segunda-feira, 19 de maio de 2014

O QUE HITLER TEM DE INOCENTE?

A ingenuidade não nos salvará
Créditos Eguinaldo Hélio de Souza
Começou a ser divulgado há alguns anos que Hitler teria sido indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 1938.[1] Tivesse o fato se consumado, o valor do prêmio estaria destruído pela ironia da história. Nesse mesmo ano Neville Chamberlain, embaixador britânico, assinou o Tratado de Munique. ... [Hitler] assinou uma resolução afirmando que os dois povos [alemães e britânicos] jamais fariam guerra entre si. Chamberlain exibiu o documento à multidão ao retornar à Grã-Bretanha, mas Hitler não deu a menor importância ao papel.[2] Três semanas depois ele ordenaria as ações que quebrariam o Tratado e mergulharia o mundo no terror nazista.

Também é preciso lembrar que em 1939, Hermann Rausching publicou seu livro “Hitler me disse,” [3] onde as suas conversações com o führer revelavam planos tão diabólicos que a grande maioria se recusou a crer. Parecia impossível que um governante arquitetasse tais planos. Os anos seguintes demonstrariam o realismo da obra. Os planos esboçados por Hitler no livro de 1939 são hoje, em grande parte, registros históricos.
Na maioria das vezes as pessoas boas se recusam a crer no mal, principalmente quando esse mal se afigura grande demais. É preferível pensar o melhor do inimigo, pois pensar no pior nos assusta e sempre há outras vozes igualmente bondosas nos fazendo coro, maquiando com palavras inocentes as más intenções dos perversos.
No entanto, a ingenuidade não nos salvará.
Quando olhamos para a atitude de líderes religiosos da época, percebemos o perigo da ingenuidade. Pior do que ser enganado por outros, é anestesiar-se pelo auto engano.
Na absoluta escuridão da história da igreja, Hitler se tornou, por assim dizer, a maravilhosa transparência de nossa época, a janela de nossa era pela qual a luz incide sobre a história do cristianismo. Por intermédio dele, podemos ver o Salvador na história dos alemães. (Palavra do pastor alemão Siegfried Leffer)
Deus veio a nós por intermédio de Hitler (...) por intermédio de sua honestidade, de sua fé e de seu idealismo, o Redentor os encontrou (...). Hoje sabemos que o Salvador veio (...) temos apenas uma missão, sermos alemães e não cristãos. (Palavra do pastor alemão Juiu Leutherser,em 30 de agosto de 1933) [4]
Ainda temos a declaração de 1934, feita pelo grupo denominado Cristãos Alemães:
Somos muito gratos a Deus por Ele, como Senhor da História, ter-nos dado Adolf Hitler, nosso líder e salvador em nossa difícil situação. Reconhecemos que nós, de corpo e alma, estamos obrigados e dedicados ao estado alemão e ao seu Fuhrer. Essa servidão e obrigação contém para nós, cristão evangélicos, seu significado mais profundo e santo em sua obediência ao comando de Deus. [5]
Essa é uma clara amostra histórica do que pode acontecer quando nossa bondade cristã se transforma em ingenuidade política, quando nos tornamos simples como pombas e “prudentes como cordeiros para o matadouro”. Ou quando deliberadamente ignoramos o mal que se avizinha ou com ele fazemos aliança, na esperança de que suas mandíbulas e garras não nos alcancem. Isso jamais funcionou e jamais funcionará.
Não são poucas as vozes que há algum tempo advertem à respeito da implantação de um governo socialista no Brasil. À princípio tais palavras foram recebidas com chacota, como paranoia e teoria da conspiração, não importando quantos documentos fossem apresentados. Com o passar dos anos, a implantação de certas medidas nas leis, na educação, na estrutura jurídica e política da nação deram a entender que as advertências tinham fundamento.
O número de vozes foi aumentando e pessoas de diversas formações começaram a perceber a introdução de medidas que pouco a pouco estão conduzindo o país na direção socialista. As teorias de conspiração foram se revelando sólida previsão política. A hipótese de cubanização do Brasil, antes mitologia e lenda urbana, mostrou-se realidade quando a maré vermelha do Mar do Caribe inundou a vizinha Venezuela. Então, com o inimigo na fronteira sendo tratado como amigo, o que antes foi delírio é agora possibilidade iminente. E os beijos e abraços dos atuais governantes aos Castros não deixa qualquer dúvida. Fica cada vez mais claro que os ingênuos eram os sábios e os espertos eram os ingênuos.
Ainda assim, há aqueles que insistem em chamar o mal de bem, insistem em esperar passiva e ingenuamente o melhor, mesmo com os cães do inferno ladrando à sua porta e escalando os muros do seu castelo. Acreditam que fechar os olhos os fará desaparecer, como se a inocência auto imposta fosse capaz de exorcizar demônios.

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