segunda-feira, 20 de julho de 2015

QUEM SE MATA MAIS ,OS HOMENS OU AS MULHERES?

Créditos  Danilo Barba

Cerca de um milhão de pessoas tiram suas próprias vidas todo ano, estima a Organização Mundial da Saúde. Isso sem contar aqueles que tentam mas não “conseguem” ir em frente. Estranhamente, os índices de suicídio parecem acompanhar os melhores indicadores sociais. Em Toronto, no Canadá, o suicídio é um problema tão gritante que os orelhões são equipados com botões de emergência para quem está no limite e não tem ninguém pra desabafar, e não faltam cartazes e campanhas de prevenção para jovens.

As estatísticas mostram que em praticamente todos os países, os homens cometem suicídio com mais frequência do que as mulheres. E isso é intrigante, pois são elas que apresentam taxas mais altas de distúrbios mentais, como a depressão. Mas um novo estudo feito pela organização Samaritans chamado Men Suicide and Society (“Homens, Suicídio e Sociedade”, em português) tenta explicar por que certos grupos de homens são mais propensos a se matar do que as mulheres. Todo homem deveria ler!

1) Fatores psicológicos e de personalidade
Alguns traços de personalidade e mentalidades contribuem para o desenvolvimento de pensamentos suicidas, incluindo a crença de que você sempre deve atender às expectativas dos outros. Padrões como autocrítica afiada, tristeza crônica, e nunca se permitir a pensamentos positivos sobre o futuro, podem ser perigosos se prolongados, além da baixa capacidade de resolver problemas com os outros. Estes traços podem interagir com outros fatores, como privações e o desencadeamento de eventos como o fim de um namoro ou a perda de emprego, que por sua vez podem aumentar o risco de suicídio.

2) Masculinidades
Masculinidade — a maneira como os homens são ensinados a se comportar e os papéis, atributos e comportamentos que a sociedade espera deles — contribui para o alto índice de suicídio entre os homens. A pesquisa afirma que os caras se comparam um com o outro para disputar poder, controle e invencibilidade. Quando a gente não acredita que não está atendendo aos requisitos esperados, sentimos uma profunda sensação de derrota. Embora associada ao controle, quando deprimidos ou em crise, os homens podem perder o controle.
3) Fim de relacionamento
Dizem por aí que ninguém morre de amor, mas a ruptura de uma relação vem levando mais homens a tirar a própria vida do que as mulheres. Como os caras  dependem mais do suporte emocional de suas parceiras, não é surpresa que sofram a perda de forma mais intensa. A honra também faz parte da masculinidade, pois ser “desrespeitado” na frente dos outros pelas ações da parceira (infidelidade ou abandono) pode levar à vergonha e/ou reações impulsivas em retaliação. Depois do divórcio, os homens geralmente são separados de seus filhos, e isto tem um papel significativo em alguns casos de suicídio.

4) Vida emocional e desconexão social
Durante a infância, os homens aprendem que ser macho não tem nada a ver com expressar suas emoções e fazer amigos. Não é à toa que muitos jovens saem de casa prematuramente em busca de apoio emocional feminino. As mulheres podem ajudá-los a reconhecer suas próprias aflições, dar carinho e principalmente estímulo para buscar ajuda.

Conclusão
Nos últimos 50 anos, houve uma série de mudanças significativas na sociedade — a alternância da época pré-guerra até a cultura liberal do pós-guerra; mudanças nos papéis do homem e da mulher e na estrutura da família; reestruturação econômica e o declínio das indústrias tradicionalmente masculinas. O impacto destes processos não ocorreu de maneira uniforme pela sociedade: ele representa um desafio principalmente para os homens de meia-idade, e um fardo ainda mais pesado quando eles ocupam baixas posições socioeconômicas. Em outras palavras, são pessoas que viram seus empregos, relacionamentos e identidade desaparecerem. Homens que sofreram riscos múltiplos — combinados e interagindo de maneira perigosa — ligados ao suicídio.

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