quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

EXERCITANDO

1ª) A figura de Getúlio Vargas, como personagem histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo.
Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a "Era Vargas".
Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram como um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e o "Pai dos Pobres", existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites.
Considerando as colocações acima, responda à questão seguinte, assinalando a alternativa correta:
Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma personalidade histórica podem ser explicadas, conforme uma das opções abaixo. Assinale-a.
(A) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a permanência no poder depende de idéias coerentes e de uma política contínua.
(B) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está totalmente errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas circunstâncias.
(C) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco - um verdadeiro marionete nas mãos das elites da época.
(D) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.
(E) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciais e, às vezes conjunturais, como sendo posturas definitivas e absolutas.

RESPOSTA: E



2ª) Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única européia. Leia a notícia destacada abaixo.
O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1º de janeiro, é possivelmente a mais importante realização deste continente nos últimos dez anos que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanhas, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade Européia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica.
(Gazeta Mercantil, 30/12/1998)
A matéria refere-se à “desmontagem das estruturas do passado” que pode ser entendida como
(A) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos.
(B) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no mundo.
(C) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à polarização ideológica da antiga URSS.
(D) a confrontação dos modelos socialista e capitalista para deter o processo de unificação das duas Alemanhas.
(E) a prosperidade das economias capitalista e socialista, com o conseqüente fim da Guerra Fria entre EUA e a URSS.

RESPOSTA: A


3ª) “Somos servos da lei para podermos ser livres.”
Cícero
“O que apraz ao príncipe tem força de lei.”
Ulpiano

As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano).
Tendo como base as sentenças acima, considere as afirmações:

I A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.
II Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de outro cidadão.
IV Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.

Estão corretas, apenas:
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.

RESPOSTA: E

4ª) 1 - “”(...) O recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre as formas de terrorismo político, porque este se qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror””.
2 - Em outros casos “ “os terroristas combatem contra um Estado de que não fazem parte e não contra um governo (o que faz com que sua ação seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando por sua vez não representam um outro
Estado. Sua ação aparece então como irregular, no sentido de que não podem organizar um exército e não conhecem limites territoriais, já que não provêm de um Estado”. ”
Dicionário de Política (org.) BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G., Brasília: Edunb,1986.
De acordo com as duas afirmações, é possível comparar e distinguir os seguintes eventos históricos:
I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação nacional realizados em alguns países da África e do sudeste asiático entre as décadas de 1950 e 70 são exemplos do primeiro caso.
II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade Center em 2001, são exemplos do segundo caso.
III. Os movimentos de libertação nacional dos anos 50 a 70 na África e sudeste asiático, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações contra um inimigo invasor e opressor, e são exemplos do primeiro caso.

É correto o que se afirma apenas em
(A) I.
(B) II.
(C) I e II.
(D) I e III.
(E) II e III.

RESPOSTA: C


5ª) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão:
A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.
Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.
(Montesquieu. O espírito das leis.)

Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,
(A) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.
(B) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
(C) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico.
(D) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos.
(E) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.

RESPOSTA: E

6ª) A seguir são apresentadas declarações de duas personalidades da História do Brasil a respeito da localização da capital do país, respectivamente um século e uma década antes da proposta de construção de Brasília como novo Distrito Federal.
Declaração I: José Bonifácio
Com a mudança da capital para o interior, fica a Corte livre de qualquer assalto de surpresa externa, e se chama para as províncias centrais o excesso de população vadia das cidades marítimas. Desta Corte central dever-se-ão logo abrir estradas para as diversas províncias e portos de mar.
(Carlos de Meira Matos. Geopolítica e modernidade: geopolítica brasileira.)

Declaração II: Eurico Gaspar Dutra
Na América do Sul, o Brasil possui uma grande área que se pode chamar também de Terra Central. Do ponto de vista da geopolítica sul-americana, sob a qual devemos encarar a segurança do Estado brasileiro, o que precisamos fazer quanto antes é realizar a ocupação da nossa Terra Central, mediante a interiorização da Capital.
(Adaptado de José W. Vesentini. A Capital da geopolítica.)

Considerando o contexto histórico que envolve as duas declarações e comparando as idéias nelas contidas, podemos dizer que
(A) ambas limitam as vantagens estratégicas da definição de uma nova capital a questões econômicas.
(B) apenas a segunda considera a mudança da capital importante do ponto de vista da estratégia militar.
(C) ambas consideram militar e economicamente importante a localização da capital no interior do país.
(D) apenas a segunda considera a mudança da capital uma estratégia importante para a economia do país.
(E) nenhuma delas acredita na possibilidade real de desenvolver a região central do país a partir da mudança da capital.

RESPOSTA: C

7ª) No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã-Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no Afeganistão.

Leia trechos das declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama Bin Laden, líder muçulmano, nessa ocasião:
George Bush:
Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos Estados Unidos à batalha em território estrangeiro somente depois de tomar o maior cuidado e depois de rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de setembro, uma geração inteira de jovens americanos teve uma nova percepção do valor da liberdade, do seu preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus continue a abençoar os Estados Unidos.
Osama Bin Laden:
Deus abençoou um grupo de vanguarda de muçulmanos, a linha de frente do Islã, para destruir os Estados Unidos. Um milhão de crianças foram mortas no Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas quando pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o Iraque foram bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos infiéis internacionais. Digo a eles que esses acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos proteja deles.
(Adaptados de O Estado de S. Paulo, 8/10/2001)
Pode-se afirmar que:
(A) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de George W. Bush.
(B) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de Osama Bin Laden.
(C) ambos apóiam-se num discurso de fundo religioso para justificar o sacrifício e reivindicar a justiça.
(D) ambos tentam associar a noção de justiça a valores de ordem política, dissociando-a de princípios religiosos.
(E) ambos tentam separar a noção de justiça das justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a numa estratégia militar.

RESPOSTA: C

8ª) O texto abaixo é um trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da declaração de guerra ao regime Talibã:

Essa atrocidade [o atentado de 11 de setembro, em Nova York] foi um ataque contra todos nós, contra pessoas de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos meios de vida. As empresas aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas e a confiança econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.
(O Estado de S. Paulo, 8/10/2001)
Nesta declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem
(A) moral.
(B) militar.
(C) jurídica.
(D) religiosa.
(E) econômica.

RESPOSTA: E

9ª) Constituição de 1824:
“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador (…) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”
Frei Caneca:
“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.”
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era:
(A) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.
(B) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo.
(C) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.
(D) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.
(E) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da representação política.

RESPOSTA: C

10ª) A questão étnica no Brasil tem provocado diferentes atitudes:
I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio.
Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social.
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias.

Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes reflexões:
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do Brasil,adoçando-o.
(Gilberto Freire. O mundo que o português criou.)
[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” que
conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva.
(Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)
Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar:
(A) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes.
(B) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II.
(C) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II.
(D) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes.
(E) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes.

RESPOSTA: C

11ª) Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser exemplificadas pela mudança de significado da palavra “restaurante”. Desde o final da Idade Média, a palavra restaurant designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos, usados para restaurar as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se diversos restaurateurs, que serviam pratos requintados, descritos em páginas emolduradas e servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas. Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido atual.
A mudança do significado da palavra restaurante ilustra
(A) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza.
(B) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da nobreza.
(C) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia.
(D) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à Idade Média.
(E) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de uma visão de mundo igualitária.

RESPOSTA: B

12ª) Segundo a explicação mais difundida sobre o povoamento da América, grupos asiáticos teriam chegado a esse continente pelo Estreito de Bering, há 18 mil anos. A partir dessa região, localizada no extremo noroeste do continente americano, esses grupos e seus descendentes teriam migrado, pouco a pouco, para outras áreas, chegando até a porção sul do continente. Entretanto, por meio de estudos arqueológicos realizados no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí), foram descobertos vestígios da presença humana que teriam até 50 mil anos de idade.
Validadas, as provas materiais encontradas pelos arqueólogos no Piauí:
(A) comprovam que grupos de origem africana cruzaram o oceano Atlântico até o Piauí há 18 mil anos.
(B) confirmam que o homem surgiu primeiramente na América do Norte e, depois, povoou os outros continentes.
(C) contestam a teoria de que o homem americano surgiu primeiro na América do Sul e, depois, cruzou o Estreito de Bering.
(D) confirmam que grupos de origem asiática cruzaram o Estreito de Bering há 18 mil anos.
(E) contestam a teoria de que o povoamento da América teria iniciado há 18 mil anos.

RESPOSTA: E

13ª) Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as partes ossadas humanas, trapos e bandeiras.No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá, os cristãos tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, perseguidos até os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura.
J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo:
Editora das Américas, 1956 (com adaptações).
Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj* se apossaram da Cidade Santa, após um sítio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas.

*franj = cruzados.
Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes.
2.ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989 (com adaptações).
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que tratam das Cruzadas.
I Os textos referem-se ao mesmo assunto — as Cruzadas, ocorridas no período medieval —, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos
conflitos religiosos desse período histórico.
II Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Média e revelam como a violência contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários.
III Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época,apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na idéia do respeito e da tolerância cultural e religiosa.
É correto apenas o que se afirma em:
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

RESPOSTA: D

14ª) A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.

A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta.
(A) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República.
(B) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.
(C) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.
(D) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.
(E) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

RESPOSTA: E

15ª) A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim,
desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é:
(A) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.
(B) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.
(C) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.
(D) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.
(E) a tradição heróica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood.

RESPOSTA: A

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