terça-feira, 17 de junho de 2014

CONCÓRDIA OU DISCÓRDIA NO PARÁ

Concórdia do Pará viveu horas de fúria

Multidão atacou e saqueou prédios da delegacia, do destacamento da PM e da prefeitura após prisão de

Localizado na microrregião de Tomé-Açu, o município de Concórdia do Pará viveu um sábado de fúria este fim de semana. Um grupo invadiu prédios públicos depredando e incendiando carros -e o mais grave: roubando veículos que estavam apreendidos e bens de policiais militares e civis que participavam de uma operação policial no município.

O relato dramático foi feito pelo cabo Paulo Amorim perante o delegado Superintendente da região do Salgado, Luis Xavier, que esteve pessoalmente na sede de Concórdia do Pará após os atos de vandalismo que deixaram a cidade em “toque de recolher” na noite deste sábado (14).

O policial que representou contra os acusados disse que participava da “Operação Minerva Total”, determinada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado e envolvendo a Polícia Militar, Polícia Civil e o Departamento Estadual de Trânsito. Segundo o PM, por volta das 18h, o vereador do PV Edson Madeiro, em companhia de uma “galera”, chegou ao local onde se realizava uma barreira policial e desacatando todos que ali estavam.

Diante dos impropérios desferidos pelo vereador Edson Madeiro, o tenente Weverson deu voz de prisão ao parlamentar, determinando que o cabo Paulo Amorim o encaminhasse até a delegacia e o apresentasse à autoridade policial civil por desacato à autoridade.

ESTOPIM

“Safados, ladrões. Concórdia já tem muitos bandidos e não necessita que bandidos fardados da Polícia Militar venham até aqui para roubar”. Esta frase foi o estopim para a detenção do parlamentar, que reagiu à prisão e, mesmo alterado, foi levado para a delegacia.

Segundo relatos de um policial, ao chegar no local o vereador continuou em sua linha de desacato e através do seu filho, Edson Glaydson, conhecido como “Paulista”, arregimentou populares, que passaram a jogar pedras na Delegacia de Polícia Civil de Concórdia do Pará, danificando o prédio e as viaturas que ali estavam.

Diante do clima tenso, o vereador foi liberado e ao sair da delegacia com o grupo que o acompanhava se dirigiu ao prédio onde funciona o Destacamento da Polícia Militar. O grupo teria invadido e praticado vários crimes, como roubo de munições e carregadores de armas.

Também teriam queimado fogão, geladeira, televisão, rádio transmissor, colchões, armários e três motocicletas da Polícia Militar, além de roubarem sete motocicletas que estavam apreendidas em procedimentos policiais.

SAQUES ARMADOS

Em boletim de ocorrência, os policiais informaram que, além deste material, o grupo também teria levado cinco coletes balísticos, dinheiro e objetos pessoais dos policiais que estavam participando da operação. Dois policiais também ficaram feridos durante a ação criminosa do bando.

“Eles estavam armados com paus, pedras e armas de fogo”, informou o relator da ocorrência ao delegado Luis Xavier. Além do vereador Edson Madeiro, ele identificou o filho deste, Edson Glaydson, e os vereadores “Cocó” e “Jander” como incitadores do tumulto. Também está registrado na ocorrência que um homem identificado como Eurípedes Guimarães incitava a população contra os policiais em um carro som.

Depois de atacar os prédios da delegacia e do destacamento da PM, a multidão foi para o prédio da prefeitura, que também foi alvo da ação criminosa.

Fontes ouvidas em Concórdia do Pará afirmam que desde a manhã do sábado era visível o descontrole do vereador Edson Madeiro, que teria usado ainda as transmissões de uma rádio comunitária para incitar a população contra a “Operação Minerva Total”.

O delegado Luis Xavier disse ao DIÁRIO que todas as medidas necessárias serão feitas para responsabilizar os autores do crime praticado contra os bens públicos em Concórdia do Pará. Na madrugada de sábado para domingo o clima na cidade estava sob controle, com o reforço policial enviado de Castanhal e Belém para manter a ordem na cidade.
(Diário do Pará)

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