sábado, 2 de abril de 2011

31 DE MARÇO COMEMORAMOS OU NÃO?

Há 47 anos implantava-se no Brasil um regime ditatorial militar que durou até 1985, caracterizado pela violação de direitos humanos e supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão violenta aos que eram contra o regime. Podemos citar aqui na região norte a Guerrilha do Araguaia, mais detalhes veja publicações anteriores nesse blog.

Além das circunstancias relativas à falta de liberdade, pode-se dizer que a política que os militares realizaram foi particularmente falando de grande progresso para nossa região e muitos Estados do nordeste, em especial em função dos grandes projetos implantados que só fizeram nos antecipar alguns anos em relação ao sistema hidrelétrico, muitos criticaram as obras da hidreletrica de Tucurui, que diziam que era uma obra faraonica e um elefante branco e JOÃO BATISTA DE FIGUEREIDO dizia "O TEMPO SERÁ MEU JUIZ" a região norte não sofreu com apagão que muitos Estados do sul e sudeste sofreram, se Figueredo fosse vivo veria sua expressão se concretizar quando disse: "quem viver verá" apesar de ter sido desconsiderados aspectos socioambientais relevante, como por exemplo, o incentivo ao desmatamento, o povoamento e ocupação do solo de forma desordenada e sem nenhum planejamento, e, em especial, por ignorar as necessidades e os direitos do homem e da mulher amazônida.


Até 1970 a área da floresta amazônica que chegou a ser desmatada era pequena, pois existiam habitantes que faziam tão somente a cultura de sobsistência de forma que se pode dizer que a região passou quatro séculos e meio quase ignorada. Essa situação modifica-se sobremaneira a partir do final da década de 1960, com a implantação de grandes projetos do governo ditatorial militar , quando a Amazônia passa a atrair a atenção de milhares pessoas de diversas regiões do país e até mesmo do exterior.

Portanto, o quadro social, fundiário, ambiental e econômico crítico que hoje se revela na Amazônia tem seu marco mais representativo nos grandes projetos da ditadura militar - minerais (Projeto Grande Carajás-Pará), hidrelétricos (Hidrelétrica de Tucurui-Pará, abertura de mega rodovias (Belém-Brasilia e Transamazônica) e pecuários - que começaram a ser implantados no final da década de 60, transformando toda a região Norte numa grande fronteira aberta para a ocupação desordenada e nela foi palco o embate de militares com jovens membros do PCdoB na região do bico do papagaio. veja mais em publicações anteriores nesse blog.

Esses projetos atraíram grileiros, pessoas de baixa e/ou nenhuma qualificação, analfabetas e/ou com pouca escolaridade, sem documentação e/ou subdocumentadas, com irrisórias possibilidades de conseguir emprego nas empresas exploradoras - fato que aumentou consideravelmente o número de pobres que dependem da ação do Estado para sobreviver na região amazônica e também afetou a pressão pela exploração dos recursos ambientais de forma inadequada e o surgimento do MST a nivel nacional.

A partir dos anos 1970, o governo federal militar criou para a Amazônia o Projeto de Integração Nacional (PIN), apresentando-o como forma de integrar as "terras sem homens para homens sem terra". No entanto, o Estado não conseguiu conduzir a ocupação de forma minimamente ordenada, gerando violência, falta de identidade cultural e conflitos sangrentos que vemos eclodir há alguns anos no meio rural a exemplo podemos citar o confronto na curva do "S" em Eldorado dos Carajás. A situação é, sem dúvida, um grande desafio a ser enfrentados pelos governos estaduais amazônicos.

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