terça-feira, 24 de dezembro de 2013

IMPERADOR CONSTANTINO

O estranho caso do o -Imperador Constantin Foi milagre ou conveniência política ?



Batalha da Ponte de Mílvio - Giulio Romano

Parece que foi séneca que disse “a religião é verdadeira para as gentes comuns, falsa para os sábios e útil para os políticos [ou governantes”. Estas palavras são muitas vezes utilizadas de um modo avulso em debates mais ou menos teológicos/políticos nos chama atenção à terceira parte da afirmação desse filósofo romano para tratar um evento histórico importantíssimo para o Ocidente, desencadeado por outro famoso romano. Refiro-me a Constantino que colocou fim às perseguições do império romano aos cristãos e a sua conversão ao cristianismo no fim da sua vida.

O episódio da Batalha da Ponte de Mílvio, com a impressionante vitória de Constantino sobre Maxnésio (ou Magnésio), é considerado um dos pontos importantes da história do Ocidente. Consta, pelo menos em algumas das fontes - especialmente segundo Eusébio de Cesaréia -, que Constantino, em situação de desvantagem, tomou uma decisão estranha para a época: decidiu, depois de um sonho com uma cruz na véspera da batalha, pintar nos escudos dos seus soldados cruzes, de modo a supostamente pedir auxílio ao Deus dos cristãos. Curioso é que o próprio Constantino não era cristão, quando jovem terá sido iniciado no culto do Sol  muito popular na época, logo era um Pagão. Curiosamente nem sequer a comunidade cristã da época era muito numerosa, muito menos na parte ocidental do Império, onde se estima, por exemplo, que os cristãos perfizessem apenas 10% da população da cidade de Roma. Curiosamente nos chama atenção para essa estranha opção de Constantino como uma espécie acto de desespero supersticioso, uma vez que o seu opositor tinha o apoio da grande maioria dos poderes pagãos, e também porque tentava aproveitar o mito de que quem perseguisse os cristão acabava tendo um fim trágico. Jamais saberemos quais as reais intenções de Constantino, se a sua opção terá sido movida pela fé, pela estratégia visionária, calculismo ou pelo desespero.

O próprio continuar da história do reinado de Constantino revela alguns aspetos igualmente estranhos. Depois de um período de tolerância religiosa, à medida que o seu reinado vai durando, começa a favorecer os cristãos, e mais para o final da sua vida a deixar de lado as prática aos cultos pagãos. Inclusive sendob atizado mesmo antes da morte. O cristianismo foi essencial para a legitimação do poder de Constantino.
O imperador dava à unidade do Império (culturalmente e politicamente), e para o final da sua vida deu mais enfase à unidade do próprio cristianismo, pois nessa altura existia uma infindável quantidade de tendências e grupos cristãos distintos. Independentemente disso, Constantino fundou uma nova capital, com o seu próprio nome, que seria a Nova Roma – Constantinopla. A existência dessa nova capital contribui de facto para a separação e divisão do Império Romano em: Ocidente e Oriente. Caindo a Roma do Ocidente e a Roma do Oriente deu origem ao Império Bizantino, com o passar dos séculos tornou-se culturalmente Grega, aumentando ainda mais a separação, que transitou também para a religião e a própria Igreja. Depois do Cisma passaram a existir duas grandes Igrejas, A Romana e a Grega, aquelas hoje conhecidas, respectivamente, por Católica e Ortodoxa

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