sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DICA DE REDAÇÃO PARA O ENEM

REDAÇÃO

Com o sentimento da individualidade cada vez mais incorporado no ser humano, a liberdade de expressão, direito garantido por lei de expressar livremente sua opinião, vem se confundindo com a libertingem. Assim como em qualquer momento, é necessário que haja um bom senso, sobre o que é pertinente e o que não é, na hora de fazer humor.

As piadas, assim como um texto, carregam mensagens, que, muitas vezes, podem estar mascarando o preconceito sob o véu do humor. Piadas sobre negros, índios e homossexuais, por exemplo, são consideradas engraçadas por causa de uma construção histórica e social, que reprime esses grupos há séculos. O principal ponto negativo da falta de bom senso na hora do humor é a contribuição para tornar normal determinados tabus e intolerâncias, que acabam perpetuando atitudes machistas e homofóbicas.
Obviamente, nem sempre o humorista tem a intenção de constranger ou oprimir determinado grupo, e é exatamente nessa características que piadas preconceituosas se tornam mais comuns. A sutileza com que a discriminação é eternizada faz com que o próprio alvo da piada ache graça.

Torna-se evidente, desse modo,que essas anedotas sutis que carregam um agressivo juízo de valor, devem, com os devidos esforços, ser excluídas de todas as conversas, nos mais diversos âmbitos.
Para isso, é indispensável um esforço social e governamental. O governo, usando as escolas como ponte, poderia incentivar discussões críticas com os estudantes, desconstruindo temas que acabaram sendo normalizados. Já a mídia, por exemplo, seria responsável por veicular campanhas conscientizadoras, alertando para as consequências desse tipo de humor.

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A GREVE CONTINUA

A educação pública é direito social básico consagrado na Constituição Federal. Mas essa garantia só se materializará no Brasil quando a educação deixar de ser tratada como política de governo e se tornar política de Estado. Ou seja, quando, independente do partido ou do governante de plantão, as diretrizes forem executadas, e se tornar prioridade nacional.

O Pará tem o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Ensino Médio do Brasil e o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano em Educação. E os professores estão em greve, não apenas por salários.

Senão vejamos:

Tal qual os alunos da rede pública, os professores convivem com a falta de ventilação e climatização das salas de aula, de água potável, de espaços educacionais adequados, onde até banheiros sem condições de uso, quem dúvida é só dá uma passadinha em qualquer escola pública do Estado. São obrigados a trabalhar com material didático-pedagógico insuficiente, sem falar na completa insegurança que assola a comunidade escolar.

REDAÇÃO

O real papel da piada

A usurpação dos estereótipos por meio de anedotas humorísticas tem sido palco de discussões, visto que o papel do humor na sociedade contemporânea tem se resumido a um show de ridicularização de muitos setores sociais. O humor, entretanto, tem um papel social importante no entretenimento e é, também, uma ferramenta poderosa de crítica política, devendo, portanto, se constituir como tal.
Percebe-se que esse papel de entretenimento do humor está, hoje, limitado e baseado na "difamação" das minorias, visto que não são poucas as recorrentes ridicularizações de homossexuais, loiras, gordos, idosos, estrangeiros e negros nas piadas. Isso acarreta, mesmo que indiretamente, no reforço do preconceito e de estereótipos, que promove a exclusão social dessas minorias quanto aos aspectos que usam para ridicuralizá-las. Percebe-se que o mundo vive uma realidade paradoxal, na qual a luta por liberdade individuais alcança seu auge, e, ao mesmo tempo, encontra impasses em um simples recurso do humor.
É válido ressaltar que o humor possui diferentes vertentes e que, apesar de se possuir essa "tradição" de piadas sobre alguns grupos sociais, esta se torna incompatível com a atual reforma social do século XXI. O discurso comediante possui um carater ideológico poderoso que deve ser usado em prol da sociedade, e não o contrário. O uso do humor como meio de conscientização política é essencial para que possa se ter cidadãos sábios e críticos quanto sua atual participação e situação política, sem perder, contudo, o seu caráter hilariante. Assim como Oswald de Andrade inovara, no século XX, com o poema piada como forma de propagação de ideologias, o humor pode e deve seguir o mesmo caminho, contribuindo, dessa forma, para a formação de uma sociedade justa e alerta.
Para que o humor perca seu discurso difamador em busca de outras vertentes que não manchem os direitos e dignidade de certos grupos, é necessário que ocorra uma reforma de consciência tanto nos interlocutores quanto enunciadores do humor. Para isso, iniciativas sociais por meio de ONG's, associassões humorísticas e grupos da sociedade devem estabelecer um consenso e campanhas que mudem, de formar gradual, o pensamento difamador do humor e estabeleça seus limites. Dessa forma, a linha tênue entre a piada e ridicularização será rompida a longo prazo.

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O humor sob prescrição

Rir, amiúde, consiste em um poderoso remédio: frea as dores físicas, mas principalmente emocionais. E para a conquista das gargalhadas, tudo parece válido. Apenas parece! Utilizar-se do humor politicamente incorreto, de piadas de cunho pejorativo e depreciativo, trata-se de uma mácula que fere anos de luta em prol da preservação da dignidade humana. Por isso, devem-se impor limites no desenrolar de qualquer humor a ser produzido.
O humor bem-feito é aquele que consegue traçar críticas sociais para uma mudança válida. É aquele dirigido contra a corrupção, contra a hipocrisia, contra a impunidade; nessa área os chargistas e alguns cronistas são mestres incansáveis. Ou simplesmente, pode ser construído o humor ingênuo, mas inteligente, quando a professora diz "Joãozinho, dê dois exemplos de pronome!" e o sábio responde "Quem eu?". Esse sim, provoca o riso quase uma panaceia, que mexe com a lógica e com todo um apanhado de conhecimentos.
Todavia, após anos de labuta pela conquista de Direitos, são inaceitáveis piadas que ridicularizem qualquer grupo étnico, gênero ou sexualidade. Tais chistes incentivam a desvalorização da diversidade do ser humano e o diminuem como agente psicossocial transformador. Nada mais fazem do que replicar um caráter histórico-cultural marcado pelo preconceito e pela intolerância.
Deve haver uma superação desse humor que se espalha como cancro social: invade mentes, subjuga corações e aliena sociedades. É o humor delével, aquele do qual se espera o silêncio eterno.
Dessa forma, é veraz que o humor configura em um excelente remédio, desde que utilizado na dose certa. Para que esse humor seja construído de forma benéfica, são necessárias, a nível coletivo: conscientização, reflexão e ética. Também cabe ao Estado, vista grossa contra os reprodutores do humor venenoso, estabelecendo punições onerosas a eles.

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A fim de que, na sociedade brasileira, não seja algo normal, por exemplo, fazer piadas de extremo mal gosto contra um deficiente, devem ser impostos limites ao humor. Pois, disparar ofensas indiscriminadamente não pode ser confundido com liberdade de expressão e ridicularizar certas minorias pode fazer com que os direitos alcançados pelas mesmas sejam perdidos.

 Dessa forma, a liberdade de expressão da sociedade brasileira, conquistada após anos de luta contra o regime militar, não deve ser usada como justificativa para insultar os outros de maneira inconsequente. São inúmeros os humoristas que fazem piadas homofóbicas com elevado teor de ódio e defendem a tese de que, em hipótese alguma, deve haver censura nesses casos. Ao contrário do que afirmam esses comediantes, o humor sem limites não é uma forma de exercer a liberdade, mas em muitos casos ele pode até suprimir o direito de escolha por determinada religião, opção sexual, etc, visto que em muitos casos tais temáticas são o alvo das piadas.

 E também, devemos levar em consideração o fato de que ridicularizar negros, homossexuais, mulheres, deficientes, etc, faz com que as conquistas sociais desses grupos sejam dissipadas. Nesse contexto, é notório o fato de que esses segmentos da sociedade são os que mais são vítimas do humor sem limites, e isso tem gerado uma sociedade que ignora a importância de se respeitar as minorias. De acordo com a lei 7716/89 de 1989 , o racismo é considerado crime inafiançável, no entanto, piadas de alto potencial ofensivo contra negros são comuns, infelizmente.

Enfim, é preciso que ao humor sejam impostas regras, a fim de que pessoas não sejam ofendidas em prol da diversão de outras. Nesse contexto, o governo deve criar um sistema de censura que atue de maneira efetiva não apenas na televisão, mas também nas redes sociais e em espaços privados como as casas de stand-up. E também, no seio familiar, os pais devem mostrar aos filhos o quanto o humor sem limites é destrutivo para com as suas vítimas.

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 Ação singular, efeito plural

Em plena contemporaneidade, a linha tênue que distingue humor e liberdade de expressão passa a ser questionada. Das piadas preconceituosas sobre negros ao estereótipo da figura feminina, percebe-se que as práticas humorísticas tornaram-se uma ameaça aos direitos humanos de todo cidadão. Nesse sentido, firma-se como desafio para a geração do presente, garantir que seja estabelecido um equilíbrio entre o respeito às minorias e o direito que todo homem tem de se expressar, para que assim não haja retrocessos de conquistas revolucionárias históricas.

A retórica humorística presente nas ágoras gregas e nos atuais programas de tv coevoluiu com a humanidade. Entretanto, na Era Informacional, tal prática assume uma conotação pejorativa em detrimento a sua função maior de alegrar o ser humano. Nesse sentido, as piadas que condicionam a figura do negro como inferior e que não reconhecem a mulher como sujeito autônomo são as evidências contemporâneas de um passado histórico marcado pela subjugação de minorias. Contudo, os ideais de igualdade racial, cultura e de gênero que, há décadas, são expandidos pelo mundo tornaram-se poderosas ferramentas sociais para que homossexuais, mendigos e mulheres - figuras deploradas - deixem de ser o alvo de comentários maliciosos mimetizados como engraçados.

Dessa forma, a humanidade avançou na conquista por inclusão de "personagens" historicamente ridicularizados. No entanto, a atual conjuntura libertária, associada à propagação das novas tecnologias informacionais, fomentam o esquecimento das antigas conquistas de um dos direitos fundamentais de todo homem: o respeito. O bullying, revestido em piadas, antes restritos aos espaços físicos de uma sociedades, amplia sua fronteira diante da propagação quase incontrolável nas redes sociais. Sendo assim, torna-se imperativo que a sociedade civil e o próprio Estado busquem novas formas de detê-lo, seja por meio da justiça ou por campanhas.

É fato que as sociedades pós-modernas enfrentam o desafio de preservar as conquistas referentes à liberdade de expressão sem que os direitos humanos sejam ameaçados. Portanto, parafraseando Aristóteles, cabe ao Estado por meio do seu poder abarcativo, junto ao cidadão, promover a maior das virtudes de toda sociedade: progredir socialmente sem ferir direitos das minorias. Para tanto, a aplicação ética da justiça aos que promoverem piadas preconceituosas, seminários sobre moral e respeito e o controle moderado das postagens nas redes sociais são ações singulares de efeito plural para tal desafio.

REDAÇÃO

O humor exige respeito

As recentes desavenças observadas entre humoristas e determinadas parcelas de seu público e da população em geral evidenciam uma nova realidade no cenário da indústria brasileira de entretenimento e humor: grupos que antes eram alvos de piada para grandes nomes da comédia têm conseguido espaço para reagir e reivindicar reconhecimento e respeito, inadmitindo os destratos que chegaram a fazer parte da rotina dessas pessoas. Tal mudança revela quão vantajoso é limitar o assédio dos humoristas às minorias, dentro dos moldes condizentes com a manutenção do bem-estar e do respeito de ambos os lados.

Ocorrências de exageros por parte de comediantes que ofendam determinado grupo não podem ser toleradas, de modo a garantir a integridade moral das pessoas que figuram como alvos das diversas piadas veiculadas a meios de comunicação de massa, os quais, por deter grande poder de difundir informações e ideias, devem medir e balancear o conteúdo a ser apresentado em suas transmissões, evitando abusos e até mesmo a deterioração da imagem de certas populações.

Apesar de muitos afirmarem que tal controle pode ser considerado um impedimento à liberdade de expressão, implantar um sistema para avaliar e evitar possíveis aspectos prejudiciais dos programas humorísticos é válido, uma vez que essa mesma liberdade de expressão precisa respeitar o bem-estar do sujeito físico, moral e mental das parcelas populacionais satirizadas, condição garantida pela Constituição.
Para que essas políticas que asseguram o bem-estar social possam surtir efeito, também se faz necessária uma regulamentação jurídica e legislativa das situações relacionadas com a problemática, no intuito de embasar e dar suporte às ações afirmativas para a proteção dos afetados pelas sátiras equivocadas. Além disso, é imprescindível que a população seja educada, através dos próprios veículos de comunicação, sobre a importância de respeitar os mais diversos grupos e os males decorrentes das eventuais ridicularizações possibilitadas pelos emissores.

A criação de equipes de avaliação e correção de assédios vinculados a humoristas, por parte da própria indústria do entretenimento, aliada ao reforço jurídico e legal do suporte aos alvos de piadas abusivas e à educação proporcionada à população sobre os prejuízos trazidos pela carência de tal regimento, tem o poder de transformar ainda mais a situação do ato de fazer humor, evitando a difamação de imagens, e consolidando o respeito às pessoas que apreciam a arte da comédia.

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