quarta-feira, 31 de março de 2010

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O PROCESSO DE PRODUÇÃO

Nessa evolução, a produção manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo;

O artesanato, foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão), possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.

E importante lembrarmos que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de oficio, assim como o comércio também encontravam-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido a divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalismo no processo produtivo, passando a comprar matéria prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até numa terceira e quarta Revolução Industrial. Porém, se concebermos a industrialização, como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momento, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicação ao longo dos séculos XX e XXI, porém aspectos ainda discutíveis.

O PIONERISMO NA INGLATERRA

A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacam-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do mercantilismo, o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsável por um grande êxodo no campo, e conseqüentemente pela disponibilidade de mão- de- obra abundante e barata nas cidades.


Outro fator determinante, foi a existência de um estado liberal na Inglaterra, que desde 1688 com a revolução Gloriosa. Essa revolução que se seguiu à revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa em monarquia parlamentar, libertando a burguesia de um estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um estado liberal Burguês na Inglaterra um século antes da revolução francesa.

PRINCIPAIS AVANÇOS DA MAQUINOFATURA

Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante;
Em 1767 James Hargreaves inventa a “spinning janny”, que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.
Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor;
Em 1769 Richard Arkwigh inventa a “water frame”.
Em 1779 Samuel Crompton inventaa “mule”, uma combinação de “water frane” com a “spinning jenny” com fios finos e resistentes;
Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.

DESDOBRAMENTOS SOCIAS

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operaria), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetidos a salários miseráveis com jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também á inexistência de leis trabalhistas.

O desenvolvimento das ferrovias irá absolver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-economicos com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.

Os trabalhadores reagiram de diversas formas, destacando-se o movimento “ludista” ( o nome vem de NED LUDLAN), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigiam melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.
O divorcio entre capital e trabalho resultante da revolução industrial, é representado socialmente pela polarização entre burgueses e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classe típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do antigo regime.

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