quinta-feira, 31 de julho de 2014

VOLUNTÁRIO UM CASSETE

Dono de comitê diz que prometeram "unzinho"

A inauguração de um comitê voluntário da campanha de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República ontem se tornou um constrangimento para Marina Silva, vice na chapa do pessebista ao Palácio do Planalto. Proprietário da casa em Osasco, na Grande São Paulo, que abrigou a estrutura, Edvaldo Manuel da Silva indicou que houve promessa de pagamento em dinheiro em troca do apoio político, o que foi negado pela ex-senadora.

Durante gravação feita pela equipe de Marina, que deveria ser usada nos sites e redes sociais da campanha, Edvaldo foi questionado por um dos assessores da ex-senadora sobre o que foi dito para convencê-lo a fazer de sua residência uma chamada “Casa de Eduardo e Marina”. “Pode falar?”, perguntou. Encorajado, disparou: “Me prometeram unzinho”. E sorriu, completando a frase com um gesto com a mão que indicava a expectativa de receber dinheiro.

Defensora do engajamento político espontâneo e das casas “autorais”, Marina pareceu atônita ao ser informada por Nilson Oliveira, seu assessor de imprensa, sobre a declaração de Edvaldo. “Isso é muito grave”, afirmou antes de entrar no carro e seguir para o próximo compromisso.

Questionada momentos depois por jornalistas sobre a repercussão da filmagem, Marina afirmou que desconhecia o fato, argumentando que a gravação tinha sido feita, inclusive, pela sua equipe de campanha. “Não trabalho dessa forma, nunca fizemos esse tipo de coisa e isso nem pode, de acordo com a lei”, disse Marina.

A ex-senadora afirmou ainda que havia ficado “emocionada” ao saber que Evaldo e sua mulher, Maria da Paixão, tinham deixado de ganhar um dia de trabalho para recebê-la junto com Campos em casa. Logo após a inauguração, o candidato à Presidência deixou Osasco para uma gravação de seu programa eleitoral, e não estava presente no momento da declaração de Edvaldo

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