sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O BARATISMO

O BARATISMO


Magalhães Cardoso Barata, que entrou para a História como o maior líder político do Pará e cuja lembrança pendura viva passada mais de 46 anos da sua morte, em 29 de maio de 1959.Visceralmente autoritário, um traço da sua personalidade certamente potencializado pela própria formação castrense, mas também com um forte sentimento de justiça social, ele foi incensado pelo correligionários, odiado pelos adversários e venerados pelas massas humildes. Após pontuar a política paraense por quase 30 anos, para o bem ou para o mal, Barata assumiu os contornos de um mito, na esteira do seu pioneirismo administrativo, traduzidos na interiorização do executivo, através do governo itinerante, e pelas audiências públicas, com as quais abriu as portas do poder ao povo.

O populismo de Barata obviamente levou o mito no qual ele se transformou. E certamente neutralizou, com a força do apelo popular que ganhou seu nome, as resistências da elites, a que a ele se opunham. Em uma das suas leituras sobre o fenômeno que representou Barata, o jornalista e historiografo Carlos Roque, já falecido, recordou que Barata ao exercer o poder de forma autocrática, desapropriava terras, para destina-las a passeios, e congregava os preços de medicamentos e alugueis, posturas inéditas para uma época em que a questão social era tratada como caso de polícia. Isto é, ele se valia dos poderes discricionários que dispunha, ou se atribuía, tanto par intimidar seus adversários, como para beneficiar os excluídos de então.com um perfil próprio de caudilho, implacável com os adversários e com um rígido senso de autoridade e disciplina, Barata comandou com mãos de ferro o Partido Social Democrático(PSD) e exerceu com pompas e circunstâncias o poder. O respeito que inspirava nos seus correligionários e a força de seu carisma junto as massas inspirava o chamado baratismo.

Embora seu inspirador fosse pessoalmente probo sendo sempre citado como paradigma de honestidade pessoal; o baratismo sempre esteve associado ao jogo de bicho e ao contrabando, que mantinha pródigos proprinodutos nos quais se abastecia o PSD, legenda que politicamente se confundia com Barata no Pará. Este presumivelmente, contestava a corrupção, na perspectiva muito freqüente entre os políticos de então de que os fins justificam os meios. Barata, resumindo era leniente em relação a corrupção, desde que não se deixasse contaminar por ela, embora dela se valendo como um recurso para manter-se no poder.

Uma peculiaridade, diga-se, própria de seus lideres de sua época, que não se valiam da corrupção em beneficio próprio, como se tornou hábito nos tempos atuais. Ao morrer Barata deixou um espólio político que a rigor não teve herdeiros, diante da falta de carisma das lideranças que imaginavam no PSD, legenda que abrigava os baratistas. Ao extinguir o pluripartidarismo e instituir por decreto o bipartidarismo, o golpe militar de 1º de abril de 1964 fez desaparecer o lendário PSD, depois de promover uma baixa entre os principais quadro do partido, cujo direitos políticos foram cassados, a começar pelo Governador Aurélio do Carmo, pelo vice-governador, Newtom Miranda, e pelo Prefeito de Belém, Luiz Gaolás Moura Carvalho.

A eles sucedeu como vitima do arbítrio Hélio Gueiros, que também teve seus direitos políticos cassados, ao retomar a atividade política com a redemocratização veio ser governador,em 1986, pelo Partido do Movimento a atividade polormar politicos itrio ewtom Miranda, e pelo Prefeito de Belo, cujo direitos politicos Democrático Brasileiro (PMDB) sucedâneo do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e depois prefeito de Belém ,ai já pelo Partido da Frente Liberal (PFL) ,para o qual migrou após um avidoso rompimento com o Ex-Governador e hoje Deputado Federal Jader Barbalho , com o qual posteriormente se reconciliou ,abrigando-se novamente no PMDB .Com a redemocratização ,até por força da polarização entre PMDB e o Partido Democrático Social (PDS), sucedâneo da aliança renovadora nacional ,a arena ,como base da sustentação parlamentar do regime militar , o PSD ressurgiu absolutamente descaracterizado .Ficou reduzido ,desde então a uma legenda de aluguel de políticos menores .No Pará ,por exemplo ,durante algum tempo ele servil de abrigo ao atual prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB) ,quando este ainda pavimentava sua ascensão política valendo-se da filantropia como recurso para a captação de votos.

A força do baratismo foi tanta e tamanha que mesmo diluída ela está na Gênese de dois dos maiores símbolos do poder no Pará Antagônicos entre si. Um desses símbolos é “O LIBERAL” jornal de maior tiragem do Pará e da Amazônia e que hoje integra as organizações Rômulo Maiorana, cuja emissora de televisão, a TV LIBERAL, e afiliada a Rede Globo.

Outro símbolo de poder é o Ex - Governador Jader Barbalho, cuja formação política foi permeada pela ascendência de cardeais do Baratismo e que mantém incólume seu prestigio junto a parcela mais humilde do eleitorado ,a despeito dos percalços políticos enfrentados no plano nacional e com a justiça diante das denuncias de corrupção .

O Liberal foi fundado por Barata para defenden-se dos ataques da Folha do Norte o jornal do jornalista Paulo Maranhão e que em época teve proporcionalmente uma das maiores tiragens do Brasil ,segundo revelação feita pelo jornalista Cláudio Abramo já falecido e que foi um dos ícones do moderno jornalismo brasileiro .Um jornal partidário e ditorialmente inexpressivo , em 1966 “O LIBERAL” foi comprado pelo empresário e jornalista Rômulo Maiorana ,já morto e do qual é viúva dona Lucideia Batista Maiorana ,sobrinha de barata e hoje presidente das Organizações Rômulo Maiorana (ORM),das quais é presidente executiva Rômulo Maiorana Júnior.

Jader Barbalho também tem suas raízes políticas no baratismo. Seu pai o jornalista Laércio Barbalho, já falecido e que teve os direitos políticos cassados pelo Golpe Militar de 1º de abril de 1964, foi baratista. O ex-governador e hoje deputado federal, por conta disso teve sua formação política permeada pela presença de três cardeais do baratismo .

Jovem ainda, ele conviveu de perto com o ex-governador Aurélio do Carmo, o ex-vice-governador Newton Miranda, este também já falecido e Hélio Gueiros todos três naquela altura no ostracismo político, por conta do golpe militar de 1º de Abril de 1964.

Em sua juventude segundo relato de testemunhas ocasionais dos encontros, era comum Jader passar o final da tarde no escritório de advocacia do ex=governador Aurélio do Carmo no edifício Barão de Belém na travessa 13 de maio invariavelmente lá estavam Newton Miranda e Helio Gueiros além do próprio Aurélio naturalmente .Esse vinculo explica o porque de Jader já governador tem feito de Hélio Gueiros seu sucessor.

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