sábado, 6 de agosto de 2011

REVOLUÇÃO CUBANA E REVOLUÇÃO MEXICANA

Revolução Cubana é lembrada diariamente no país

Havana – A Revolução Cubana, que teve seu ápice em 1959, é lembrada diariamente no país. O processo de combate contra o governo de Fulgencio Batista (1959-1973), ligado aos Estados Unidos, durou seis anos. Cada detalhe dessa história é mantido constantemente na memória dos cubanos por meio de cartazes e nos meios de comunicação – televisão, rádio e jornais.

Aos 73 anos, o segurança Guillermo de León tinha 18 quando integrou a campanha de divulgação, publicidade e arrecadação de recursos para ajudar os “companheiros guerrilheiros”. Com os olhos brilhantes, de León lembra os esforços feitos para enfrentar o que chamou de “opressão norte-americana”.

“Tenho muito orgulho do meu país. A educação é nossa conquista maior”, disse ele. “Lembro do medo que tínhamos de tudo, na época da ditadura de Batista, agora todos são livres. Quando olho Cuba hoje, vejo que o imperialismo, apesar de sua fortaleza, não conseguiu nem conseguirá nada com a gente. O povo resistiu e resistirá sempre. Não voltaremos ao capitalismo a não ser que nos eliminem, digo, a todos os cubanos.”

Diferentemente da maioria dos cubanos, de León trabalhou normalmente durante o feriado de 26 de julho, que é o mais longo do país – são três dias – celebrado com uma grande festa cívica na cidade de Ciegos de Avila. A data é festejada porque nesse dia muitos dos que participavam da revolução foram presos e mortos, em seguida houve o que chamam de “triunfo”.

O grupo que venceu os embates contra as forças de Batista era comandado por jovens, todos com cerca de 20 anos - Ernesto Che Guevara, Fidel Castro, José António Mella e Camilo Cienfuegos. Parte dessa história está em ruas e estradas do país.

Há imagens dos líderes da revolução e palavras de ordem espalhadas por cartazes, outdoors ou simplesmente pintadas em paredes. “Revolução é não mentir jamais. Nem violar os princípios”, diz um dos cartazes. “Não ao bloqueio”, informa outro, referindo-se ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos, em 1960, em reação à revolução em Cuba.

No último dia 26, os cubanos comemoraram os 58 anos da revolução. Nas janelas e portas das casas, lojas e instituições estatais cartazes saudaram a data. Dias antes houve celebrações pelo aniversário de 228 anos de vida de Símon Bolívar - o líder da libertação e autonomia das colônias espanholas - lembrado como exemplo permanente de resistência contra a opressão.



REVOLUÇÃO MEXICANA


A Revolução Mexicana foi um conflito armado que teve lugar no México, com início em 20 de novembro de 1910. Historicamente, costuma ser descrita como o acontecimento político e social mais importante do século XX no México.

Os antecedentes do conflito remontam à situação do México durante o Porfiriato. Desde 1876 o general oaxaquenho Porfírio Díaz liderou o exercício do poder no país de maneira ditatorial. A situação prolongou-se por 34 anos, durante os quais o México experimentou um notável crescimento económico e estabilidade política. Estes logros realizaram-se com altos custos económicos e sociais, pagos pelos estratos menos favorecidos da sociedade e pela oposição política ao regime de Díaz. Durante o primeiro decénio do século XX rebentaram várias crises em diversas esferas da vida nacional, as quais refletiam o crescente descontentamento de alguns setores com o Porfiriato.

Quando Díaz assegurou numa entrevista que retirar-se-ia no final do seu mandato sem procurar a reeleição, a situação política começou a agitar-se. A oposição ao governo tornou-se relevante dada a postura manifestada por Díaz. Nesse contexto, Francisco I. Madero realizou várias rondas pelo país com vista a formar um partido político que elegesse os seus candidatos numa assembleia nacional e competisse nas eleições. Díaz lançou uma nova candidatura à presidência e Madero foi detido em San Luis Potosí por sedição. Durante a sua permanência na cadeia realizaram-se as eleições que deram o triunfo a Díaz.

Madero conseguiu escapar da prisão estatal e fugiu para os Estados Unidos. Desde San Antonio proclamou o Plano de San Luis, que apelava a tomar as armas contra o governo de Díaz em 20 de novembro de 1910. O conflito armado teve inicialmente lugar no norte do país estendendo-de posteriormente a outras partes do território mexicano. Uma vez que os sublevados ocuparam Ciudad Juárez (Chihuahua), Porfírio Díaz apresentou a sua renúncia e exilou-se na França.

Em 1911 realizaram-se novas eleições das quais resultou a eleição de Madero. Desde o começo do seu mandato teve diferenças com outros líderes revolucionários, as quais provocaram o levantamento de Emiliano Zapata e Pascual Orozco contra o governo maderista. Em 1913 um movimento contrarrevolucionário, encabeçado por Félix Díaz, Bernardo Reyes e Victoriano Huerta, deu um golpe de estado. O levantamento militar, conhecido como a Decena Trágica, terminou com o assassinato de Madero, do seu irmão Gustavo e do vice-presidente Pino Suárez. Huerta assumiu a presidência, o que ocasionou a reação de vários chefes revolucionários como Venustiano Carranza e Francisco Villa. Após pouco mais de um ano de luta, e depois da ocupação estado-unidense de Veracruz, Huerta renunciou à presidência e fugiu do país.

Depois deste acontecimento aprofundaram-se as diferenças entre as fações que haviam lutado contra Huerta, o que desencadeou novos conflitos. Carranza, chefe da Revolução de acordo com o Plano de Guadalupe, convocou todas as forças à Convenção de Aguascalientes para nomearem um líder único. Nessa reunião Eulalio Gutiérrez foi designado presidente do país, mas as hostilidades reiniciaram-se quando Carranza rejeitou o acordo. Depois de derrotarem a Convenção, os constitucionalistas puderam iniciar os trabalhos de redação de uma nova constituição e conduzir Carranza à presidência em 1917. A luta entre fações estava longe de terminar. Durante o reajustamento das forças foram assassinados os principais chefes revolucionários: Zapata em 1919, Carranza em 1920, Villa em 1923 e Obregón em 1928.

Atualmente não existe um consenso sobre quando terminou o processo revolucionário. Algumas fontes situam-o no ano de 1917, com a proclamação da Constituição do México, algumas outras em 1920 com a presidência de Adolfo de la Huerta ou 1924 com a de Plutarco Elías Calles. Inclusivamente, há algumas que asseguram que o processo se prolongou até aos anos 1940.

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