segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ex-mulher de Collor faz revelações explosivas


Cortejada pelo então prefeito de Maceió, Fernando Collor de Mello, a menina que, aos 15 anos, ainda usava uniforme escolar e vivia sob ordens severas do pai não imaginava que viria a ser a mulher do 32º presidente da República do Brasil. Envaidecida com os elogios que recebia, ela levou adiante o flerte e, em 1984, após dois anos de namoro, casou-se com ele. O roteiro, que poderia ser o da vida de uma adolescente qualquer, esbarrou, no entanto, num destino atribulado. E, no centro do poder, Rosane Collor (hoje Rosane Malta) enfrentou crises de depressão, medo de que o marido se suicidasse e uma série de “humilhações públicas”. Tudo isso ela conta agora no livro “Tudo o que vi e vivi”,

- Tudo o que digo no livro é verdade - afirma, sem hesitar, a ex-primeira-dama, que, após o impeachment do marido, segurou sua mão e lhe deu uma ordem: “Levante a cabeça! Não abaixe, não! Seja forte”.

Em 288 páginas, Rosane revela intrigas familiares, relata rituais macabros realizados na Casa da Dinda (antiga residência presidencial) e lembra tanto os esquemas ilegais de PC Farias, o ex-tesoureiro de campanha de Collor, quanto o destino do dinheiro da corrupção.

Conta que, durante a Presidência da República, Collor usava a Casa da Dinda para realizar rituais que poderiam fortalecê-lo politicamente. Entre eles, sessões feitas por Mãe Cecília, mãe de santo de total confiança do ex-presidente.

Ela “me contou que, certa vez, fez um trabalho para Fernando envolvendo fetos humanos. Ela pegou filhas de santo grávidas, fez com que abortassem e sacrificou os fetos para dar às entidades. Uma coisa terrível, da qual ela obviamente se arrepende. Quando eu soube disso, chorei copiosamente”, escreve Rosane.

SÍLVIO E O IRMÃO

Um dos primeiros “trabalhos” dos quais a ex-primeira-dama teve notícia ocorreu em 1989, quando Collor soube da decisão de Sílvio Santos de se candidatar à Presidência. O dono do SBT lhe havia dito que não concorreria, mas descumpriu o acordo. Enfurecido, o então candidato do PRN encomendou um “trabalho”. Pouco depois, a candidatura do apresentador foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao ser perguntada sobre possíveis processos judiciais por conta do livro, Rosane responde de forma tranquila:

- Estamos muito bem documentados e não temos preocupação em relação a isso. Tudo o que eu falei eu vi e vivi, como diz o título. É realmente isso.

“O grande problema de Fernando era com Pedro. E o meu, com Thereza, a mulher dele”, escreveu a ex-primeira-dama. Rosane diz que o irmão caçula do ex-marido tinha ódio do ex-presidente. Segundo ela, Pedro sustentava que Fernando flertava com Thereza.

(Agência O Globo)

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