sexta-feira, 8 de junho de 2012


A Revolta da Vacina
 
       A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
    
     O início do período republicano no Brasil foi marcado por vários conflitos e revoltas populares. O motivo que desencadeou esta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.

 História

 Antecedentes

      No inicio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduos precária e cortiços super povoados. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica.

     Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Dr. Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia, em comunidades hoje conhecidas como favelas.

      Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da Saúde Pública, criou as Brigadas Mata Mosquitos, grupos de funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para desinfecção e extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. Iniciou também a campanha de extermínio de ratos considerados os principais transmissores da peste bubônica, espalhando raticidas pela cidade.

 A revolta popular

"Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz" (Gazeta de Notícias, 14 de novembro de 1904).
      
       A resistência popular, quase um golpe militar, teve o apoio de positivistas e dos cadetes da Escola Militar. Os acontecimentos, que tiveram início no dia 10 de novembro de 1904, com uma manifestação estudantil, cresceram consideravelmente no dia 12, quando a passeata de manifestantes dirigia-se ao Palácio do Catete, sede do Governo Federal. A população estava alarmada. No domingo, dia 13, o centro do Rio de Janeiro transforma-se em campo de batalha: era a rejeição popular à vacina contra a varíola que ficou conhecida como a Revolta da Vacina, mas que foi muito além do que isto.

       Para erradicar a varíola, o sanitarista convenceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina Obrigatória (31 de Outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força.

        A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos mata-mosquitos, que agiam acompanhados por policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina teria de ser aplicada nas "partes íntimas" do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou a ira da população, que se rebelou.

        A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro, a oposição criava a Liga contra a Vacina Obrigatória. Entre os dias 10 e 16 de novembro, a cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. No dia 14, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se sublevaram contra as medidas baixadas pelo Governo Federal.

        A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de Novembro). A rebelião foi contida, deixando 30 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.

       Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.

 


Pessoas sendo vacinadas
Barco equipado com aparelho Clayton espalha fumaça contra mosquitos no porto de Santos, por volta de 1905.



Charges da época




Carlos Chagas e pacientes no Hospital do Instituto Oswaldo Cruz Carlos Chagas




quarta-feira, 22 de outubro de 2008















segunda-feira, 20 de outubro de 2008





segunda-feira, 13 de outubro de 2008


video
Vídeo Revolta da vacina.




Além dos estrondosos problemas ligados a carência de infra-estrutura e desenvolvimento totalmente desorganizado, com miséria e lixo por toda parte, gerando um ambiente totalmente propício a proliferação de doenças, sobretudo, o estopim para esse movimento foi à determinação do governo de uma lei que estabelecia vacinação obrigatória contra varíola. A população sem ter o mínimo de conhecimento a respeito da sua importância e modo de aplicação, se rebelou dando origem a revolta da vacina, no ano de 1904, durante o governo do presidente Rodrigues Alves.




O comércio tornou-se vítima de saques, os meios de transportes foram incendiados, a violência tomou conta das ruas, principalmente, de forma impiedosa contra os policiais e agentes da área da saúde. Em suma, vivênciamos um período de extrema revolta das camadas populares, entretanto fundamentado em uma série de questões.


Aqui iremos apresentar fatos e curiosidades sobre a Revolta da Vacina.

Certamente, é difícil associarmos a imagem da cidade do Rio de Janeiro atual com a situação desastrosa evidenciada no conflito denominado de Revolta da Vacina. Isso porque, a então capital do Brasil na época, foi palco de uma das maiores manifestações de caráter popular do Brasil república.

 

Revolução Industrial     

O TRABALHO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Partindo do pressuposto que a revolução industrial trouxe mudanças consideráveis para toda a estrutura da sociedade moderna. A categoria trabalho concerteza foi quem mais diretamente sentiu seus efeitos. Hobsbawm (2005) traça o ímpeto da industrialização, demonstrando como a mobilização e transferência de recursos econômicos, a adaptação da economia e da sociedade são necessárias para manter o novo curso revolucionário.

Encontra-se na mão-de-obra o fator mais crucial a ser mobilizado e transferido. Assim sendo, o rápido crescimento das cidades dos agrupamentos agrícolas na Grã-Bretanha fornece um grande exercito de reserva de trabalhadores, dos quais vindo do campo para as cidades. Observa-se uma mudança na concepção de trabalho ainda em seu primeiro estágio, pois o trabalhador agrícola era atraído para novas ocupações, por vezes completamente diferente de sua rotina anterior. (HOBSBAWM, 2005)

Esses trabalhadores além de encontrarem toda uma gama de trabalhos diferenciados que exigiam qualificações e habilidades necessárias para as atividades nas indústrias, essa mão-de-obra tinha que atender aos incentivos monetários. Ora os empregadores britânicos reclamavam da “preguiça” do operário dou de sua tendência para trabalhar até que tivesse ganhado um salário tradicional de subsistência semanal. (HOBSBAWM, 2005).

As fábricas priorizavam empregados mais dóceis, nesse caso mulheres e crianças, podendo assim pagar também baixos salários. Weber (2005) discute essa questão de trabalhadores mais dóceis demonstrando como a reforma protestante influenciou no comportamento dos trabalhadores. O trabalho passa a ser visto como o criador de toda a riqueza, o que resultou na discussão sobre o seu significado.
Weber (2005) analisa a relação entre a ética protestante e o espírito do capitalismo, procurou demonstrar claramente essa mudança de atitude e de concepção em relação ao trabalho. O trabalho passa a ser encarado como uma virtude, e, ao se trabalhar arduamente, pode-se chegar a ter êxito na vida matéria, que é expressão das bênçãos divinas sobre os homens. Essa concepção protestante em relação ao trabalho vai servir muito bem à burguesia comercial e depois a indústria, que precisava de trabalhadores dedicados, sóbrios e dóceis em relação às condições de trabalho e aos baixos salários.

Ao analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista, é importante deixar claro que não existe uma única sociedade capitalista, mas muitas que se constituíram em diversas regiões do planeta. Entretanto o que elas têm em comum é a forma como a produção material se desenvolve. Desse modo os que a define como sociedades capitalistas é a propriedade privada, o trabalho assalariado, o sistema de troca e uma determinada divisão social do trabalho. (TOMAZI, 2000).

Concorda-se com Thompson (1998) que identifica todos esses acontecimentos como problemas sociológicos, logo há a necessidade desse entendimento. Podemos afirmar que na sociedade capitalista o trabalhador é detentor de sua força de trabalho, que é vendida ao capitalista, dono dos meios de produção, em troca de uma remuneração que deveria garantir a sobrevivência do mesmo e sua consequente reprodução, garantindo desta forma a multiplicação do contingente de trabalhadores. É importante ressaltar que no sistema capitalista existe uma exploração funcional do trabalhador, que garante a composição do lucro do capitalista, qual seja a mais-valia. (MARX, 1996)

A mais-valia deve ser entendida como tudo aquilo que é subtraído do trabalhador pelo capitalista durante o cotidiano na exploração de sua força de trabalho e na remuneração desse trabalhador, ou também, como a forma específica que assume a exploração sob o capitalismo, à diferença específica do modo de produção capitalista, em que o excedente toma a forma de lucro e a exploração resulta do fato da classe trabalhadora produzir um produto líquido que pode ser vendido por mais do que ele recebe como salário. (MARX, 1996)

O trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria, que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalhador seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com sua força de trabalho para vender o trabalho assalariado existiu desde a antiguidade, mas não de maneira tão extensiva e dominante, como após a revolução industrial. (TOMAZI, 2000).

A emergência do trabalhador assalariado é simultânea à do capitalista. Sendo dois elementos indissociáveis, do mesmo momento histórico. Se houve transformações na própria forma de produzir mercadorias, alterando a divisão social do trabalho e toda a estrutura da produção, houve também mudança na concepção de trabalho, ou seja, mudou-se a maneira de pensar a respeito do ato de trabalhar.

Neste caso são as horas trabalhadas e não pagas que, acumuladas e reaplicadas no processo produtivo, vão fazer com que o capitalista enriqueça rapidamente. E assim, todos os dias, isso acontece nos mais variados pontos do mundo: uma parcela significativa do valor-trabalho produzido pelos trabalhadores é apropriada pelos capitalistas. Esse processo denomina-se acumulação de capital. Em outros termos, portanto, capital nada mais é do que: o trabalho não pago, isto é, aquela parte que o trabalhador produz e que não lhe é paga (mais-valia) vai para os bolsos do patrão. (MARX, 1996).

Para obter mais lucros, os capitalistas aumentam as horas de trabalho, gerando a mais-valia absoluta, ou, então passam a utilizar equipamentos e diversas tecnologias para tornar o trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais-valia relativa, ou seja, mais produção e mais lucro com o mesmo número de trabalhadores, cujos salários continuam sendo os mesmos. (MARX, 1996)

Marx e Engels (2005) que procurou demonstrar a existência de um conflito de classes entre trabalhadores e capitalistas, elemento este que é inerente à sociedade burguesa. Explica que os conflitos entre os capitalistas e os operários aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que estão trabalhando mais e que, no entanto, estão a cada dia mais miseráveis.

Durkheim (1999) analisa as relações trabalho na sociedade capitalista de forma diferente. Em seu livro a Divisão do trabalho social, procura demonstrar que a crescente segmentação do trabalho, resultante da produção industrial moderna, trazia consigo uma forma superior de solidariedade e não o conflito. Para Durkheim, toda ebulição no final do século XIX não passa de uma questão moral. Os conflitos não tinham nada de norma, para ele, faltavam instituições e normas integradoras que permitissem que a solidariedade advinda da divisão do trabalho pudesse se expressar e, assim por fim aos conflitos.

O TEMPO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Outra questão a ser levantada e de essencial importância para a proposta aqui apresenta perpassa na possibilidade de fazer a análise da revolução industrial em uma perspectiva de tempo, ou seja, entender como o tempo mudou com a instauração do capitalismo na sociedade. Thompson (1998) retrata categoricamente essa questão demonstrando que o tratamento com as tarefas se tornam muito mais complexas com o advento da revolução industrial.

A inclusão da mão-de-obra empregada modifica toda uma estrutura de economia familiar, pois o pequeno agricultor que antes podia se orientar pelas tarefas, existindo no interior de sua atividade rural a divisão de trabalho. Quando da alocação desse trabalhador em papeis e em disciplinas de empregador-empregado o tempo começa a se transformar em dinheiro, ou seja, a contratação da mão-de-obra real torna visível a transformação da orientação pelas tarefas no trabalho de horário marcado independente da utilização de relógio (THOMPSON, 1998).

A difusão desse mecanismo traz a tona uma distinção entre o tempo do empregador e o tempo do empregado. O empregador utiliza o tempo de sua mão-de-obra para que ela não seja desperdiçada, o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro, logo o tempo vira moeda e ninguém mais passa o tempo e sim gasta. Agregado a isso o instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era uma das mais urgentes necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar seu avanço. (THOMPSON, 1998).

O relógio não era apenas, mais útil, ele conferia prestígio ao seu dono “sempre que um grupo de trabalhadores entrava numa fase de melhoria do padrão de vida, a aquisição de relógios era um das primeiras mudanças notadas pelos observadores” (THOMPSON, 1998, p.279). A atenção ao tempo no trabalho depende em grande parte da necessidade de sincronização do trabalho, por conta da revolução industrial.

Anterior ao processo da revolução industrial o padrão de trabalho sempre alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando os homens detinham o controle de sua vida produtiva. Com o advento da revolução industrial criou-se artifícios, não agradáveis ao empregador, para “cabular” o tempo, como é o caso de ser considerada a segunda-feira como santa, o ritmo irregulares de trabalho, etc. Existindo dificuldades óbvias na natureza da ocupação dos trabalhadores, pois eles ainda não havia abandonado de todo as convenções da sociedade “pré-capitalistas”. (THOMPSON, 1998, p.279).

A tentativa de impor o “uso-econômico-do-tempo” trouxe diversos desdobramentos, entre eles a questão de disciplina dentro das fábricas, bem como o hábito de levantar cedo também introduz uma regularidade nas famílias, uma ordem na sua economia, outra questão foi a inclusão do registro de relógio de ponto que vai tentar controlar e disciplina mais ainda o tempo do trabalho dos empregados. (THOMPSON, 1998).

Thompson (1998) intensifica o debate afirmando que o exame dessas condições não esta apenas nas mudanças na técnica da manufatura que exigem maior sincronização de trabalho e maior exatidão nas rotinas do tempo em qualquer sociedade, mas como essas mudanças são experienciadas na sociedade capitalista industrial nascente, estando preocupado simultaneamente com a percepção do tempo em seu condicionamento tecnológico e com a medição do tempo como meio de exploração da mão-de-obra.

O LUGAR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Hobsbawm (2005) defende a data de 1780 do início do que ele chamou de maior revolução do mundo. A revolução industrial inicia-se na Inglaterra, significa que pela primeira vez na história da humanidade foram tirados os grilhões do poder produtivo da humanidade, em que consegue a multiplicação de maneira rápida, constante de mercadorias e serviços, e por que não de homens (entende-se mão-de-obra). Continua afirmando que nenhuma outra sociedade anterior tinha conseguido transpor o teto de uma estrutura social pré-industrial, a Inglaterra conseguiu mesmo com uma tecnologia e uma ciência deficiente avançar no processo produtivo. No entanto essa transformação trouxe conseqüências um colapso: a fome e a morte periódicas impunham a produção.

A revolução industrial não foi um episódio com um princípio, meio e fim. Sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então, ela ainda prossegue. Na Grã-Bretanha “ponto de partida” pode provavelmente ser situada, com precisão possível dentro de 20 anos que vão de 1780 a 1800. Esta revolução foi provavelmente o mais importante acontecimento da história do mundo e foi iniciada na Grã-Bretanha, não tem como apontar ao certo quais os motivos que se deveu ao seu inicio nessa região, mas com certeza não foi por conta da superioridade tecnológica ou científica, haja vista que tais perspectivas se mostravam mais avançadas em outras localidades, como por exemplo: na França. (HOBSBAWM, 2005).

A revolução industrial precisou de poucos refinamentos intelectuais, suas invenções e técnicas foram bastante modestas. Mas as condições adequadas estavam presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo, e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionaria, pois já tinha sido encontrado na prática. Uma relativa quantidade de proprietário com espírito comercial já quase monopolizava a terra que era cultivada por arrendatários, empregando camponeses sem terra ou pequenos agricultores criando assim todo um arcabouço estrutural para a “explosão” da revolução industrial. (HOBSBAWM, 2005)

Hobsbawm (2005) ratifica que as atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado; as manufaturas já se tinham disseminado por um interior não feudal. Nesse sentido a agricultura estava preparada para levar a termo suas três funções fundamentais: aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande crescente excedente de recrutas em potencial pára as cidades e as indústrias; e por fim fornecer um mecanismo para o acumulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Além dessas constatações introduzira o caro equipamento necessário para toda economia progredir, ou seja, a construção de uma frota mercante e de facilidades portuárias e na melhoria de estradas e vias navegáveis.

As revoluções industriais pioneiras ocorrem em uma situação histórica especial, em que o crescimento econômico surge de um acumulo de decisões de incontáveis empresários e investidores particulares, cada um deles governado pelo primeiro mandamento da época, comprar no mercado mais barato e vender no mais caro. Na Inglaterra de fins do século XVIII duas coisas eram necessárias: primeiro uma indústria que já oferecesse recompensas excepcionais para o fabricante que pudesse expandir produção rapidamente, se necessário, través das inovações simples e razoavelmente baratas e segundo um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora, tais considerações se aplicam a quase todos os países nessa época.
Iniciada a industrialização na Grã-Bretanha, outros países podiam começar a gozar dos benefícios da rápida expansão econômica que a revolução industrial pioneira estimulava. Alem disso o sucesso britânico provou que se podia conseguir com ela, a técnica britânica podia ser imitada, ou seja, a habilidade e o capital britânico podiam ser importados, expandindo-se para várias partes da Europa, para a Bélgica, Alemanha e América.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

As transformações históricas, políticas, econômicas e sociais ocorridas desde o século XV, embora não sendo determinante, influenciaram sobre maneira a revolução industrial. Tais acontecimentos tiveram um contexto específico e precisa ser mais bem estudado pela história e nesse intuito de esclarecer alguns pontos fundamentais dos fatos que antecederam a revolução industrial que se faz necessário um breve relato dos principais acontecimentos a partir desse período para melhor compreensão da temática aqui levantada.

A expansão marítima, ou grande navegações tem um papel importante nesse processo, haja vista, que a circunavegação da África, o “descobrimento” da rota para as Índias e para as Américas, foi ampliando a concepção de mundo dos povos europeus. A definição de um mundo territorialmente muito mais amplo, como novos povos, novas culturas, novos modos de explicar as coisas vai exigir a reformulação do modo de ver e de pensar dos europeus. (TOMAZI, 2000).

Nesse contexto conheciam-se novos povos, novas culturas, instalavam-se colônias na África, na Ásia e nas América, ocorrendo com isso a expansãrica, ocorrendo com isso a expansovos, novas cultura instalavam-se colxplicar as coisasormulaço do comé do comrcio de novas mercadorias (sedas, especiarias, produtos tropicais como açúcar, milho, etc.) entre as metrópoles e as colônias, bem como entre os países europeus. Nascia então a possibilidade de um mercado muito mais amplo com características mundiais. (TOMAZI, 2000).

A exploração de metais preciosos, principalmente na América, e o tráfico de escravos ocasionou altíssimos lucros para os mercadores, deram grande impulso ao comércio, que não mais ficou restrito aos mercadores das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou Flandres), passando também para as mãos de grandes comerciantes e muitas vezes de soberanos dos grandes Estados nacionais em formação na Europa. (TOMAZI, 2000).

Toda essa expansão territorial e comercial acelerou o desenvolvimento da economia monetária, com a acumulação de capitais pela burguesia comercial nascente, que mais tarde terá uma importância decisiva na gestão do processo de industrialização na Europa. No entanto as modificações que vinham se processando na forma de produzir a riqueza vieram agregadas também de mudanças na estruturação política. O sistema político feudal tinha restringindo as tarefas administrativas, fiscais, legais e militares, aos diferentes estamentos (nobreza e clero) em algumas cidades, criando desse modo, um grande entrave para as novas atividades econômicas que estavam surgindo.

O declínio do sistema feudal vai pouco a pouco se efetivando, principalmente pelo desenvolvimento de uma estruturação estatal que tem por base a centralização da justiça, com um novo sistema jurídico baseado no direito romano, a centralização da força armada, ou seja, a formação de um exército permanente e a centralização administrativa, com um aparato burocrático ordenado hierarquicamente, com um sistema de impostos que irá permitir uma arrecadação constante para manter todo esse aparato “jurídico-burocrático-militar” sob um único comando, ou seja, nascia o Estado moderno, que vai favorecer a expansão das atividades vinculadas ao desenvolvimento da produção têxtil, à mineração e a siderúrgica, além do comércio interno e externo. (TOMAZI, 2000).

No século XVI desenvolve outro movimento: a Reforma Protestante, que ao entrar em conflito com a autoridade papal e com a estrutura da igreja católica, vai propiciar uma tendência que contribui de modo significativo para a valorização do conhecimento racional, em contraposição à revelação, ao permitir a livre leitura das Escrituras Sagradas, tendo assim um confronto com o monopólio do clero na interpretação baseada na fé e nos dogmas. (TOMAZI, 2000).

Nesse mesmo período surge também um outro movimento no sentido de analisar o universo de outra forma, ou seja, a razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para se conhecer o mundo, isto é, os homens devem ser livres para julgar, avaliar pensar e emitir opiniões sem submeter a nenhuma autoridade transcendente ou divina, que tinha a igreja como defensora e guardiã. (TOMAZI, 2000).

A razão, ou a capacidade racional do homem de conhecer, é definida como o elemento essencial que se colocaria frontalmente contra o dogmatismo e a autoridade eclesial, criando-se uma nova atitude diante das possibilidades de explicar os fatos sociais. Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são fundamentais, aparece, nesse momento representado pelas idéias de diversos pensadores como: Nicolau Maquiavel, Thomas, Hobbes, Francis Bacon, René Descartes, John Locke, dentre outros. (TOMAZI, 2000).

O final do século XVII é marcado por grandes transformações econômicas e políticas, na maioria dos países europeus, a burguesia comercial formada basicamente por comerciantes e banqueiros, tornam-se uma classe com, muito poder. Essa classe além de sustentar ativo o comércio entre os países europeus, estendia-se à todos os países do mundo, comprando e vendendo mercadorias, tornando o mundo cada vez mais europeizado. (TOMAZI, 2000).

A partir do século XVIII o capital mercantil se estendia também a outro ramo de atividade: gradativamente se organizava a produção manufatureira. A compra de matéria-prima e a organização da produção, seja através do trabalho domiciliar seja no trabalho em oficinas levavam ao desenvolvimento de um novo processo produtivo em contraposição aos das corporações de ofício. (TOMAZI, 2000

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