A presença de quatro candidatos ao Senado na aliança em torno da chapa governista tem aquecido o clima no palanque de campanha dos tucanos no Pará. A principal saia justa se dá entre o tucano Mário Couto, que concorre à reeleição e o vice-governador Helenilson Pontes (PSD) que tem o apoio do governador Simão Jatene. O clima de guerra pode ser visto nos comícios pelo interior, mas a principal frente de batalha está se dando nas redes sociais.
Nesta semana, apoiadores de Couto, que se dizem indignados com a adesão do governador a um nome de outro partido usaram o WatsApp (aplicativo que permite a troca de mensagens instantâneas) para divulgar posição em favor do senador. O material foi compartilhado também no facebook, aumentado o clima de constrangimento nas reuniões de campanha onde os dois candidatos têm sido presenças constantes.
O material divulgado nas redes sociais traz foto de Helenilson Pontes com a legenda “esse candidato não me representa. O Pará já tem uma voz que não tem medo de ir à luta”. O vice-presidente da Juventude do PSDB em Belém, Daniel Teixeira assume a autoria do material. Diz que tomou a iniciativa porque defende que a chapa governista apoie apenas um candidato ao Senado. “Somos um grupo de jovens de Mosqueiro e achamos que está errado o governador apoiar um candidato de outro partido”, justifica.
O vice-governador candidato não quis comentar a disputa interna. No comitê de Helenilson, a ordem é minimizar as ações dos apoiadores de Couto. “Não vamos comentar para não dar Ibope”, disse uma fonte ligada ao vice.
GRUPO
Informado pelo comitê de Pontes de que a reportagem queria informações sobre o material distribuído nas redes sociais, o presidente da Juventude do PSDB no Pará, Victor Picanço apressou-se em registrar que o grupo não tem ingerência sobre as ações do grupo de Mosqueiro. “Esse panfleto não é de responsabilidade nossa”, afirmou. “Há uma pressão muito grande do governador para que não se apoie o Mário Couto”, disse uma fonte ligada ao senador.
Nas viagens e reuniões, Couto e Pontes tentam demonstrar naturalidade, mas o clima de tensão é cada vez mais visível. O vice está sempre ao lado do governador e tem um discurso afinado com Jatene, enquanto Couto faz uma espécie de campanha solo conversando diretamente com as lideranças e, sempre que tem oportunidade, dá alfinetadas no concorrente.
A guerra se estende à informações. No comitê de Couto, a informação é de que Helenilson não teria “deslanchado”, enquanto para o apoiadores do vice o panfleto seria a prova “do desespero” do senador. As próximas pesquisas de opinião devem apontar quem está com a razão. Resta saber se no calor da campanha, o clima de disputa não abalará em definitivo as estruturas do palanque governista.
Em nota, o senador Mário Couto disse ser “radicalmente” contra a baixaria em campanha e garantiu que não partiu da sua equipe o post que vem sendo divulgado nas redes sociais.
“Nós temos tido a preocupação de orientar nossos simpatizantes a não partir para esse tipo de ataque que em nada contribui para nossa própria campanha. Queremos chegar à vitória nas urnas com uma campanha limpa e vencer por méritos. É claro que não temos como controlar tudo que sai na internet, mas quando chega ao nosso conhecimento temos o cuidado de pedir para que não se repita”.
(Diário do Pará)
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