sexta-feira, 4 de setembro de 2009

I N T R O D U Ç Ã O



Durante a Independência, o Grão Pará se mobilizou para expulsar as forças reacionárias que pretendiam reintegrar o Brasil a Portugal. Nessa luta, que se arrastou por vários anos, destacam-se às figuras do cônego e jornalista João Batista Gonçalves Campos, dos irmãos Vinagre e do fazendeiro Félix Antonio Clemente Malcher. Formaram-se diversos mocambos de escravos foragidos e eram freqüentes as rebeliões militares. Terminada a luta pela Independência e instalado o governo provincial, os lideres locais foram marginalizados do poder.

Em julho de 1831, estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará, tendo Batista Campos sido preso como uma das lideranças implicadas. A indignação do povo cresceu e em 1833 já se falava em criar uma federação. O governador da Província, Bernardo Lobo de Souza, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados. O clímax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, Romualdo de Souza Coelho, criticando alguns políticos da província. Por não ter sido autorizado pelo governo da província, o cônego foi perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher. Reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim reuniram um contingente de rebeldes na fazenda de Malcher. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes.








Na década de 1830, a província do Grão Pará, que compreendia os estados do Pará e do Amazonas, tinha um pouco mais de 80 mil habitantes (sem incluir a população indígena não aldeada). De cada cem pessoas, quarenta eram escravos indígenas, negros, mestiços ou tapuios, isto é, indígenas que moravam nas vilas.

Belém, nessa época, não passava de uma pequena cidade com 24 mil habitantes, apesar de importante centro comercial por onde era exportado cravo, salsa, fumo, cacau e algodão.

A independência do Brasil despertou grande expectativa no povo da região. Os indígenas e tapuios esperavam ter seus direitos reconhecidos e não serem mais obrigados a trabalhar como escravos nas roças e manufaturas dos aldeamentos; os escravos negros queriam a abolição da escravatura; profissionais liberais nacionalistas e parte do clero lutavam por uma independência mais efetiva que afastasse os portugueses e ingleses do controle político e econômico. O resto da população, constituída de mestiço e homem livre, entusiasmada com as idéias libertarias, participou do movimento, imprimindo-lhe um conteúdo mais amplo e mais radical.

A grande rebelião popular, que aconteceu em 1833, teve origem num movimento de contestação, ocorrido dez anos antes e que havia sido sufocado com muita violência, conhecido como “rebelião do navio palhaço.

O descontentamento que dominava não só Belém, mas igualmente o interior do Pará, aumentou com a nomeação do novo presidente da província, lobo de Souza, o cônego João Batista Campos, importante líder das revoltas ocorridas em 1823 e duramente reprimida, tornou-se novamente porta-voz dos descontentes, principalmente da igreja e dos profissionais liberais.

A Guarda Municipal, pró-brasileira, era conscientizada por um de seus membros, Eduardo Angelim, que denunciava sobretudo os agentes infiltrados em toda parte.

A partir de 1834, as manifestações de rua se multiplicaram e o governo reagiu prendendo as lideranças. Batista Campos, Angelim e outros lideres refugiaram-se na fazenda de Félix Clemente Malcher, onde já se encontravam os irmãos Vinagre. Ali foi planejada a resistência armada.

Segundo Caio Prado Junior. Inicia-se a Cabanagem, a mais importante revolta popular da Regência. Esse nome indicava a origem social de seus integrantes, os cabanos, moradores de casas de palha. Foi o mais notável movimento popular do Brasil, o único que as camadas pobres da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade.


As forças militares foram extramente violentas, incendiando fazendas de Malcher e prendendo-o juntamente com outros lideres. Revoltado, o povo de Belém acompanhava os acontecimentos. O destacamento militar de Abaeté se rebelou em

protesto contra a perseguição feita a Eduardo Angelim. Após a morte de Batista Campos, o grupo se rearticulou em quatro frentes e atacou Belém. Com a adesão de guarnições da cidade, a vitória foi total. O presidente da província, Lobo de Souza, e o comandante das tropas portuguesas foram mortos, e os revoltosos, soltos. Malcher foi aclamado presidente da província.

Iniciava-se o primeiro governo cabano. Sem muitas lideranças, o povo escolheu Clemente Malcher, por ser um homem respeitado por todos. Porém, ele continuava com “cabeça” de fazendeiro e começou a tomar atitudes que os cabanos consideravam traição. Os desentendimentos levaram à primeira importante ruptura das lideranças: de um lado, Malcher e as elites dominantes, e, de outro, os Vinagre e Angelim, juntamente com os cabanos e boa parte da tropa. Malcher foi preso, mas, a caminho da cadeia onde ficaria por algum tempo, foi morto por um popular.


ALTOS E BAIXOS DE UMA REVOLUÇÃO


Breves, fica localizada as margens do rio Pará, é atualmente o mais importante porto na ilha de Marajó. Em 1842 era apenas um amontoado de casebres, moradias típicas da população pobre da província, cujos habitantes engrossaram as fileiras dos revoltosos da Cabanagem.

Com a morte de Clemente malcher firmaram-se as lideranças mais combatidas, como os irmãos Antonio e Francisco Vinagre e Eduardo Angelim. A 20 de fevereiro de 1835 foi aclamada presidente da província Francisco Vinagre, que tentou organizar a revolução. Procurou colocar ordem na capital, ao reestruturar a guarda municipal e prometer eleições.

A Cabanagem, espalhada por quase todos os rios amazônicos com a participação de muitos indígenas, principalmente com os Mawé e os Mura. Em toda parte o povo invadiu armazéns, expulsou os portugueses e tomou as suas armas. Um dos grandes lideres cabanos da região do baixo Madeira foi o cacique Mawé Leão Crispim.

Infelizmente Francisco vinagre não conseguiu levar adiante os anseios dos cabanos. Traindo seus comandados, concordou em negociar com o governo central, que havia mandado a Belém um esquadra com cerca de seiscentos homens, e aceitou o novo presidente da província, Manuel Jorge Rodrigues.

Iniciava-se a terceira etapa da revolução. Antonio Vinagre e Angelim refugiaram-se no interior. Reorganizaram suas forças, tropas de tapuios, índios, caboclos e negros, e voltaram a atacar Belém á frente de 3 mil homens, após nove dias de lutas, Belém voltou a ficar sob o controle dos cabanos. Com o desaparecimento de Francisco vinagre, morto em combate, assumiu o governo provincial Eduardo Angelim, com apenas 21 anos de idade.



Uma das reinvidicações dos cabanos era a libertação dos escravos. Por ser casado com uma fazendeira. Angelim não teve a coragem de dar esse passo. Muitos


resolveram então faze-lo à sua maneira, o que provocou mortes e saques. Por três dias comemoraram esta etapa de luta com danças e discursos pelas ruas.

Livres dos opressores e dos legalistas, isto é, dos que apoiaram o imperador, os cabanos tiveram de enfrentar um novo inimigo: a fome. Durante este tempo de guerra as plantações. Foram abandonadas e a carne que vinha da ilha do Marajó foi bloqueada pelos navios da Marinha. A fome em Belém era tanta que, segundo um escritor da época, o povo só tinha para comer ervas agrestes dos quintais abandonados, raízes e couro seco, reduzido a uma espécie de cola dura e indigesta.

A VIOLENTA REPRESSÃO

Sem muita estrutura e organização, os problemas do novo governo aumentaram. A falta de comida estimulava as intrigas e as divergências. Em abril de 1836, chegava a Belém um novo governador, acompanhado de um grande número de soldados, mercenários estrangeiros e criminosos soltos das prisões do Sul e do Nordeste.

Sem condições de enfrentar este novo ataque, Angelim e os cabanos fugiram para o interior, onde a resistência continuou.

A repressão desencadeada pelo governador foi terrível. De uma população de 80 mil pessoas que viviam em toda a província, foram mortos quase 30 mil, isto é, cerca de 40% da população. Qualquer denuncia bastava para alguém ser considerado cabano e, em seguida, morto. Os mais atingidos foram os indígenas e os tapuios. Na região de Tapajós, onde, em 1820, havia 30 mil indígenas, quarenta anos depois só restavam 3 mil.

Em 1839, o governo do rio de janeiro, diante da insistência dos cabanos em continuar a luta, resolveu anistiar os lideres revolucionários, exceto os que cometeram homicídio e os dois chefes, Antonio vinagre e Eduardo Angelim, que foram deportados.

Ainda hoje, 160 anos depois, o povo se lembra dessa luta e chega a dizer: “a cabanagem não acabou: veja o povo na rua”. A Cabanagem continua sendo a maior revolta popular do Brasil.

O CABOCLO

Foi na Amazônia que o Brasil indígena reagiu por mais tempo contra a invasão européia. Ainda hoje, apesar das leis de Pombal, muitas nações falam o nheengatu, a língua usada para o comércio e para a comunicação.

Dessa resistência cultural e da miscigenação de vários povos com o invasor originou-se o caboclo, palavra de origem Tupi que significa “mestiço”. E esse mestiço, sobretudo depois da Cabanagem, apresentou-se como um povo que havia renegado suas raízes indígenas e perdido sua própria identidade.

Desde o tempo em que esses povos foram usados pelos portugueses para fazer a coleta do cacau, do cravo, da canela, da salsa e de diverso óleos, todos os produtos da Amazônia muito apreciados na Europa, eles foram perdendo o contato com suas aldeias
De origem para entrar no mundo “civilizado”. Também nas aldeias dirigidas por missionários ou por funcionários, as pessoas esqueciam seus parentes e amigos das aldeias de origem para se tornarem cristãs, aceitando o novo mundo criado pelos invasores portugueses.

A historia da chamada “aculturação” dos Apaiaká é uma triste repetição do que ocorreu com outros grupos indígenas. No inicio da colonização, os Apiaká eram um povo guerreiro e muito temido que vivia na bacia do tapajós. Em menos de duzentos anos, a sociedade nacional quase exterminou esse povo. Hoje vivem nas cidades da região do Tapajós e na área indígena do rio dos peixes, perdendo a língua e parte de seus costumes.

Ao mesmo tempo, os caboclos conservavam muita coisa de sua cultura de origem. Viviam em pequenos posses, que eram propriedades não legalizadas, onde cultivavam alimentos para o consumo próprio e para a troca com outros produtos. Isto durou até surgir a exploração da borracha, iniciada na segunda metade do século XIX.

A chegada dos nordestinos na região, em 1870, que fugiam da seca provocou outra invasão na Amazônia. Muitos povos indígenas foram mortos ou tiveram de se submeter a esses novos “patrões”, que faziam dele o que queriam. Era uma nova escravidão que surgia.

As lideranças da Cabanagem idealizaram o indígena e fixaram-no empunhando o arco e a flecha em sua bandeira. Contudo, qual foi sua participação nesta luta que durou aproximadamente 8 anos. Numa relação de presos, levados para o navio-prisão “Defensora”, em 1837,pode-se ter uma amostra dessa participação. Dos 299 presos, 91 eram Tapuios (indígenas não aldeados) e treze eram indígenas; os mestiços com sangue indígena (cafusos e mamelucos) eram 63. esses dados demonstram que 73% dos revolucionários presos eram índios ou descendentes de índios. Os outros segmentos eram bem menos expressivos; 36 mulatos, dez negros e dezesseis brancos.
Quanto aos indígenas aldeados, destacaram-se dois grupos: os Mura e os Mawé. Os Mura, que viviam no médio Amazonas, sempre foram discriminados e perseguidos pelo poder colonial, que os acusava de viver de pirataria nos rios. Eles participaram ativamente ao lado dos cabanos e foram responsáveis pela morte de Ambrósio Ayres, o Bararoá, um dos lideres mais violentos das forças oficiais.


Pagaram um preço alto por esta ousadia. De 50 mil que eram em 1826, quinze anos depois estavam reduzidos a 6 mil. Hoje são em torno de 1400 pessoas.

Os Mawé foram os que lideraram a revolução em Parintins e em Tupinambarana. Sob o comando do cacique Manoel Marques atacaram Luzéa, matando os trinta soldados do destacamento militar e os moradores portugueses do lugarejo, transformando a vila em reduto cabano.

Em Tupinambarana e Andirá os revoltosos foram liderados pelo cacique Crispim leão. Incendiaram esta última vila, obrigando os moradores em Óbidos. No combate, o cacique foi morto a bala. Em 1840, quando 980 cabanos se renderam em Luzéa, todos portavam apenas arcos e flechas.

Convém destacar que o povo Karipuna que vive na região do Oiapoque, ao norte do Amapá, é remanescente cabano, vindo do baixo Amazonas, de Bragança e Abaetetuba. Provavelmente eram tapuios que para lá fugiram, pois falavam o nheengatu, a língua geral tupi. Hoje são cerca de setecentas pessoas que falam o creol, língua que agrega elementos do francês, de língua indígenas e africanas.

O GENOCIDIO OCULTADO

Os martírios aplicados aos cabanos chegaram a chocar o frio bacharel Souza Franco e o prevenido historiógrafo Raiol: “Ninguém imagina os martírios de que foram vitimas os infelizes que caíram em poder das chamadas expedições! Falam somente da selvageria dos cabanos, e esquecem a brutalidade dos apregoados legais! Destes referem atos cruéis que não depõem menos contra a natureza humana”.

O quadro de tortura que se instalou na Amazônia foi sem precedentes pela ferocidade e pela extensão: “os rebeldes, verdadeiros ou supostos, eram procurados por toda parte e perseguidos como animais ferozes metidos em troncos e amarados, sofriam suplícios bárbaros que muitas vezes lhes ocasionavam a morte. Houve até quem considerasse como padrão de glória trazer rosários de orelhas secas de cabanos! Conhecemos um celebre comandante dessas expedições, que desvanecia-se em descrever com ostentação os seus feitos de atrocidades e equiparando os rebeldes a cobras venenosas, dizia que não deviam em caso algum ser perdoados! Muitos dos entroncados nas viagens por canoas lançou ele nos rios, e outros muitos mandou espingardear nos calabouços a pretexto de quererem arrombar as prisões! Nos dias de pior humor fazia dependurar, em cordas presas ao teto da casa de sua moradia, os que lhe inspirava maior antipatia, e comprazia-se em arremessa-los com violência de encontro às paredes, de mãos e pés atados, sem nenhum meio de poderem eles evitar os terríveis choques que lhes fraturavam os ossos”.


(...) o numero de mortos nos martírios e torturas tornou-se incalculável: “consta aproximadamente a mortandade dos rebeldes que pereceram nos navios de guerra, nas prisões, nos hospitais e nos conflitos; mas é inteiramente desconhecida a que teve lugar em maior escala pelo centro da província, nas correrias das expedições e longe das vistas do governo.

Uma das mais importantes revoltas da Regência no Brasil. Ocorreu no Pará entre
1835 e 1840. De caráter fortemente popular, envolve sobretudo os moradores pobres das cidades e dos vilarejos ribeirinhos, os cabanos, índios, negros e mestiços. A rebelião irrompe em Belém, em 7 de janeiro de 1835, com o assassinato das duas principais autoridades provinciais, o presidente e o comandante de armas. Os chefes cabanos formam um “governo revolucionário”, liderado pelo fazendeiro Clemente malcher, e enunciam a autonomia da província diante da Regência, até a maioridade de dom Pedro II.

Divergências internas, porém, provocam conflitos entre os próprios cabanos. Malcher é substituído por um líder popular, Francisco Vinagre. Em julho, tropas imperiais do Rio de janeiro, com o apoio de mercenários ingleses comandados por John Taylor, entram em Belém e expulsam os insurgentes.

Governo popular - em violenta reação, os cabanos retomam a capital em agosto e formam novo governo, de caráter ainda mais radical e popular, liderado por Eduardo Angelim. Proclamam a independência do Pará e a republica e expropriam armazém e depósitos de alimentos para distribuí-los entre a população pobre. A parti de maio de 1836, a repressão oficial ganha força, e o governo rebelde é destituído. Liderados por Antônio Vinagre, irmão de Francisco, que consegue escapar da repressão, os cabanos dispersam-se e refugiam-se no interior da província.

Mobilizando as populações ribeirinhas do rio Amazonas e do baixo Tocantins, os cabanos mantem a rebelião até 1840. Nos seus últimos três anos estima-se que cerca de 30 mil cabanos foram mortos a maioria homens.

Causas da revolta. Como todos os levantes do período regencial, a Cabanagem é uma insurreição provincial contra o governo central do Império, enfraquecido pela crise da Regência. Mas apresenta algumas características particulares. O Pará havia sido uma das províncias brasileiras mais envolvidas na luta pela independência, entre 1821 e 1823, o que fortaleceu em suas elites o espírito autonomista. Além disso, durante a colonização, o estado teve relações comerciais mais constantes com Lisboa do que com o Rio de janeiro. Com a independência do país e a separação da antiga metrópole, fica difícil a situação econômica da província. Os grandes proprietários e comerciantes, muitos deles portugueses, queixam-se do excesso de impostos, da falta de incentivo às exportações e do alto preço dos escravos, apoiando inicialmente a sublevação dos cabanos. A população pobre, no entanto, é atingida duramente pelo agravante das dificuldades econômicas. São suas necessidades e aspirações que sustentam a luta quando as elites retiram seu apoio, no momento em que lideranças populares assumem o controle do movimento.



C O N C L U S Ã O

A cabanagem foi uma grande revolta popular que explodiu na província do Pará, em 1835. Dela participou uma multidão de pessoas muito pobres, submetidas à exploração dos poderosos da região. Eram negros, Índios e mestiços que trabalhavam na exploração de produtos de florestas e moravam em cabanas à beira dos rios. Por isso, eram chamados de cabanos e a rebelião ficou conhecida como cabanagem.

Os cabanos queriam sair da situação de miséria em que viviam. Para isso, tinham que lutar contra os responsáveis pela exploração social e pelas injustiças.

A principio, os cabanos foram apoiados por fazendeiros do Pará descontentes com a política do governo imperial e com a falta de autonomia da província. Os fazendeiros queriam mandar livremente no Pará e exportar sem barreiras os produtos da região (cacau, madeira, ervas aromáticas, peles etc..).

Não demorou muito para que os fazendeiros se afastassem da cabanagem, pois ficaram com medo das idéias que existiam no movimento. Os cabanos queriam acabar com a escravidão, distribuir terras para o povo e matar os exploradores.

Um dos chefes da cabanagem foi o padre Batista Campos que, no sertão paraense, costumava benzer os pedaços de pau utilizados como armas pelos pobres. A cabanagem teve muitos outros lideres populares, conhecidos por apelidos curiosos como o João do mato, domingos onça, mãe da chuva, gigante do fumo.
Em janeiro de 1836, tropas de cabanos conquistaram a cidade de Belém (Capital da província) e mataram várias autoridades do governo, entre elas o presidente da província.
Os cabanos tomaram o poder, mas tiveram grandes dificuldades em governar. Por que faltava-lhe organização., havia muita briga entre os lideres do movimento e a rebelião foi traída várias vezes. Tudo isso facilitou a repressão violenta comandada pelas tropas enviadas pelo governo do império. A liquidação completa dos cabanos só ocorreu em 1840, depois de muito sangue derramado. Calcula-se que foram mortos mais de 30 mil cabanos. Os que sobreviveram às perseguições foram presos e escravizados.

O BARATISMO

O BARATISMO


Magalhães Cardoso Barata, que entrou para a História como o maior líder político do Pará e cuja lembrança pendura viva passada mais de 46 anos da sua morte, em 29 de maio de 1959.Visceralmente autoritário, um traço da sua personalidade certamente potencializado pela própria formação castrense, mas também com um forte sentimento de justiça social, ele foi incensado pelo correligionários, odiado pelos adversários e venerados pelas massas humildes. Após pontuar a política paraense por quase 30 anos, para o bem ou para o mal, Barata assumiu os contornos de um mito, na esteira do seu pioneirismo administrativo, traduzidos na interiorização do executivo, através do governo itinerante, e pelas audiências públicas, com as quais abriu as portas do poder ao povo.

O populismo de Barata obviamente levou o mito no qual ele se transformou. E certamente neutralizou, com a força do apelo popular que ganhou seu nome, as resistências da elites, a que a ele se opunham. Em uma das suas leituras sobre o fenômeno que representou Barata, o jornalista e historiografo Carlos Roque, já falecido, recordou que Barata ao exercer o poder de forma autocrática, desapropriava terras, para destina-las a passeios, e congregava os preços de medicamentos e alugueis, posturas inéditas para uma época em que a questão social era tratada como caso de polícia. Isto é, ele se valia dos poderes discricionários que dispunha, ou se atribuía, tanto par intimidar seus adversários, como para beneficiar os excluídos de então.com um perfil próprio de caudilho, implacável com os adversários e com um rígido senso de autoridade e disciplina, Barata comandou com mãos de ferro o Partido Social Democrático(PSD) e exerceu com pompas e circunstâncias o poder. O respeito que inspirava nos seus correligionários e a força de seu carisma junto as massas inspirava o chamado baratismo.

Embora seu inspirador fosse pessoalmente probo sendo sempre citado como paradigma de honestidade pessoal; o baratismo sempre esteve associado ao jogo de bicho e ao contrabando, que mantinha pródigos proprinodutos nos quais se abastecia o PSD, legenda que politicamente se confundia com Barata no Pará. Este presumivelmente, contestava a corrupção, na perspectiva muito freqüente entre os políticos de então de que os fins justificam os meios. Barata, resumindo era leniente em relação a corrupção, desde que não se deixasse contaminar por ela, embora dela se valendo como um recurso para manter-se no poder.

Uma peculiaridade, diga-se, própria de seus lideres de sua época, que não se valiam da corrupção em beneficio próprio, como se tornou hábito nos tempos atuais. Ao morrer Barata deixou um espólio político que a rigor não teve herdeiros, diante da falta de carisma das lideranças que imaginavam no PSD, legenda que abrigava os baratistas. Ao extinguir o pluripartidarismo e instituir por decreto o bipartidarismo, o golpe militar de 1º de abril de 1964 fez desaparecer o lendário PSD, depois de promover uma baixa entre os principais quadro do partido, cujo direitos políticos foram cassados, a começar pelo Governador Aurélio do Carmo, pelo vice-governador, Newtom Miranda, e pelo Prefeito de Belém, Luiz Gaolás Moura Carvalho.

A eles sucedeu como vitima do arbítrio Hélio Gueiros, que também teve seus direitos políticos cassados, ao retomar a atividade política com a redemocratização veio ser governador,em 1986, pelo Partido do Movimento a atividade polormar politicos itrio ewtom Miranda, e pelo Prefeito de Belo, cujo direitos politicos Democrático Brasileiro (PMDB) sucedâneo do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e depois prefeito de Belém ,ai já pelo Partido da Frente Liberal (PFL) ,para o qual migrou após um avidoso rompimento com o Ex-Governador e hoje Deputado Federal Jader Barbalho , com o qual posteriormente se reconciliou ,abrigando-se novamente no PMDB .Com a redemocratização ,até por força da polarização entre PMDB e o Partido Democrático Social (PDS), sucedâneo da aliança renovadora nacional ,a arena ,como base da sustentação parlamentar do regime militar , o PSD ressurgiu absolutamente descaracterizado .Ficou reduzido ,desde então a uma legenda de aluguel de políticos menores .No Pará ,por exemplo ,durante algum tempo ele servil de abrigo ao atual prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB) ,quando este ainda pavimentava sua ascensão política valendo-se da filantropia como recurso para a captação de votos.

A força do baratismo foi tanta e tamanha que mesmo diluída ela está na Gênese de dois dos maiores símbolos do poder no Pará Antagônicos entre si. Um desses símbolos é “O LIBERAL” jornal de maior tiragem do Pará e da Amazônia e que hoje integra as organizações Rômulo Maiorana, cuja emissora de televisão, a TV LIBERAL, e afiliada a Rede Globo.

Outro símbolo de poder é o Ex - Governador Jader Barbalho, cuja formação política foi permeada pela ascendência de cardeais do Baratismo e que mantém incólume seu prestigio junto a parcela mais humilde do eleitorado ,a despeito dos percalços políticos enfrentados no plano nacional e com a justiça diante das denuncias de corrupção .

O Liberal foi fundado por Barata para defenden-se dos ataques da Folha do Norte o jornal do jornalista Paulo Maranhão e que em época teve proporcionalmente uma das maiores tiragens do Brasil ,segundo revelação feita pelo jornalista Cláudio Abramo já falecido e que foi um dos ícones do moderno jornalismo brasileiro .Um jornal partidário e ditorialmente inexpressivo , em 1966 “O LIBERAL” foi comprado pelo empresário e jornalista Rômulo Maiorana ,já morto e do qual é viúva dona Lucideia Batista Maiorana ,sobrinha de barata e hoje presidente das Organizações Rômulo Maiorana (ORM),das quais é presidente executiva Rômulo Maiorana Júnior.

Jader Barbalho também tem suas raízes políticas no baratismo. Seu pai o jornalista Laércio Barbalho, já falecido e que teve os direitos políticos cassados pelo Golpe Militar de 1º de abril de 1964, foi baratista. O ex-governador e hoje deputado federal, por conta disso teve sua formação política permeada pela presença de três cardeais do baratismo .

Jovem ainda, ele conviveu de perto com o ex-governador Aurélio do Carmo, o ex-vice-governador Newton Miranda, este também já falecido e Hélio Gueiros todos três naquela altura no ostracismo político, por conta do golpe militar de 1º de Abril de 1964.

Em sua juventude segundo relato de testemunhas ocasionais dos encontros, era comum Jader passar o final da tarde no escritório de advocacia do ex=governador Aurélio do Carmo no edifício Barão de Belém na travessa 13 de maio invariavelmente lá estavam Newton Miranda e Helio Gueiros além do próprio Aurélio naturalmente .Esse vinculo explica o porque de Jader já governador tem feito de Hélio Gueiros seu sucessor.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

trabalho de pesquisa

Aos alunos da Escola Estadual Antonio Gondim Lins
Turno: Tarde Turma: 2001 Turno: Noite Turmas: 2001 /2002
Escrever seu entendimento dos filmes:
1- O nome da Rosa;
2- Moça com brinco de perola ( de Peter Webber, 2003)

Turno: Tarde Turmas: 101/1002 Turno: Noite Turmas: 101/102/103/104/1001/1002/1003/1004/
Código Civil 2003 que substitui o anterior de 1916.
Escreva um Texto sobre as principais modificações da nova Lei em relação a questões familiares, como a responsabilidade do casal em relação aos filhos e os direitos da mulher.

domingo, 30 de agosto de 2009

EXERCICO DE HISTÓRIA



EXERCÍCIO DE HISTÓRIA

Colonizar o Brasil não era tarefa fácil. O clima quente e úmido e a vegetação densa dificultavam a penetração para o interior. O comércio com o oriente estava em declínio, devido aos elevados custos com transporte e manutenção de entrepostos, além da concorrência de franceses, ingleses e espanhóis, que exploravam a mesma rota comercial. Portugal precisava buscar alternativas comerciais para aumentar seus lucros. O Brasil foi visto como opção.
Além disso, a descoberta de ouro e prata nas colônias espanholas da América ressuscitou o desejo português de procurar ouro no Brasil.
As primeiras expedições colonizadoras foram: cinco navios e uma tripulação de mais ou menos 400 pessoas. Era assim composta a expedição comandada por Martins Afonso de Souza, que partiu de Lisboa em dezembro de 1530. Seu principal objetivo era iniciar a colonização do Brasil; por isso ficou conhecida como expedição colonizadora. Além de iniciar a colonização, Martim Afonso também tinha como objetivos combater os corsários estrangeiros, procurar ouro e fazer um maior reconhecimento geográfico de nosso litoral.
Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso fundou a primeira vila no Brasil, a vila de São Vicente. Além dessa vila, fundou alguns povoados, como Santo André da Borda do campo e Santo Amaro.
Na região de São Vicente, Martim Afonso iniciou o plantio da cana-de-açucar. Um ano após o plantio das primeiras mudas, instalou-se o primeiro engenho produtor de açucar no Brasil chamado São Jorge.
A partir da instalação dos primeiros engenhos de açúcar e núcleos de povoamento, a coroa portuguesa foi estruturando o funcionamento do sistema colonial mercantilista, baseado, sobretudo no monopólio comercial.


PROCESSO DE PRODUÇÃO

Nessa evolução, a produção manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo;
O artesanato, foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão), possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.
E importante lembrarmos que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de oficio, assim como o comércio também encontravam-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.




A Cabanagem (1835-1840) foi uma revolta de cunho social ocorrida na então Província do Grão-Pará, no Brasil.
De cunho popular, contou com a participação de elementos das camadas média e alta da região, entre os quais se destacam os nomes do padre João Batista Gonçalves Campos, do jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio e do latifundiário Félix Clemente Malcher.
Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.
A denominação "Cabanagem" remete ao tipo de habitação da população ribeirinha, constituída por mestiços, escravos libertos e indígenas. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora com melhores condições, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.


REFORMA RELIGIOSA NA EUROPA

Em 1517, o papa Leão X incumbiu os dominicanos, com desagrado de outras ordens religiosas, a pregar na (anglo-saxônica) Alemanha, uma indulgência (ato ou efeito de condenar ou perdoar) recolhendo esmolas para a conclusão da igreja de São Pedro, em Roma. Houve abusos no cumprimento dessa incumbência por parte de pregadores, emprestando-se-lhe um caráter mercantil.
Lutero negou o valor das indulgências e, lançando um repto ao dominicano Tetzel, afixou à porta da igreja de Wittenberg uma lista de 95 teses, nas quais atacava, além dos abusos os dogmas da Igreja.



R O M A

Jesus Cristo nasceu na província romana da Judéia. Mesmo depois da sua morte, a mensagem continuou a ser espalhada pelos Apóstolos. E desde o início que as autoridades romanas começaram a perseguir os cristãos e a proibir qualquer tipo de culto. As catacumbas eram a única solução para os cristãos se reunirem e prestarem culto a Deus. Por que razão os Romanos perseguiam os cristãos? Dir-se-á que era por questões político-ideológicas. Concretizando melhor: a mensagem trazida pelo Cristianismo era inovadora e implicava diretamente com aquela que era a prática dos Romanos: a defesa da paz e do amor ao próximo colidia frontalmente com as guerras constantes em que os Romanos se envolviam; a igualdade entre os homens era contrária à escravatura, realidade social muito vincada em Roma; a recusa da autoridade do Imperador era um ataque frontal ao próprio Imperador. Com o decorrer dos anos, o Cristianismo foi conseguindo reunir um número cada vez maior de fiéis, mesmo nas classes superiores. E aí, a posição das autoridades romanos foi-se lentamente alterando. O Imperador Constantino, no ano de 313, publica o Édito de Milão, no qual dá liberdade de culto aos cristãos, que deixavam de ser perseguidos pela participação nos seus rituais. De resto, ele próprio, Constantino, devido às vitórias alcançadas com o símbolo cristão, converte-se ao Cristianismo. Em 381, o Imperador Teodósio publica o Édito de Salónica, na qual o Cristianismo se torna a religião oficial do Império, não sendo admitido qualquer outro culto em Roma. Após o fim do Império Romano, os povos bárbaros, que eram pagãos, vão-se converter também ao Cristianismo. Começam a surgir as paróquias e as dioceses e a Igreja da Cristandade começa a organizar-se. O mundo cristão nasceu a partir entre as populações romanas e os povos bárbaros, que rapidamente se converteram ao Cristianismo e a uma religião que, após vários séculos de perseguição, era já a religião oficial do Império. Essa fusão originou uma síntese entre elementos romanos e elementos germânicos. A nova civilização européia cristã nasceu em grande parte da ação evangelizadora da Igreja Cristã, nomeadamente de bispos e monges. Eram as primeiras estruturas do cristianismo em organização.


sábado, 29 de agosto de 2009

CRONOLOGIA DA HUMANIDADE

CRONOLOGIA REFERENCIAL PARA O INÍCIO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE/ ACEITA POR VÁRIOS HISTORIADORES. por Lucino Campos

IDADE ANTIGA: Fundação das primeiras cidades politicamente organizadas, por volta de 3.500 a.C. com: Ur, Uruk,Nippur, Logash e Eridu.

IDADE MÉDIA: Queda do Império romano do Ocidente. (476 d.C).

IDADE MODERNA: Tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos (1453 d.C).

IDADE CONTEMPORÂNEA: Início da revolução francesa. (1789).

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ADESÃO DO PARÁ A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

ADESÃO DO PARÁ A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL por LUCINO CAMPOS
QUAL A VERDADEIRA DATA?
15 de agosto de 1823 ou 16 de agosto de 1823?
Por enquanto devemos considerar a data 15 de agosto, no entanto a data correta é 16 de agosto devemos apenas esperar para que seja oficializada pela Assembléia Legislativa do Estado do Pará.
Segundo a reportagem do jornal Diário do Pará do dia 20/08/09 foi encontrado no arquivo publico pelo pesquisador JOÃO LÚCIO MAZZINI, um documento que nele esta escrito: “AMNO DO NASCIMENTO DE NOSSO SENHOR JESUS CHRISTO DE MIL OITOCENTOSE E VINTE E TRES AMNOS, AOS DEZESSEIS DIAS DO MÊS D” AGOSTO DO DITO AMNO , N”ESTA CIDADE DE SANTA MARIA DE BELÉM DO GRÃO PARÁ (...)”.
O documento estava perdido entre os “códices”, que são documentos históricos avulsos encadernados pelo arquivo público. “Esta ata estava dentro de um códices, encadernada a mão durante a gestão de Arthur Viana como diretor do arquivo público, em 1902, ou seja, a 107 anos”
O documento foi encontrado quando a equipe do arquivo fazia o levantamento da documentação referente à tomada e governo de CAYENNA pelas tropas paraenses, de 1809 a 1817. O estado de conservação é bom.
Segundo Lúcio, “os que lutaram pela adesão, não foram aquinhoados no novo governo surgido no dia 16 de agosto. O resultado foi que os paraenses fizeram um levante no dia 15 e 16 de outubro de 1823, para expulsar os portugueses. Os negros índios e brancos pobres proclamaram o reinado de congo em Belém. Posteriormente, tropas internacionais aprisionaram os revolucionários, que foram trucidados no assassinato do Brigue Palhaço”. Mas isso já faz parte da história da cabanagem.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

HORA H por Lucino Campos

A maioria de minhas amizades são mulheres, elas dizem sempre que a amizade masculina e sempre mais confiável, aos 18 anos estava fazendo o magistério na minha turma só tinha 5 pessoas do sexo masculino eram mais de 30 mulheres, no curso acadêmico não foi diferente por coincidência também éramos 5 homens e 39 senhoras e senhoritas, as margens do rio guamá dentro da cidade Universitária UFPa , tem muitas confidencias levadas pelas águas.

E lendo uma pesquisa do inglês Jonathan Margolis, autor do livro a historia intima do orgasmo, não difere muito das confidencias de muitas de minhas amigas e colegas de Faculdade, ao sabor do vento da baia do guajará e rio guamá as quais banho a cidade de Belém no Pará.

Segundo Margolis, em vários paises, uma multidão fez e ainda faz a mesma coisa, só que em nome da ciência. É com ajuda a ajuda de voluntários que os especialistas em sexologia vão desvendando o gozo humano, que muita gente conhece e ainda assim permanece um mistério em vários sentidos. Por que gozamos? O orgasmo de homens e mulheres é o mesmo? Por que algumas pessoas tem mais dificuldades de chegar lá. O orgasmo já foi medido e analisado em laboratório, filmado e fotografado, tema de questionários anônimos (sem precisar identificar-se, os entrevistados tende mais a falar a verdade) e de calorosos debates, além de objetos de tese de mestrados e doutorados. Com tudo isso, muitas perguntas relacionadas a ele algumas respostas, mas ainda assim elas não deixaram de ser investigadas. Afinal, mais de 100 milhões de transas acontecem no mundo todos os dias. Neste exato momento, sexo está em pauta não só nesse artigo, mas em muitos quartos por aí.

O PRAZER EM NUMEROS

Em media, o gozo dura 10 segundos, mas ele pode a chegar a se prolongar por 1 minuto. Somada todas as horas H de uma pessoa sexualmente ativa, ela sentira aproximadamente 12 minutos de prazer supremo por mês. Os cientistas já tentaram calcular quantas vezes se fez sexo no mundo até hoje. A estimativa ultrapassa 1, 2 trilhões de vezes, um numero tão grande que fica até difícil de compreender. Pesquisa realizada em 2005 com 12.563 pessoas de 27 paises comprovou que a medida de quantidade de relações sexuais global é de 6,48 por mês. O Brasil saiu campeão do global Better Sex Survey ( é esse o nome do estudo). Por aqui, transamos mais: Em média 7,9 vezes por mês.

SERÁ QUE EU TIVE

Quem já teve um orgasmo sabe. Se a pessoa esta em duvida é por que não teve. Não dá pra traduzir a sensação do gozo, exatamente, em palavras. Mas uma comparação ajuda: ele parece um espirro. No sentido de que é uma tensão crescente que acerta altura se torna tão insuportável que explode, trazendo com essa explosão o alivio. Só que o espirro não é prazeroso, ao contrário do orgasmo. Do ponto de vista fisiológico, a lista de sintomas do clímax é grande: Os órgãos genitais enchem de sangue, o pulso dispara, os músculos se contraem. Os dois parceiros ficam com os pés arqueados e tremem. A respiração se torna rápida e superficial. Nos homens, o dedão do pé se enrije enquanto os outros dedos se retorcem. Sim, parece o relato de algo terrível – mas, se assim fosse, não haveria tanta gente no mundo, não é?

A QUIMICA DO RALA E ROLA

Gozar envolve varias substancias entre elas, duas de estremas importâncias: A testosterona e a oxitocina. A primeira, presente em maior quantidade nos homens, regula o tesão. A segunda é também conhecida como hormônio do amor por que induz sensações de ternura e união, calma e desejo de criação de vínculos. Mulheres, principalmente as que já tiveram filhos conhecem bem a oxitocina. No parto, o corpo feminino toma um banho dela – è por sua causa que surge as contrações uterinas, o leite começa a jorrar dos seios e nasce a vontade de aninhar os bebes logo depois que eles saem da barriga. Sim, as emoções são químicas. E durante o sexo a oxitocina corre solta pelas veias, tanto as femininas como as masculinos. No homem ela também coordena o reflexo de emissão de esperma. Na mulher, desperta a preguiça de se mexer depois do gozo, o que aumenta a probabilidade de uma gravidez acontecer.

É verdade que homens dão mais importância ao orgasmos do que as mulheres? A resposta é sim, de acordo com a terapeuta sexual CARMITA, coordenadora do Projeto Sexualidade (prosex) da Universidade de São Paulo (USP). Os indivíduos do sexo masculino confundem com desempenho com a satisfação sexual. As duas palavras são sinônimas para eles. Já as mulheres podem ter prazer no sexo sem necessariamente chegar lá. Muitas delas até fingem o orgasmo, por preguiça de prossegui-lo e/ou por medo de desapontar o parceiro, que pode não entender que ela não queira gozar “O homem é essencialmente visual, sua resposta ao estimulo é mais imediata”, diz Carmita. “Nele, alias, o desejo vem antes da excitação. Na mulher, é o contrário. Ela precisa ser excitada para sentir desejo”. E como é olfativa, auditiva e tátil, sente necessidade das preliminares.

Mulheres demoram mais para chegar ao clímax – em media 20 minutos, segundo testes em laboratório- que os homens. Quando o sexólogo Alfred escreveu seu celebre relatório aos anos 60, Os sujeitos entrevistados por ele responderam que consideravam razoável o tempo de 1 ou 2 minutos até a ejaculação. Com o passar dos anos e a crescente liberalização sexual, eles foram percebendo que as mulheres precisam de mais tempo para chegar lá. Homens entrevistados pelo Australian Centre For Sexual Health mais recentemente responderam que a duração ideal de uma relação sexual fica entre 10 e 15 minutos.

A LÓGICA DO GOZO
O prazer é a recompensa da natureza por termos feito o que ela espera de nós: A reprodução. Sexo e reprodução só deixaram de está entrelaçado a algumas décadas, com o avanço dos métodos anticoncepcionais. O orgasmo foi projetado para facilitar que a concepção aconteça. A vagina sofre contrações para “engolir” com mais facilidade o esperma e assim ajudar a chegar ao seu destino: o óvulo. Já o pênis funciona como um canhão, expelindo o sêmen com força. Do ponto de vista técnico, gozar junto com o parceiro que uma gravidez aconteça. O orgasmo simultâneo, no entanto, é mais exceção do que regra segundo especialistas. Ou seja: da para gerar uma criança sem gozar juntinho (é por que geralmente acontece, alias): “Chegar ao clímax conjuntamente exigi muita intimidade e conhecimento do ritmo do outro”, diz a sexóloga CARMITA. Trocando em miúdos é preciso coordenar o tempo de cada um.