domingo, 30 de janeiro de 2011

REVOLUÇÃO FRANCESA

Lembrei de um livro de Peter Burke, chamado “A fabricação do Rei”, cujo objeto formal é o famoso personagem de Luis XIV, o Rei Sol, que reinou durante 72 anos, e que se tornou quase um emblema da monarquia absolutista europeia, tão marcada pelo luxo e por demonstração de riquezas, uma figura pública, conscientemente construída.

A novidade do livro de Burke, foi mostrar como os monarcas foram os inventores do “marketing político”, e neste sentido fizeram escola.

No centro de sua análise, está a noção de estratégia, na qual a propaganda surge como meio de assegurar a submissão ou sentimento a um poder. O livro privilegia a imagem criada do rei, em detrimento do homem. Sua imagem é esculpida de maneira cuidadosa. Trata-se de projetar a imagem de um homem público. Tal qual, um evento multimídia, o rei está presente em todos os lugares e será cantado em verso e prosa.

O Rei torna-se exemplo radical do exercício e da manipulação simbólica do poder. A monarquia francesa, no livro, é um bom pretexto para discussão de política e manipulação do imaginário simbólico, ou mesmo para verificação de como a política se faz com a lógica “da razão prática, mas também com a força da persuasão da razão simbólica”. No livro fica evidente como a propaganda e a política mantiveram relação de profunda e estreita amizade.

POR QUE ELES NÃO OLHAM PARA O PRÓPRIO UMBINGO?

O sistema penal não é somente a latrina da Justiça criminal. É também a fossa negra do serviço público. Nenhum investimento previsto para extirpar as chagas que adoentam as prisões paraenses.

Superpopulação carcerária, celas que violam a Lei de Execuções Penais e depõem contra a dignidade humana, tráfico de maconha e cocaína na cadeia, porte ilegal de celulares pelos presos, violência física, sexual e oficial caracterizam os estabelecimentos penais no Estado.

O sistema penal é o maior gargalo da segurança pública. Nessa mixórdia, os presos escapam devido a falta de segurança e voltam para o meio social para delinquir e fazer vítimas. De nada adianta a polícia ser eficiente se não tem onde colocar os criminosos.

Para se ter uma ideia, nesta semana, o ladrão Jeferson Pinho Silva só foi preso porque tentou assaltar um investigador no Jurunas. Ele estava foragido havia mais de três anos do PEM 3. Quantos roubos e outros delitos não teriam sido prevenidos, se essa "criança" estivesse na cadeia?

A Ong Human Wrights Watchs no lançamento de seu relatório global anual criticou o Brasil e o governo de Luiz Inácio da Silva pela violência policial e pela falta de punição dos crimes da ditadura militar. A organização, sediada em Washington, até que tem razão.

Entretanto, se o Brasil merece críticas, o que dizer dos Estados Unidos, a polícia do mundo: milhares de pessoas mortas no Afeganistão, no Iraque, presos em Guantanamo, além de uma política externa agressiva, atentatória a soberania das nações. Tenho a dizer que todo Império tem suas mazelas e o TIO SAN que se cuide a China está despontando no cenário Internacional, na econômia forte, exportação acima da importação, e isso fortalece uma Nação.

Sobre isso, as mortes mundo a fora práticada pela política Norte americana de dominação e imposição da "democracia" deles,como foi o caso da morte brutal de Saddan Russen, a organização dita humanitária nada diz em seu relatório anual. Assim como a questão do Egito hoje. Segundo ElBaradei afirmou que os Estados Unidos estão perdendo cada vez mais credibilidade no Egito, ao pedirem por democracia no país enquanto continuam a apoiar Mubarak. "Vocês estão perdendo credibilidade a cada dia. De uma parte vocês falam sobre a democracia, império da lei e direitos humanos, a da outra parte vocês ainda dão apoio a um ditador que continua a oprimir o seu povo".

A Ong Human para criticar os outros eles são uma gracinha.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

16 de Novembro: uma homenagem à República

Apresentava-se bem arborizada, com a presença de bondes elétricos, em contraste com as carroças ao lado. Na esquina com a Rua João Alfredo, situava-se o Hotel América, famoso séculos atrás, que depois deu espaço às Casas Pernambucanas, ícone comercial de tempos atrás. Importante marco histórico da cidade, a avenida mescla pontos comerciais com espaços habitacionais, sendo próxima do mercado Ver-o-Peso, um dos mais importantes pontos turísticos da cidade.

“A Avenida Portugal vem do Ver-o-Peso até próximo da sede da prefeitura. Depois começa a 16 de novembro, que nada mais é do que uma continuação da avenida. Ela é uma via que foi aterrada, pois antes era o Alagado do Piri. Após, foi incorporada ao plano urbanístico da cidade. Até 15 anos atrás, ela era arborizada por palmeiras imperiais. Depois perdeu essa belíssima característica por conta do descaso do nosso governo municipal, pois as árvores foram morrendo. Hoje é uma rua de tráfego muito intenso, sempre repleta de carros e ônibus”.

Já possuiu, também, a denominação de Estrada de São José, pelo fato de conduzir ao convento e ao extinto presídio São José, desativado em 2000 e atual Espaço São José Liberto, onde funcionam o Museu de Gemas do Pará, o Polo Joalheiro e a Casa do Artesão. Em um dos trechos desta via era localizado o antigo Jardim Botânico do Pará, que foi desativado no final do século XIX e início do século XX. O nome da avenida veio de uma data um tanto especial para o Estado do Pará. Na verdade, faz alusão ao dia 16 de novembro de 1889, e o Brasil no dia anterior já havia proclamado a República, 16 de novembro data em que o Pará aderiu ao novo regime político brasileiro.

domingo, 23 de janeiro de 2011

PADRE CHAMPAGNAT

Uma via projetada para ser cenográfica e que acompanhou a urbanização de Belém. A rua Padre Champagnat, projeto que faz homenagem à capital paraense. Construída desde os primórdios da cidade, é a antiga Rua da Calçada do Colégio, cujo nome vem da entrada lateral que havia na Igreja de São Francisco Xavier, dos Jesuítas, onde funcionou o seminário ainda no século XVIII.

Mas de acordo com o doutor em história e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Aldrin Figueiredo, a rua foi modificada no século XIX. “Essa entrada só foi fechada muito depois da expulsão dos padres jesuítas da Amazônia, e quando era bispo Dom Macedo Costa”, explicou. Após, foi denominada ‘Pedro Raiol’, e, atualmente faz jus ao Padre Marcelino José Bento Champagnat, falecido em 1840.

Principal ligação entre a antiga freguesia da Sé ou entre o bairro da Cidade Velha e a freguesia da Campina, cresceu em torno da estrada dos Mercadores, atual Conselheiro João Alfredo. “A João Alfredo é praticamente uma continuidade da Padre Champagnat”,Além disso, era uma rua que tinha um papel muito relevante na cenografia urbana de Belém.

“Ela era uma rua estreita e desempenhava um papel de ligação entre o Largo do Palácio e o Largo da Sé. Você vinha do palácio, passava por uma rua estreita e via uma praça portuguesa onde se podia ver a Catedral de Belém. Ruas cenográficas são características das cidades barrocas”.

Nos anos 60 a rua foi alargada para melhorar a trafegabilidade na área. “Isso se constituiu em um dos principais crimes na alma da cidade, pois era um ponto crucial da sua identidade. Por isso que talvez até hoje as pessoas não tenham essa sensação de leitura de rua cenográfica, pois agora podemos ver a Catedral desde lá debaixo”, destacou Flávio Nassar. Atualmente, a rua Padre Champagnat é uma via por onde passam muitos ônibus e carros, ou seja, virou um local de grande circulação.

Por entre os casórios da via destacam-se os imóveis onde funcionam o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Pará (DPHAC) e o Museu do Círio. A via também vira palco da maior manifestação de fé do paraense - o Círio de Nazaré - por fazer parte do trajeto percorrido pela berlinda.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

JOÃO ALFREDO

A Rua João Alfredo primeiramente foi nomeada de “Rua dos Mercadores”, justamente por estarem localizados ali os principais mercados da cidade. No século XVIII, foi intitulada de “Rua da Cadeia”, por sediar o antigo presídio de Belém. Hoje, seu nome é uma homenagem a João Alfredo Corrêa de Oliveira, presidente da Província do Pará de 1869 a 1870.

No período colonial, esta via era a mais importante da cidade, pois o seu leito era um dos maiores dentre as vias da cidade e, em função disso, se alojaram ali os principais comerciantes da época. “As primeiras vias de Belém estavam localizadas na Cidade Velha. A partir de meados do século XVII, inicia-se o processo de ocupação do bairro da Campina, do outro lado do alagado do Piri, que separava a Cidade Velha da Campina”.

Em meados dos anos de 1950 e 1960, a Rua João Alfredo virou um dos principais pontos de encontro da cidade, verdadeira vitrine das melhores roupas, penteados e acessórios.

“Nas manhãs de sábado, a rua se transformava em uma autêntica passarela de moda. As meninas desfilavam em grupo e os meninos ficavam na calçada a paquerar”.

De fato, a rua ainda é destinada ao comércio. A diferença é que até meados do século XX era voltado para a elite paraense. Atualmente, virou local de concentração do comércio popular.

“A João Alfredo, a partir de fins do século XIX, no período da Belle Époque, era a rua que reunia as lojas da elite belenense. Neste período, as mulheres só iam para lá vestidas com longos vestidos e os homens de paletó, chapéu e bengala”.

Hoje, além das lojas populares que costumam vender tanto no atacado quanto no varejo, a via é alvo fácil de camelôs, que se espalham ao longo da rua de paralelepípedos. Dos tempos em que era palco do glamour paraense, ficaram apenas os casarões a exemplo da casa PARIS-AMERICA, que ainda mantem o charme de outrora e o caminho no chão - ainda em ferro - por onde passava o bonde.