terça-feira, 8 de setembro de 2009

BELLE ÉPOQUE

INTRODUÇÃO
BELLE ÉPOQUE Por Lucino Campos
Não tenho procuração, apenas uma profunda admiração por Maria de Nazaré Sarges (Naná), desconheço mulher mais apaixonada pela Belém do século XIX, e defensora ardorosa dos feitos de Antonio José de Lemos. Naná, educadora convicta e admirada por seus alunos, devido seu fino trato e paciência com quem estar começando a trilhar o maravilhoso mundo da história da humanidade.
Costuma-se definir Belle Époque como um período de pouco mais de trinta anos que, iniciando-se por volta de 1880, prolonga-se até a Guerra de 1914.
Mas essa não é, logicamente, uma delimitação matemática: na verdade, Belle Époque é um estado de espírito, que se manifesta em dado momento na vida de determinado país.
No Brasil, a Belle Époque situa-se entre 1889, data da proclamação da República, e 1922, ano da realização da Semana da Arte Moderna em São Paulo, sendo precedida por um curto prelúdio – a década de 1880 – e prorrogada por uma fase de progressivo esvaziamento, que perdurou até 1925.
Seria impossível entender a Belle Époque brasileira fora de suas vinculações com a França. Neste ano de 2009, bem acertada a homenagem: O ANO DA FRANÇA NO BRASIL, e o acordo de negócios na esfera da Segurança Nacional em que o governo brasileiro estar comprando armas e veículos aéreos bem como submarinos para defesa da soberania nacional e seus interesses econômicos, garantindo assim a paz interna.
Na segunda metade do Século 19, cinco grandes exposições internacionais realizadas em Paris indicaram, aos pintores e escultores do mundo inteiro, a tendência estética mais em voga.
A primeira dessas exposições, a de 1855, foi o decisivo confronto entre os adeptos do neoclássico Dominique Ingres e do romântico Eugène Delacroix, com a vitória final destes últimos – e, portanto, do Romantismo.
Gustave Courbet, cujas obras tinham sido recusadas, ergueu, a pouca distância do recinto da mostra, seu próprio «Pavilhão do Realismo».
Doze anos depois, o recusado de 1855 tornava-se o herói do dia: a Exposição de 1867 representou a vitória de Courbet e do Realismo, além de mostrar à Europa os pre-rafaelitas ingleses. Desta vez, o júri cortara Manet que, inconformado, também expôs em um pavilhão improvisado.
ARTISTAS BRASILEIROS PREMIADOS NA FRANÇA
A Exposição de 1878 marcou o início da consagração do Impressionismo. A de 1889, representou o triunfo dos simbolistas e, finalmente, a de 1900 assinalou a consagração do Art Nouveau, expressão usada para os rumos que tomou a arte ocidental a parti do século XIX. Engloba grande variedade de estilos e formas, cuja modernidade reside na tendência comum de repudio a precedente e conversões. Embora cumulativamente a arte moderna tenha sido revolucionária, refletiu uma reorientação total contemporânea do pensamento e dos valores humanos. Quando falamos em Arte Nouveau, vem a lembrança da Arte Rococó, seus detalhes ainda hoje encantam muitas pessoas.
Nas três exposições acima citadas estiveram presentes pintores do Brasil. Na de 1878, Augusto Rodrigues Duares. Na de 1889, Henrique Bernardelli, medalha de bronze, e Manuel Teixeira da Rocha, grande medalha de ouro. Na de 1900, Pedro Américo, Pedro Weingartner e Eliseu Visconti, este último contemplado com medalha de prata.
Essas medalhas, nem sempre correspondiam aos méritos do artista. Concebidas como gigantescos mostruários da indústria e do comércio franceses, visando a angariar novos mercados em países distantes, tais exposições costumavam conceder quase tantos prêmios quantos eram os expositores.
Participando dessas exposições, simplesmente visitando-as, ou folheando seus catálogos, artistas de outras terras entraram em contato com a última moda artística, que os mais talentosos logo adotaram. Desse modo, decerto, foi que o Realismo, Impressionismo, Simbolismo, Pontilhismo e Art Nouveau – movimentos estéticos do período chamado Belle Époque atravessaram o Atlântico e chegaram às Américas e ao Brasil.
Paris era um grande centro, não só cultural, mas também de diversão. Dança no Moulin Rouge (1890), de Henri de Toulouse-Lautrec, Museu de Arte de Filadélfia.A Belle Époque (bela época em francês) foi um período na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano.
A Belle Époque foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau.
Arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque".
SOCIEDADE E PROGRESSO MATERIAL
Inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, inspiravam novas percepções da realidade. Com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros, boulevards e alta costura, Paris, a Cidade Luz, era considerada o centro produtor e exportador da cultura mundial. A cultura boêmia imortalizada nas páginas do romance de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème (1848), era um referencial de vida para os intelectuais brasileiros, leitores ávidos de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole France e Balzac. Ir a Paris ao menos uma vez por ano era quase uma obrigação entre as elites, pois garantia o vínculo com a atualidade do mundo.
ARTE E LITERATURA
O estilo chamado art nouveau ("arte nova" em português) foi típico da Belle Époque. Esta corrente artística surgiu nos finais do séc. XIX, em reacção ao emprego abusivo na arte de motivos clássicos ou tradicionais. Em vez de se basear nos sólidos modernos da arte clássica, a art nouveau valorizava os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas dos animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa sendo as principais obras desse estilo fachadas de edifícios, objetos de decoração (móveis, portões, vasos), jóias, vitrais e azulejos. Um dos pintores mais conhecido da Arte Nova é Alfonse Mucha.
MOVIMENTOS SOCIAIS
Enquanto a arte e a inovação floresciam, essa época também viu o crescimento do proletariado e ascensão de movimentos organizados contrários à ordem capitalista vigente, como o movimento anarquista e o socialista, duramente reprimidos pelas autoridades. Com a difusão dessas doutrinas, houve uma polarização cada vez maior entre defensores e detratores do capitalismo, o que gerou enfrentamentos muitas vezes violentos.

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