubos para condução de líquidos. Como curiosidade, o nome nióbio deriva da deusa grega Níobe que era filha de Tântalo que foi responsável pelo nome de outro elemento químico, tântalo.

O nióbio é dotado de elasticidade e flexibilidade que permitem ser moldável. Estas características oferecem inúmeras aplicações em alguns tipos de aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos destinados a fabricação de tubulações para o transporte de água e petróleo a longas distâncias por ser um poderoso agente anti-corrosivo, resistente aos ácidos mais agressivos, como os naftênicos.

Inúmeras são as aplicações do nióbio, indo desde as envolvidas com artigos de beleza, como as destinadas à produção de jóias, até o emprego em indústrias nucleares. Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes, devido a sua alta resistência a combustão. São tantas as potencialidades do nióbio que a baixas temperaturas se converte em supercondutor.

O elemento nióbio recebeu inicialmente o nome de “colúmbio”, dado por seu descobridor Charles Hatchett, em 1801. Não é encontrado livre no ambiente, mas, como niobita (columbita). O Brasil com reserva de mais de 97%, em Catalão e Araxá, é o maior produtor mundial de nióbio e o consumo mundial é de aproximadamente 37.000 toneladas anuais do minério totalmente brasileiro.

As pressões externas que subjugam o povo brasileiro

Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento do povo brasileiro, chama a atenção sobre a “Questão do Nióbio” e convoca todos os brasileiros para que diga não à doutrina da subjugação nacional. Menciona que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão.

Schlichting, de forma oportunista, desperta na consciência de todos que “qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus ‘testas de ferro’ locais”.

Identificam-se, nos dizeres do membro da Liga de Defesa Nacional, as estratégias atualmente aplicadas contra o Brasil nesta guerra dissimulada com ataques transversais, característicos dos combates desfechados durante a assimetria de “4ª. Geração”. Os brasileiros têm que ser convencidos que o Brasil está em guerra e que de nada adianta ser um país pacífico. Os inimigos são implacáveis e passivamente o povo brasileiro está assistindo a desmontagem do país. Na guerra assimétrica, de quarta geração de influências sutis, não há inicialmente uso de armas e bombardeios com grande mortandade. O processo ocorre de forma sub-reptícia, com a participação ativa de colaboracionistas, entreguistas, corruptos, lobistas e traidores. O povo na sua esmagadora maioria desconhece o que de gravíssimo está ocorrendo na sua frente e não esboça algum tipo de reação. Por trás, os países hegemônicos, mais ricos, colonizadores, injetam volumosas fortunas em suas organizações nacionais e internacionais (ONGs, religiosas, científicas, diplomáticas) para corromperem e corroerem as instituições e autoridades nacionais para conseqüentemente solaparem a moral do povo e esvaziar a vontade popular. Este tipo de acontecimento é presenciado no momento no Brasil.

As ações objetivas efetuadas

A sobretaxação do álcool brasileiro nos USA; as calúnias internacionais sobre o biodiesel; a não aceitação da lista de fazendas para a venda de carne bovina para a União Européia (UE); a acusação do jornal inglês “The Guardian” de que a avicultura brasileira estaria avançando sobre a Amazônia; as insistentes tentativas pra a internacionalização da Amazônia; a possível transformação da Reserva Indígena Ianomâmi (RII), 96.649Km2, e Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (RIRSS), 160.000Km2, em dois países e o conseqüente desmembramento do norte do Estado de Roraima; e, incontáveis números de outras tentativas, algumas ostensivas, outras insidiosas, deixam claro que estamos no meio de uma guerra assimétrica de quarta geração, que para o desfecho poderá ser o ataque de forças armadas coligadas (OTAN), lideradas pelos Estados Unidos da América do Norte.

É importante a chamada de atenção dos brasileiros que a RII é para 5.000 indígenas e que a RIRSS é para 15.000 indígenas. Somando as duas reservas indígenas dão 256.649Km2 para 20.000 silvícolas de etnias diferentes, que na maioria nunca viveram nas áreas, muitos aculturados e não reivindicaram nada. Enquanto as duas reservas indígenas somam 256.649Km2 para 20 mil almas, a Inglaterra com 258.256Km2 abriga uma população de aproximadamente 60 milhões de habitantes.

Esta subserviência do Brasil vem de longa data conforme o administrador de empresas Ronaldo pontifica, desde “o Império”, sendo adotada já no alvorecer da “República”. Exemplifica com as “ONGs, fundações, igrejas, empresas, sociedades, partidos políticos, fóruns, centro de estudos e outras arapucas”.

As diversas aplicações do nióbio

Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensáveis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida moderna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fabricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.

O descaso nas negociações internacionais

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior exploradora mundial, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, em Araxá, exporta 95% do nióbio extraído de Minas Gerais.

Segundo o artigo de Schlichting, que menciona o citado no jornal Folha de São Paulo, 5 de novembro de 2003: “Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…” E, complementa que “uma ONG financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o ‘Fome Zero’, que integra o programa de governo do presidente eleito”.
O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a 90 dólares o quilograma na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilograma é de 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 – $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é “sucesso de enganação”. O brasileiro é totalmente ludibriado com propagandas falsas de progressos nas exportações, mas, em relação aos negócios internacionais, de verdadeiro é a concretização de maus negócios.

Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a população do país, é muito descaso com as questões do país e o desinteresse com o bem-estar do povo brasileiro. Como os EUA, a Europa e o Japão são totalmente dependentes do nióbio e o Brasil é o único fornecedor mundial, era para todos os problemas econômicos, a liquidação total da dívida externa e de subdesenvolvimento serem totalmente resolvidos.

Deve ser frisada a grande importância do nióbio e a questão do desmembramento de gigantescas fatias de territórios da Amazônia, ricas deste metal e de outras jazidas minerais já divulgadas. As pressões externas são demasiadas e visam à desmoralização das instituições brasileiras das mais diversas formas, conforme pode ser comprovado nas políticas educacionais e nos critérios de admissão de candidatos às universidades. Métodos que corrompem autoridades destituídas de valores morais são procedimentos que contribuem para a desmontagem do país. Uma gama extensa de processos que permitam os traidores obterem vantagens faz parte para ampliar a divulgação da descrença, anestesiando o povo, dando a certeza de que o Brasil não tem mais jeito.

A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome l00% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfaturamento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anuais.

Ronaldo Schlichting, no seu artigo publicado, ressalta que “no cassino das finanças internacionais o jogo da moda é chamado de ‘mico preto’, cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar”. É, devido à incompetência do governo brasileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasileiro, o papel pintado, falso, sem valor, chamado de dólar.
O que está ocorrendo é que o Brasil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e recebendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.

“A criação da Reserva Indígena Balaio foi feita depois que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão do Ministério de Minas e Energia, identificou Seis Lagos, um imenso depósito de nióbio logo a norte de São Gabriel da Cachoeira. Esse depósito pode ser até maior que o maior depósito de nióbio hoje conhecido no mundo, que é o de Araxá, em Minas Gerais, que produz 95% do nióbio consumido no mundo. Aliás, antes mesmo de criar a reserva indígena foi criado um parque nacional sobre o depósito, para impedir seu estudo. A quem interessa isso?”

Isso esta me cheirando a canalice contra o povo brasileiro.

NIÓBIO, O QUE É ISSO? parecido com esnobe.

O nióbio é um elemento químico, de símbolo Nb , número atômico 41 (41 prótons e 41 elétrons) e massa atómica 92,9 u. É um elemento de transição pertencente ao grupo 5 ou VB da classificação periódica dos elementos. O nome deriva da deusa grega Níobe, filha de Tântalo — que por sua vez deu nome a outro elemento da família 5B, o tântalo.

É usado principalmente em ligas de aço para a produção de tubos condutores de fluidos. Nas condições normais é sólido.

Foi descoberto em 1801 pelo inglês Charles Hatchett.

Geral
Nome, símbolo, número Niobio, Nb, 41
Características principais
O nióbio é um metal dúctil, cinza brilhante, que passa a adquirir uma coloração azulada quando em contato com o ar em temperatura ambiente após um longo período. Suas propriedades químicas são muito semelhantes às do tântalo (elemento químico), que está situado no mesmo grupo.

O metal começa a oxidar-se com o ar a 200 °C e seus estados de oxidação mais comuns são +4, +7 e +9.

Aplicações

O nióbio apresenta numerosas aplicações. É usado em alguns aços inoxidáveis e em outras ligas de metais não ferrosos. Estas ligas devido à resistência são geralmente usadas para a fabricação de tubos transportadores de água e petróleo a longas distâncias.

Usado em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais.
Usado em soldas elétricas.
Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias como, por exemplo, os piercings.
Quantidades apreciáveis de nióbio são utilizados em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos , subconjuntos de foguetes , ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini.

O nióbio está sendo avaliado como uma alternativa ao tântalo para a utilização em capacitores.

O nióbio se converte num supercondutor quando reduzido a temperaturas criogênicas. Na pressão atmosférica, tem a mais alta temperatura crítica entre os elementos supercondutores, 9,3 K. Além disso, é um dos três elementos supercondutores que são do tipo II ( os outros são o vanádio e o tecnécio ), significando que continuam sendo supercondutores quando submetidos a elevados campos magnéticos.

História

O nióbio (mitologia grega: Níobe, filha de Tântalo) foi descoberto por Charles Hatchett em 1801. Hatchett encontrou o elemento no mineral columbita enviado para a Inglaterra em torno de 1750 por John Winthrop, que foi o primeiro governador de Connecticut. Devido à semelhança, havia uma grande confusão entre os elementos nióbio e tântalo que só foi resolvida em 1846 por Heinrich Rose e Jean Charles Galissard de Marignac que redescobriram o elemento. Desconhecendo o trabalho de Hatchett Since denominou o elemento de nióbio. Em 1864, Christian Blomstrand foi o primeiro a preparar o elemento pela redução do cloreto de nióbio, por aquecimento, numa atmosfera de hidrogênio.

“Columbium” foi o nome dado originalmente ao elemento nióbio por Hatchet, porém, a IUPAC adotou oficialmente o nome “niobium" em 1950, após 100 anos de controvérsias. Muitas sociedades químicas e organizações governamentais referem-se ao elemento 41 pelo nome IUPAC. Entretanto, a maioria dos metalúrgicos e produtores comerciais do metal, principalmente norte-americanos, adotam o seu nome original colúmbio.

Recentemente, o professor Luiz Roberto Martins de Miranda, da COPPE, UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em orientação a diversas teses de mestrado e doutorado, descobriu ser o óxido de nióbio um poderoso agente anticorrosivo, capaz de suportar a ação de ácidos extremamente agressivos, como os naftênicos, hoje muito comuns no dia-a-dia da indústria de petróleo. Tal descoberta gerou patentes de processos e produtos, hoje já em uso por indústrias de petróleo e aciarias com o nome comercial de Niobização.

Ocorrência

Placa de Nióbio.O elemento nunca foi encontrado livre na natureza. É encontrado em minerais tais como niobita (columbita) (Fe, Mn)(Nb, Ta)2O6, niobita-tantalita [(Fe, Mn)(Ta, Nb)2O6], pirocloro (NaCaNb2O6F ), e euxenita [(Y, Ca, Ce, U, Th) (Nb, Ta, Ti)2O6]. Minerais que contém nióbio geralmente contém também o tântalo.

Grandes depósitos de nióbio foram encontrados associados a rochas de carbono – silicatos, e como constituinte do pirocloro.

O Brasil (em Catalão e Araxá) concentra 75% de toda a produção mundial. Outra reserva importante de minerais de nióbio é do Canadá.[2]

Isótopos

O nióbio apresenta um único isótopo estável: Nb-93. Os radioisótopos mais estáveis são o Nb-92 com meia-vida de 34,7 milhões de anos, Nb-94 ( meia-vida de 20300 anos ) e o Nb-91 com meia-vida de 680 anos. Existe também um metaestável ( 0,031 mega elétron-volts ) com meia-vida de 16,13 anos

Outros vinte e três radioisótopos foram caraterizados. A maioria com meias-vida abaixo de duas horas, exceto o Nb-95 ( 35 dias ), o Nb-96 ( 23,4 horas ) e o Nb-90 ( 14,6 horas ).

O modo preliminar de decaimento dos isótopos com massas abaixo do isótopo estável Nb-93 é do tipo captura eletrônica e após este através de emissão beta , com casos de emissão de nêutrons como ocorre com os radioisótopos Nb-104, 109 e 110.

Precauções

Compostos que contém nióbio raramente são encontrados pelas pessoas. Porém, em sua maioria, são altamente tóxicos. O pó metálico deste elemento irrita os olhos e a pele, e pode apresentar riscos de entrar em combustão.

Para o nióbio não se conhece nenhum papel biológico.

O Brasil é um dos países subjugados ao poder dos norteamericanos. Vemos constantemente nossas riquezas sendo levadas não só pelos "gringos" como outros governos que quando não compram a preço baixos nossos recursos naturais, nóis roubam descaradamente a exemplo da hidropirataria.
Vejamos o que foi a enganação do governo lula, O pré-sal, pelo veto ao artigo 64 da lei, pelo ex-presidente Lula, deu de mão beijada mais de US$ 30 bilhões de dólares a Exxon. Mais de 100 mil ONGs estão explorando as riquezas da Amazônia sem o menor controle por parte do governo.

A presidenta Dilma, que seus marqueteiros tentam "vender" a imagem de "durona", de "chefona" de "extraordinária administradora", devia falar para esses "profissionais" pararem com essa palhaçada que ninguém acredita e parar de reclamar que o governo não tem dinheiro. Quer dinheiro, presidenta? E muito? Basta assinar uma MP aumentando o preço do NIÓBIO que é hoje vendido mais barato do que banana aos "gringos" que ganham trilhões de dólares nas nossas costas. Para quem não sabe o NIÓBIO tem centenas de aplicações industrias, inclusive na industrial espacial, enquanto o petróleo e o seu badalado pré-sal, não tem mais do que meia dúzia. O Brasil tem 97% das reservas mundiais de NIÓBIO. O programa espacial americano, europeu, chinês, japonês e etc., dependem exclusivamente do Brasil. A Rússia tem o outro "restinho" do NIÓBIO do mundo e só mesmo para consumo interno.
Sem considerar suas demais riquezas naturais, somente com acomercialização "honesta" do NIÓBIO, o Brasil já estaria entre as quatro grandes economias do mundo. E por quê não está?

Porque o Brasil, através dos seus dirigentes, participa dessa farsa do governo da NOVA ORDEM MUNDIAL que está sendo imposta pelos DONOS DO PLANETA.

Em vários momentos Lula confessa a participação brasileira nesse engodo. É por isso que continuaremos alimentando "os gringos" com nossas riquezas, enquanto o nosso povo fica a ver navios. Quando lula liberou 500 milhões de dolares ao EUA para não deixar o Império norteamericano ruir, claro que OBAMA tinham que vir ao Brasil e dizer com tapinhas nas costas de lula "ESSE É O CARA", em total deboche ao povo brasileiro, como que dissese vocês são um bando de otários.

A expressão de "falsidade" desse líder petista, nunca me enganou assim como DILMA não enganou milhões, que não votaram nela essa sim é uma ESNOBE.

E G I T O

Halim, estudante, líder quase por acaso
Universitário de 22 anos diz ter ficado surpreso com a adesão de manifestantes nos primeiros dias do protesto que derrubou Mubarak

Lourival Sant'Anna - O Estado de S.Paulo
Na noite de 24 de janeiro, Halim Henish, de 22 anos, estudante do quarto ano de direito, desceu de seu apartamento para buscar os 15 cartazes que tinha encomendado numa gráfica ao lado, com palavras de ordem contra o regime. Ao chegar lá, foi preso. O dono havia telefonado para a polícia. Eram 23h30. Halim foi solto às 3 horas do dia seguinte.


Até a noite de anteontem, ele estava com o mesmo chinelo de dedo verde e amarelo, jaqueta cinza, calça cargo marrom e camisa de flanela que usava quando desceu de seu apartamento, para onde não pôde voltar.

Halim é um dos fundadores do movimento Justiça e Liberdade, criado em julho, depois que Khaled Said, de 28 anos, foi espancado até a morte por policiais em Alexandria. O grupo começou com cem integrantes, na maioria estudantes; hoje tem 700, segundo Halim. No início de dezembro, eles participaram da organização dos protestos de 25 de janeiro, por meio da página Somos Todos Khaled Said, criada no Facebook pelo diretor de Marketing do Google para o Oriente Médio, Wael Ghonim.

A data foi escolhida por ser o Dia da Polícia no Egito. "Não tinha nada a ver com a Tunísia", recorda Halim, referindo-se aos protestos que eclodiram no fim de dezembro no país vizinho, levando à queda há um mês do presidente Zine Abidine Ben Ali, no poder havia 23 anos. "Claro que o que aconteceu lá serviu de incentivo." Muitos dos manifestantes eram estudantes e era época dos exames finais na universidade. "Eles disseram: "Dane-se. Não vamos fazer os exames enquanto Mubarak não cair"." As universidades, como todo o resto, acabaram fechadas e os exames, adiados.

A ideia inicial era ir para a frente do prédio do Ministério do Interior, mas os organizadores consideraram muito arriscado, por ser proibido. Decidiram então partir de cinco pontos do Cairo, incluindo bairros pobres, onde poderiam juntar mais gente. "Os pobres são mais afetados pela violência da polícia." A expectativa era reunir no máximo 5 mil pessoas.

Halim começou a sua marcha às 13 horas, perto de uma favela na Rua Nahia, na periferia da cidade, com 150 pessoas. Depois de várias idas e vindas, eram 4 mil, segundo seu cálculo. A polícia chegou, mas, diferentemente de outras vezes, não reprimiu o protesto. Ficou só observando.

Às 14 horas, depois de 20 minutos de caminhada, os manifestantes chegaram à Mesquita Mustapha Mahmoud, no populoso bairro de classe média de Mohandiseen. Lá, a multidão cresceu para 10 mil, segundo Halim. Ao contrário da Rua Nahia, o ponto de encontro na mesquita havia sido divulgado na internet e lá havia um efetivo bem maior da polícia. A aglomeração cresceu e chegou a 30 mil.

"Então a polícia começou a bater", lembra Halim, um rapaz alto e forte, de cabelos encaracolados e pele morena. "Normalmente, a polícia nos deixava gritar umas palavras de ordem até ficarmos roucos, prendia uns cinco ou sete e pronto." Dessa vez foi diferente. "A polícia ficou surpresa com o número de pessoas." Antes, quando a polícia erguia barreiras, os manifestantes ficavam atrás. Dessa vez, passaram por cima. "A polícia não tinha um plano", diz ele. "Em outros lugares foi muito mais violenta (a repressão)."

A Praça Tahrir era um dos cinco pontos de encontro. Lá se reuniram 5 mil manifestantes. A ideia de se juntarem todos lá surgiu espontaneamente, no decorrer das marchas. As autoridades haviam bloqueado os celulares, e o chamado para a praça se espalhou de boca em boca. Por volta das 16 horas, todos começaram a gritar nos vários pontos da cidade: "Se você quiser mudança, marche para Tahrir." Às 17 horas, havia cerca de 100 mil pessoas na praça central do Cairo.

A polícia tentou dispersar a multidão com cassetete, jatos de água, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e até pedras. Uma pedra atingiu Halim no rosto, quebrando seu nariz e fechando seu olho esquerdo. Ele protegeu o rosto com a jaqueta e avançou. "Foi muito caótico", recorda. "Vinha gente de todos os lados, tentando alcançar o prédio do Parlamento." Entre 18 e 19 horas, a polícia recuou e se concentrou em proteger o prédio, no flanco leste da praça.

Por volta de 19 horas, o então ministro do Interior, Habib el-Adly, declarou que, se até meia-noite a multidão não tivesse dispersado, recorreria à violência. "Decidimos que, se isso acontecesse, nos reuniríamos na sexta-feira de novo (dia do descanso semanal muçulmano) na Tahrir, vindo de cinco ou seis lados diferentes." À 0h30, a polícia atacou, disparando bombas de gás lacrimogêneo ao mesmo tempo, "algo sem precedentes", diz o estudante. "Eu não conseguia enxergar nada, com um olho ferido e o outro contaminado pelo gás."

Halim foi para o apartamento de um amigo no centro. Nenhum dos organizadores - 300 a 400 pessoas, dos quais 30 líderes - voltou para casa, pois seriam presos na certa. No dia seguinte, os feridos não saíram, porque também seriam presos. Na quarta e na quinta, houve pequenas manifestações, com apoio dos sindicatos dos jornalistas e dos advogados. Halim só saiu na quinta, para tratar com um médico particular do seu olho e de um ferimento na perna feito com bala de borracha.

Os celulares estavam bloqueados e os organizadores e líderes se comunicavam por telefones públicos e das casas onde estavam. Pela internet, anunciaram pontos de encontro em mesquitas, após as orações do meio-dia de sexta. Halim continuou no apartamento de seu amigo, por causa do ferimento no olho.

Os manifestantes chegaram mais preparados. Na internet, haviam encontrado dicas de tunisianos sobre como lidar com o gás lacrimogêneo: embeber um pano em vinagre para inalar, jogar Pepsi-Cola nos olhos e lançar as bombas na água. Na Ponte Kasr el-Nil, que dá acesso à Praça Tahrir, eles pegavam as bombas com luvas e jogavam no Nilo. Os policiais disparavam canhões de água depois das bombas. "Muito do nosso sucesso se deveu à estupidez da polícia", diz Halim sorrindo. "Eles jogaram água nas pessoas enquanto ainda estavam se despedindo depois das orações nas mesquitas, o que enfureceu muita gente e os encorajou a aderir."

Às 16 horas, eles chegaram à praça. Eram mais de 100 mil. "Pela primeira vez, sentimos que devíamos enfrentar a polícia." Por volta de 20 horas, a polícia desapareceu. Na terça seguinte, 1 milhão de pessoas saíram às ruas em todo o Egito. A conquista da praça só seria ameaçada cinco dias depois, na chamada Quarta-Feira Sangrenta, quando policiais à paisana e ativistas do Partido Nacional Democrático, do governo, atacaram os manifestantes com pedras e coquetéis molotov. Nove pessoas morreram, mas os manifestantes venceram e o Exército cercou a área, impedindo novos ataques.

Agora era questão de tempo. A "thawra", revolução, venceu na noite de anteontem, com a renúncia de Mubarak. O que Halim pretende fazer? Entrar para a política? Ele diz que não. "Quero ir para uma ilha com minha mulher amada, que ainda não encontrei, e o meu notebook."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

EGITO EM QUESTÃO

As comemorações pelo fim de 30 anos do governo de Hosni Mubarak no Egito entrou na madrugada de sábado (12) no país, com uma multidão ainda nas ruas das principais cidades do país.

Em Ismailia, no norte do país, multidões celebram e sacodem bandeiras do Egito, enquanto em Suez, os militares estão no centro das comemorações.

As duas cidades testemunharam alguns dos maiores confrontos entre manifestantes anti e pró Mubarak nas últimas semanas, assim com enfrentamentos com forças de segurança.

Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (11), após um governo de quase 30 anos e que era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares.

O anúncio da renúncia foi feito pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, em um curto pronunciamento na TV estatal. Mubarak entregou o poder ao Exército, disse Suleiman, com ar grave.

"O presidente Mohammed Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de presidente da república e encarregou o Alto Conselho Militar de cuidar das questões de Estado", disse Suleiman.

Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos. Eles começaram em 25 de janeiro, inspirados pela queda do presidente da Tunísia, e tiveram impulso na internet, que comemorou a queda do ditador.

Espera-se que a queda do regime Mubarak abale outros governos autoritários do mundo árabe.

Ainda não havia detalhes sobre como ocorrerá a transferência.

Um porta-voz disse que o Conselho Militar vai anunciar medidas para uma "fase de transição" no país, segundo comunicado lido na TV estatal. O conselho também disse que "não há alternativa à legitimidade do povo".

O ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, deve ser o chefe do conselho, segundo fontes militares. Ele passou em frente ao palácio presidencial, no Cairo, no início da noite desta sexta, saudando a multidão.

O conselho poderia derrubar o gabinete de ministros de Mubarak, fechar as duas casas do Parlamento e governar diretamente com a Corte Constitucional, segundo a TV Al Arabiya.

O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro.