sexta-feira, 4 de setembro de 2009

I N T R O D U Ç Ã O



Durante a Independência, o Grão Pará se mobilizou para expulsar as forças reacionárias que pretendiam reintegrar o Brasil a Portugal. Nessa luta, que se arrastou por vários anos, destacam-se às figuras do cônego e jornalista João Batista Gonçalves Campos, dos irmãos Vinagre e do fazendeiro Félix Antonio Clemente Malcher. Formaram-se diversos mocambos de escravos foragidos e eram freqüentes as rebeliões militares. Terminada a luta pela Independência e instalado o governo provincial, os lideres locais foram marginalizados do poder.

Em julho de 1831, estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará, tendo Batista Campos sido preso como uma das lideranças implicadas. A indignação do povo cresceu e em 1833 já se falava em criar uma federação. O governador da Província, Bernardo Lobo de Souza, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados. O clímax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, Romualdo de Souza Coelho, criticando alguns políticos da província. Por não ter sido autorizado pelo governo da província, o cônego foi perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher. Reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim reuniram um contingente de rebeldes na fazenda de Malcher. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes.








Na década de 1830, a província do Grão Pará, que compreendia os estados do Pará e do Amazonas, tinha um pouco mais de 80 mil habitantes (sem incluir a população indígena não aldeada). De cada cem pessoas, quarenta eram escravos indígenas, negros, mestiços ou tapuios, isto é, indígenas que moravam nas vilas.

Belém, nessa época, não passava de uma pequena cidade com 24 mil habitantes, apesar de importante centro comercial por onde era exportado cravo, salsa, fumo, cacau e algodão.

A independência do Brasil despertou grande expectativa no povo da região. Os indígenas e tapuios esperavam ter seus direitos reconhecidos e não serem mais obrigados a trabalhar como escravos nas roças e manufaturas dos aldeamentos; os escravos negros queriam a abolição da escravatura; profissionais liberais nacionalistas e parte do clero lutavam por uma independência mais efetiva que afastasse os portugueses e ingleses do controle político e econômico. O resto da população, constituída de mestiço e homem livre, entusiasmada com as idéias libertarias, participou do movimento, imprimindo-lhe um conteúdo mais amplo e mais radical.

A grande rebelião popular, que aconteceu em 1833, teve origem num movimento de contestação, ocorrido dez anos antes e que havia sido sufocado com muita violência, conhecido como “rebelião do navio palhaço.

O descontentamento que dominava não só Belém, mas igualmente o interior do Pará, aumentou com a nomeação do novo presidente da província, lobo de Souza, o cônego João Batista Campos, importante líder das revoltas ocorridas em 1823 e duramente reprimida, tornou-se novamente porta-voz dos descontentes, principalmente da igreja e dos profissionais liberais.

A Guarda Municipal, pró-brasileira, era conscientizada por um de seus membros, Eduardo Angelim, que denunciava sobretudo os agentes infiltrados em toda parte.

A partir de 1834, as manifestações de rua se multiplicaram e o governo reagiu prendendo as lideranças. Batista Campos, Angelim e outros lideres refugiaram-se na fazenda de Félix Clemente Malcher, onde já se encontravam os irmãos Vinagre. Ali foi planejada a resistência armada.

Segundo Caio Prado Junior. Inicia-se a Cabanagem, a mais importante revolta popular da Regência. Esse nome indicava a origem social de seus integrantes, os cabanos, moradores de casas de palha. Foi o mais notável movimento popular do Brasil, o único que as camadas pobres da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade.


As forças militares foram extramente violentas, incendiando fazendas de Malcher e prendendo-o juntamente com outros lideres. Revoltado, o povo de Belém acompanhava os acontecimentos. O destacamento militar de Abaeté se rebelou em

protesto contra a perseguição feita a Eduardo Angelim. Após a morte de Batista Campos, o grupo se rearticulou em quatro frentes e atacou Belém. Com a adesão de guarnições da cidade, a vitória foi total. O presidente da província, Lobo de Souza, e o comandante das tropas portuguesas foram mortos, e os revoltosos, soltos. Malcher foi aclamado presidente da província.

Iniciava-se o primeiro governo cabano. Sem muitas lideranças, o povo escolheu Clemente Malcher, por ser um homem respeitado por todos. Porém, ele continuava com “cabeça” de fazendeiro e começou a tomar atitudes que os cabanos consideravam traição. Os desentendimentos levaram à primeira importante ruptura das lideranças: de um lado, Malcher e as elites dominantes, e, de outro, os Vinagre e Angelim, juntamente com os cabanos e boa parte da tropa. Malcher foi preso, mas, a caminho da cadeia onde ficaria por algum tempo, foi morto por um popular.


ALTOS E BAIXOS DE UMA REVOLUÇÃO


Breves, fica localizada as margens do rio Pará, é atualmente o mais importante porto na ilha de Marajó. Em 1842 era apenas um amontoado de casebres, moradias típicas da população pobre da província, cujos habitantes engrossaram as fileiras dos revoltosos da Cabanagem.

Com a morte de Clemente malcher firmaram-se as lideranças mais combatidas, como os irmãos Antonio e Francisco Vinagre e Eduardo Angelim. A 20 de fevereiro de 1835 foi aclamada presidente da província Francisco Vinagre, que tentou organizar a revolução. Procurou colocar ordem na capital, ao reestruturar a guarda municipal e prometer eleições.

A Cabanagem, espalhada por quase todos os rios amazônicos com a participação de muitos indígenas, principalmente com os Mawé e os Mura. Em toda parte o povo invadiu armazéns, expulsou os portugueses e tomou as suas armas. Um dos grandes lideres cabanos da região do baixo Madeira foi o cacique Mawé Leão Crispim.

Infelizmente Francisco vinagre não conseguiu levar adiante os anseios dos cabanos. Traindo seus comandados, concordou em negociar com o governo central, que havia mandado a Belém um esquadra com cerca de seiscentos homens, e aceitou o novo presidente da província, Manuel Jorge Rodrigues.

Iniciava-se a terceira etapa da revolução. Antonio Vinagre e Angelim refugiaram-se no interior. Reorganizaram suas forças, tropas de tapuios, índios, caboclos e negros, e voltaram a atacar Belém á frente de 3 mil homens, após nove dias de lutas, Belém voltou a ficar sob o controle dos cabanos. Com o desaparecimento de Francisco vinagre, morto em combate, assumiu o governo provincial Eduardo Angelim, com apenas 21 anos de idade.



Uma das reinvidicações dos cabanos era a libertação dos escravos. Por ser casado com uma fazendeira. Angelim não teve a coragem de dar esse passo. Muitos


resolveram então faze-lo à sua maneira, o que provocou mortes e saques. Por três dias comemoraram esta etapa de luta com danças e discursos pelas ruas.

Livres dos opressores e dos legalistas, isto é, dos que apoiaram o imperador, os cabanos tiveram de enfrentar um novo inimigo: a fome. Durante este tempo de guerra as plantações. Foram abandonadas e a carne que vinha da ilha do Marajó foi bloqueada pelos navios da Marinha. A fome em Belém era tanta que, segundo um escritor da época, o povo só tinha para comer ervas agrestes dos quintais abandonados, raízes e couro seco, reduzido a uma espécie de cola dura e indigesta.

A VIOLENTA REPRESSÃO

Sem muita estrutura e organização, os problemas do novo governo aumentaram. A falta de comida estimulava as intrigas e as divergências. Em abril de 1836, chegava a Belém um novo governador, acompanhado de um grande número de soldados, mercenários estrangeiros e criminosos soltos das prisões do Sul e do Nordeste.

Sem condições de enfrentar este novo ataque, Angelim e os cabanos fugiram para o interior, onde a resistência continuou.

A repressão desencadeada pelo governador foi terrível. De uma população de 80 mil pessoas que viviam em toda a província, foram mortos quase 30 mil, isto é, cerca de 40% da população. Qualquer denuncia bastava para alguém ser considerado cabano e, em seguida, morto. Os mais atingidos foram os indígenas e os tapuios. Na região de Tapajós, onde, em 1820, havia 30 mil indígenas, quarenta anos depois só restavam 3 mil.

Em 1839, o governo do rio de janeiro, diante da insistência dos cabanos em continuar a luta, resolveu anistiar os lideres revolucionários, exceto os que cometeram homicídio e os dois chefes, Antonio vinagre e Eduardo Angelim, que foram deportados.

Ainda hoje, 160 anos depois, o povo se lembra dessa luta e chega a dizer: “a cabanagem não acabou: veja o povo na rua”. A Cabanagem continua sendo a maior revolta popular do Brasil.

O CABOCLO

Foi na Amazônia que o Brasil indígena reagiu por mais tempo contra a invasão européia. Ainda hoje, apesar das leis de Pombal, muitas nações falam o nheengatu, a língua usada para o comércio e para a comunicação.

Dessa resistência cultural e da miscigenação de vários povos com o invasor originou-se o caboclo, palavra de origem Tupi que significa “mestiço”. E esse mestiço, sobretudo depois da Cabanagem, apresentou-se como um povo que havia renegado suas raízes indígenas e perdido sua própria identidade.

Desde o tempo em que esses povos foram usados pelos portugueses para fazer a coleta do cacau, do cravo, da canela, da salsa e de diverso óleos, todos os produtos da Amazônia muito apreciados na Europa, eles foram perdendo o contato com suas aldeias
De origem para entrar no mundo “civilizado”. Também nas aldeias dirigidas por missionários ou por funcionários, as pessoas esqueciam seus parentes e amigos das aldeias de origem para se tornarem cristãs, aceitando o novo mundo criado pelos invasores portugueses.

A historia da chamada “aculturação” dos Apaiaká é uma triste repetição do que ocorreu com outros grupos indígenas. No inicio da colonização, os Apiaká eram um povo guerreiro e muito temido que vivia na bacia do tapajós. Em menos de duzentos anos, a sociedade nacional quase exterminou esse povo. Hoje vivem nas cidades da região do Tapajós e na área indígena do rio dos peixes, perdendo a língua e parte de seus costumes.

Ao mesmo tempo, os caboclos conservavam muita coisa de sua cultura de origem. Viviam em pequenos posses, que eram propriedades não legalizadas, onde cultivavam alimentos para o consumo próprio e para a troca com outros produtos. Isto durou até surgir a exploração da borracha, iniciada na segunda metade do século XIX.

A chegada dos nordestinos na região, em 1870, que fugiam da seca provocou outra invasão na Amazônia. Muitos povos indígenas foram mortos ou tiveram de se submeter a esses novos “patrões”, que faziam dele o que queriam. Era uma nova escravidão que surgia.

As lideranças da Cabanagem idealizaram o indígena e fixaram-no empunhando o arco e a flecha em sua bandeira. Contudo, qual foi sua participação nesta luta que durou aproximadamente 8 anos. Numa relação de presos, levados para o navio-prisão “Defensora”, em 1837,pode-se ter uma amostra dessa participação. Dos 299 presos, 91 eram Tapuios (indígenas não aldeados) e treze eram indígenas; os mestiços com sangue indígena (cafusos e mamelucos) eram 63. esses dados demonstram que 73% dos revolucionários presos eram índios ou descendentes de índios. Os outros segmentos eram bem menos expressivos; 36 mulatos, dez negros e dezesseis brancos.
Quanto aos indígenas aldeados, destacaram-se dois grupos: os Mura e os Mawé. Os Mura, que viviam no médio Amazonas, sempre foram discriminados e perseguidos pelo poder colonial, que os acusava de viver de pirataria nos rios. Eles participaram ativamente ao lado dos cabanos e foram responsáveis pela morte de Ambrósio Ayres, o Bararoá, um dos lideres mais violentos das forças oficiais.


Pagaram um preço alto por esta ousadia. De 50 mil que eram em 1826, quinze anos depois estavam reduzidos a 6 mil. Hoje são em torno de 1400 pessoas.

Os Mawé foram os que lideraram a revolução em Parintins e em Tupinambarana. Sob o comando do cacique Manoel Marques atacaram Luzéa, matando os trinta soldados do destacamento militar e os moradores portugueses do lugarejo, transformando a vila em reduto cabano.

Em Tupinambarana e Andirá os revoltosos foram liderados pelo cacique Crispim leão. Incendiaram esta última vila, obrigando os moradores em Óbidos. No combate, o cacique foi morto a bala. Em 1840, quando 980 cabanos se renderam em Luzéa, todos portavam apenas arcos e flechas.

Convém destacar que o povo Karipuna que vive na região do Oiapoque, ao norte do Amapá, é remanescente cabano, vindo do baixo Amazonas, de Bragança e Abaetetuba. Provavelmente eram tapuios que para lá fugiram, pois falavam o nheengatu, a língua geral tupi. Hoje são cerca de setecentas pessoas que falam o creol, língua que agrega elementos do francês, de língua indígenas e africanas.

O GENOCIDIO OCULTADO

Os martírios aplicados aos cabanos chegaram a chocar o frio bacharel Souza Franco e o prevenido historiógrafo Raiol: “Ninguém imagina os martírios de que foram vitimas os infelizes que caíram em poder das chamadas expedições! Falam somente da selvageria dos cabanos, e esquecem a brutalidade dos apregoados legais! Destes referem atos cruéis que não depõem menos contra a natureza humana”.

O quadro de tortura que se instalou na Amazônia foi sem precedentes pela ferocidade e pela extensão: “os rebeldes, verdadeiros ou supostos, eram procurados por toda parte e perseguidos como animais ferozes metidos em troncos e amarados, sofriam suplícios bárbaros que muitas vezes lhes ocasionavam a morte. Houve até quem considerasse como padrão de glória trazer rosários de orelhas secas de cabanos! Conhecemos um celebre comandante dessas expedições, que desvanecia-se em descrever com ostentação os seus feitos de atrocidades e equiparando os rebeldes a cobras venenosas, dizia que não deviam em caso algum ser perdoados! Muitos dos entroncados nas viagens por canoas lançou ele nos rios, e outros muitos mandou espingardear nos calabouços a pretexto de quererem arrombar as prisões! Nos dias de pior humor fazia dependurar, em cordas presas ao teto da casa de sua moradia, os que lhe inspirava maior antipatia, e comprazia-se em arremessa-los com violência de encontro às paredes, de mãos e pés atados, sem nenhum meio de poderem eles evitar os terríveis choques que lhes fraturavam os ossos”.


(...) o numero de mortos nos martírios e torturas tornou-se incalculável: “consta aproximadamente a mortandade dos rebeldes que pereceram nos navios de guerra, nas prisões, nos hospitais e nos conflitos; mas é inteiramente desconhecida a que teve lugar em maior escala pelo centro da província, nas correrias das expedições e longe das vistas do governo.

Uma das mais importantes revoltas da Regência no Brasil. Ocorreu no Pará entre
1835 e 1840. De caráter fortemente popular, envolve sobretudo os moradores pobres das cidades e dos vilarejos ribeirinhos, os cabanos, índios, negros e mestiços. A rebelião irrompe em Belém, em 7 de janeiro de 1835, com o assassinato das duas principais autoridades provinciais, o presidente e o comandante de armas. Os chefes cabanos formam um “governo revolucionário”, liderado pelo fazendeiro Clemente malcher, e enunciam a autonomia da província diante da Regência, até a maioridade de dom Pedro II.

Divergências internas, porém, provocam conflitos entre os próprios cabanos. Malcher é substituído por um líder popular, Francisco Vinagre. Em julho, tropas imperiais do Rio de janeiro, com o apoio de mercenários ingleses comandados por John Taylor, entram em Belém e expulsam os insurgentes.

Governo popular - em violenta reação, os cabanos retomam a capital em agosto e formam novo governo, de caráter ainda mais radical e popular, liderado por Eduardo Angelim. Proclamam a independência do Pará e a republica e expropriam armazém e depósitos de alimentos para distribuí-los entre a população pobre. A parti de maio de 1836, a repressão oficial ganha força, e o governo rebelde é destituído. Liderados por Antônio Vinagre, irmão de Francisco, que consegue escapar da repressão, os cabanos dispersam-se e refugiam-se no interior da província.

Mobilizando as populações ribeirinhas do rio Amazonas e do baixo Tocantins, os cabanos mantem a rebelião até 1840. Nos seus últimos três anos estima-se que cerca de 30 mil cabanos foram mortos a maioria homens.

Causas da revolta. Como todos os levantes do período regencial, a Cabanagem é uma insurreição provincial contra o governo central do Império, enfraquecido pela crise da Regência. Mas apresenta algumas características particulares. O Pará havia sido uma das províncias brasileiras mais envolvidas na luta pela independência, entre 1821 e 1823, o que fortaleceu em suas elites o espírito autonomista. Além disso, durante a colonização, o estado teve relações comerciais mais constantes com Lisboa do que com o Rio de janeiro. Com a independência do país e a separação da antiga metrópole, fica difícil a situação econômica da província. Os grandes proprietários e comerciantes, muitos deles portugueses, queixam-se do excesso de impostos, da falta de incentivo às exportações e do alto preço dos escravos, apoiando inicialmente a sublevação dos cabanos. A população pobre, no entanto, é atingida duramente pelo agravante das dificuldades econômicas. São suas necessidades e aspirações que sustentam a luta quando as elites retiram seu apoio, no momento em que lideranças populares assumem o controle do movimento.



C O N C L U S Ã O

A cabanagem foi uma grande revolta popular que explodiu na província do Pará, em 1835. Dela participou uma multidão de pessoas muito pobres, submetidas à exploração dos poderosos da região. Eram negros, Índios e mestiços que trabalhavam na exploração de produtos de florestas e moravam em cabanas à beira dos rios. Por isso, eram chamados de cabanos e a rebelião ficou conhecida como cabanagem.

Os cabanos queriam sair da situação de miséria em que viviam. Para isso, tinham que lutar contra os responsáveis pela exploração social e pelas injustiças.

A principio, os cabanos foram apoiados por fazendeiros do Pará descontentes com a política do governo imperial e com a falta de autonomia da província. Os fazendeiros queriam mandar livremente no Pará e exportar sem barreiras os produtos da região (cacau, madeira, ervas aromáticas, peles etc..).

Não demorou muito para que os fazendeiros se afastassem da cabanagem, pois ficaram com medo das idéias que existiam no movimento. Os cabanos queriam acabar com a escravidão, distribuir terras para o povo e matar os exploradores.

Um dos chefes da cabanagem foi o padre Batista Campos que, no sertão paraense, costumava benzer os pedaços de pau utilizados como armas pelos pobres. A cabanagem teve muitos outros lideres populares, conhecidos por apelidos curiosos como o João do mato, domingos onça, mãe da chuva, gigante do fumo.
Em janeiro de 1836, tropas de cabanos conquistaram a cidade de Belém (Capital da província) e mataram várias autoridades do governo, entre elas o presidente da província.
Os cabanos tomaram o poder, mas tiveram grandes dificuldades em governar. Por que faltava-lhe organização., havia muita briga entre os lideres do movimento e a rebelião foi traída várias vezes. Tudo isso facilitou a repressão violenta comandada pelas tropas enviadas pelo governo do império. A liquidação completa dos cabanos só ocorreu em 1840, depois de muito sangue derramado. Calcula-se que foram mortos mais de 30 mil cabanos. Os que sobreviveram às perseguições foram presos e escravizados.

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