É muito grave a situação em Soure, no arquipélago do Marajó. Servidores públicos e integrantes de movimentos sociais ocuparam a prefeitura desde ontem, reiterando uma pauta de reivindicações já apresentada há meses. Hoje, o Bispo do Marajó, Dom José Luiz Azcona, reconhecendo a legitimidade dos pedidos, foi interceder pelo atendimento aos pleitos. Entretanto, em reunião, o advogado do prefeito, Ricardo Corrêa, exaltado, ofendeu o religioso e chegou a abanar as mãos em seu rosto. O prefeito João Luiz Melo(PT) teve que sair escondido pelos fundos para não ser surrado pela população, que aderiu ao movimento e se aglomerava em frente ao prédio, revoltada pelo tratamento ao Bispo. Dom Azcona tem 75 anos, é incansável em seu papel de evangelizar e proteger os mais pobres, está sem se alimentar o dia inteiro tentando ajudar a apaziguar os ânimos e certamente não merece ser desrespeitado. Como o prefeito reuniu com os dirigentes sindicais dentro da prefeitura mas se recusou a conversar com o povo na rua, a turba partiu em direção à residência do alcaide e exige a sua renúncia imediata. O quadro é alarmante. O efetivo da PM é insuficiente para conter os 23 mil habitantes da cidade.
As reivindicações da população estão elencadas em petição pública: o descalabro na saúde, expresso na falta de remédios e instrumentos nos postos de saúde, mofo e infiltração no hospital, precariedade nos programas de saúde preventiva, ausência de pré-natal, falta de água potável, unidades de saúde e ruas destruídas, prédios públicos em ruínas, obras paralisadas, escuridão nas vias públicas, trabalho em ambiente insalubre e não pagamento dos direitos trabalhistas. A situação de abandono no município se completa pela falta de promotor de justiça fixo e pela inoperância da Câmara Municipal. As demandas incluem a instalação de uma agência da Caixa Econômica Federal, porque a lotérica local não consegue atender as necessidades, e programas que evitem o êxodo de jovens por absoluta falta de oportunidades de trabalho.
Trajedia anunciada, segundo dona Maria Querombina, a mulher do Prefeito ainda colocou gasolina na fogueira quando as senhoras que estavam fazendo recadastramentos do bolsa família ao dizer que: "ALÍ ESTAVAM UMAS MORTAS FOME", isso foi o bastante para a turba ficar enfurecida.
sábado, 7 de junho de 2014
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