quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ASSIM NOS ENSINA EDILZA FONTES

A internacionalização da Amazônia remonta à chegada dos europeus a região no século XVI e XVII, cabendo ao pioneirismo a ingleses e espanhóis, vindos depois portugueses e franceses. Os portugueses e espanhóis construírem impérios nesta parte do mundo, que para isso, tiveram de cometer os seguintes crimes: genocídio, roubo das riquezas e a escravização de milhões de seres humanos. Para que tal fosse possível, não esquecer que obtiveram a anuência das elites locais nesta ação.


A Cesar o que é de Cesar!


Uma das estratégias utilizadas para obter seu vergonhosos intento (e notem até hoje os canalhas não tiveram a dignidade de pedir perdão as nações indígenas e nem devolver os objetos roubados na américa, que estão hoje nos museus europeus) foi apagar a memória da resistência que milhões de seres humanos travaram contra a perversa ação e reescrever a história deste período. Aparecem nos livros históricos como pessoas de boa índole, cristãos que aqui vieram para trazer as luzes da Europa para a região infestada de bárbaros. E para comemorarem seus feitos, erguerem milhares de estátuas, obeliscos, marcos e monumentos, onde seus feitos são vistos no cotidiano das populações descendentes das nações ameríndias e africanas.


Há de se perguntar: Quem comete genocídio é civilizado?


As fontes de pesquisa que os historiadores, pesquisadores e interessados utilizaram para escrever a história foram as milhões de toneladas de documentos produzidos pelas autoridades portuguesas e espanholas. Estes documentos produzidos ao longo dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, nunca podem ser lidos como desprovidos de adjetivos que enaltece a ação dos povos ditos colonizadores e ridicularizam os povos subordinados.


Todavia, o panorama mudou com o surgimento de uma geração de historiadores e pesquisadores no século XX que reescrevem a historia a partir do ponto de vista dos derrotados. Para fazerem este trabalho é importantíssimo ter acesso a está documentação. Entretanto, a situação não é simples!


Com a derrota da elite escravocrata paraense, pró Portugal em 1823, a Amazônia entra para o Brasil pela porta dos fundos. O governo imperial pouco se importou com a região, inclusive chegou oferece-la ao governo inglês, no período da Cabanagem . Com a tentativa do governo dos EUA de internacionalizar o rio Amazonas a partir de 1823, o governo imperial volta suas atenções a região, duas ações marcam está período, a divisão da província do Grão-Pará, com o surgimento da província do Amazonas e a inauguração do navegação a vapor no rio Amazonas, no ano de 1852.


A documentação do período e dos eventos na sua maioria não está na Amazônia, estão no Arquivo e Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Inaugurando, assim, a politica do estado brasileiro em relação aos amazônidas: a dificuldade do acesso à memória! Com o passar dos anos está documentação que está no Arquivo Nacional e na região estão se perdendo, não esqueçamos que o papel se acaba e o governo federal como a estadual não preservam a memória documental, são poucos os estados brasileiros que conseguiram preservar sua documentação.

Postado por Edilza Joana Oliveira Fontes

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