segunda-feira, 23 de junho de 2014

DIA "D" OU DIA FATAL?

Partidos em reta final para definir candidaturas

Diferente do que ocorreu em eleições anteriores, neste ano boa parte das legendas vai para as convenções com chapas majoritárias definidas e amplamente conhecidas, o que significa que são remotas as chances de grandes surpresas na reta final da definição de candidaturas.

A poucos dias do fim do prazo para oficialização, pelos partidos, dos nomes que vão disputar as eleições, o quadro que se apresenta é de uma disputa polarizada entre dois grupos principais. De um lado, a oposição encabeçada por PMDB e PT reúne onze partidos e terá como candidato ao governo o peemedebista Helder Barbalho, ex-prefeito de Ananindeua. Do outro estará o atual governador Simão Jatene, que tentará a reeleição. Helder terá como candidato a vice, o deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM) e Jatene anunciou na última sexta-feira que o vice será o também deputado federal Zequinha Marinho, do PSC.

Além desses dois grupos principais, já estão confirmadas duas outras candidatura para o governo. O PV lançará o presidente da legenda, José Carlos Lima, e o PSol fechou questão em torno do nome do professor Marco Carrera.

INCÓGNITA

Principal incógnita do período pré-campanha, o ex-prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB) evita falar com a imprensa, mas ainda se move nos bastidores em busca de aliança para tentar lançar-se candidato ao governo. Para isso, Costa esperava contar com pelo menos mais duas legendas de apoio, mas as tentativas de negociação até agora foram infrutíferas. Uma das esperanças de Costa era o PV de Zé Carlos Lima. Na semana passada, emissários procuraram o verde para oferecer uma composição em que Duciomar sairia candidato ao governo e Lima disputaria o Senado. As conversas, contudo, não avançaram.

Zé Carlos confirmou ao DIÁRIO que foi procurado pelo ex-prefeito, mas disse que, “no debate interno, o partido preferiu manter a candidatura própria para discutir os grandes temas de interesse do Pará”. “Corremos o risco de sequer termos coeficiente eleitoral (para eleger deputados), mas o que está nos movendo é o debate”, disse o presidente da legenda, que deve ficar com cerca de 48 segundos de tempo na propaganda eleitoral no rádio e TV.

Duciomar ainda tenta negociar com outras legendas menores como PRB e não desistiu de atrair o PP de Gérson Peres, que já está praticamente fechado com o grupo de Simão Jatene. Uma das principais lideranças do PTB, o deputado federal Josué Bengtson defende que a legenda só tenha candidato próprio ao governo se conseguir coligar com outras legendas. “Caso contrário, não tem como sairmos sozinhos. Não estou vendo essa possibilidade (de coligação)”, diz, afirmando que espera que o presidente do PTB anuncie uma decisão ainda nesta semana.

Couto vai bater chapa com Jatene Além da decisão de Duciomar Costa, esta semana poderá ser marcada por um novo anúncio do senador tucano Mário Couto, que programa coletiva de imprensa para a sexta-feira, 27. Tudo indica que Couto deverá mesmo lançar sua candidatura ao governo na convenção contra o governador Simão Jatene na disputa interna da legenda pela indicação sobre qual candidato vai disputar as eleições de outubro. Mário Couto anunciou a medida extrema após se sentir traído por Jatene que não esconde mais sua preferência pelo vice-governador Helenilson Pontes como o candidato ao Senado.

DIVISÃO

O senador tucano, contudo, esperava contar com apoio da base de apoio a Jatene. Com apenas uma vaga ao Senado em disputa, há o temor de que a divisão dos votos governistas acabe favorecendo a oposição, que tem o petista Paulo Rocha como único nome ao Senado na chapa encabeçada por Helder e Lira Maia. Ao anunciar bater chapa com Jatene, Couto criticou a direção partidária no Pará, acusou Jatene de enfraquecer o PSDB ao apoiar um candidato ao Senado de outro partido (Helenilson Pontes é do PSD) e prometeu um discurso bombástico na convenção do dia 30.

Com a decisão de Couto em concorrer ao Governo do Estado, a aliança em torno de Jatene deve ter um segundo candidato ao Senado, além de Helenilson. É o radialista Jefferson Lima. “Esse garoto é uma unanimidade entre os nossos quadros”, diz o presidente do PP, Gérson Peres, confirmando que Lima poderá ser lançado ao cargo majoritário.

Decisão repercute nas coligações

Com as chapas majoritárias praticamente fechadas, os partidos agora batem cabeça na intrincada matemática que vai definir as coligações para os cargos proporcionais – deputados estaduais e federais. No caso da disputa à Câmara Federal, as contas estão sendo refeitas já que o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a decisão da Justiça Eleitoral que resultava no aumento do número de cadeiras destinadas ao Pará.

O Estado tem 17 representantes na Câmara, ficaria com 21, mas com a decisão do STF voltou a ficar com 17. A decisão terá repercussão imediata nas coligações. Para deputado estadual são 41 vagas em disputa e cada partido poderá lançar até 62 candidatos, mas poucos se arriscarão a ter chapa pura e a maioria ainda busca coligações para tentar alcançar o coeficiente eleitoral.Todos os detalhes devem estar fechados até o próximo dia 30, quando termina o prazo para as convenções.

(Diário do Pará)

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