quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SCARLET YONE O"HARA

A Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou uma nota informando que a instituição vai analisar a situação da diretora de avaliação institucional na Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, que teve seu diploma de doutorado cassado pela UFMG. O título de Scarlet Yone O'Hara foi obtido em 2004 e cassado na reunião do conselho no dia 13 de outubro. Scarlet, segundo a UFMG, já foi notificada. A decisão da UFMG foi publicada nesta terça-feira no boletim oficial da instituição de ensino.

"A Instituição deu ciência do documento à servidora e encaminhou-o à Procuradoria Geral da Universidade para análise e parecer quanto às providências a serem tomadas no âmbito desta Instituição", informa a nota da UFPA. 

A tese plagiada tem o seguinte título: “A mitopoética marajoara na construção do imaginário amazônico”. A investigação foi aberta em setembro de 2010, baseada na denúncia feita pela autora do trabalho plagiado. Uma comissão de sindicância formada por professores da Faculdade de Letras investigou a denúncia e, em seguida, o caso passou pela análise da Congregação, Câmara de Pós-graduação da Faculdade de Letras e pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

 “A materialidade é indiscutível. Após ampla e exauriente instrução, restou provado neste processo, de forma inconteste, a existência do plágio de que foi acusada Scarlet Yone O´Hara”, conclui o parecer da Comissão de Legislação que embasou a decisão do Conselho Universitário. A Comissão acrescenta que a própria autora da tese “não apresentou nenhuma justificativa excludente do ilícito de propriedade autoral por ela praticado. Pelo contrário, confessa expressamente a cópia realizada sem a citação da fonte.” No parecer, também é citado trecho da análise feita pela comissão de sindicância que concluiu pela existência de plágio, uma vez que o texto da tese inclui “várias passagens integralmente copiadas ou ligeiramente modificadas”, sem citação de fonte. De acordo com o parecer da Comissão de Legislação do Conselho Universitário, a medida se sustenta em “farto material probatório, está revestida de legitimidade e confere segurança à comunidade acadêmica para ratificar o veredito, pois, além de combater a fraude acadêmica, cumpre-se pedagógica no sentido de dar amplo conhecimento de que a improbidade intelectual é inadmissível no ambiente universitário e deve ser severamente repudiada.” 

A reportagem tentou contato com a professora, mas a informação do departamento em que ela trabalha, na Universidade Fedaral do Pará (UFPA), é que Scarlet está em viagem avaliando universidades no Norte do país e não pode atender o telefone. Procurada, a assessoria de imprensa da UFPA não informou um telefone de contato da servidora. 

 Em texto publicado na plataforma do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Scarlet se apresenta como diretora de avaliação institucional na Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, na UFPA, cargo que ocupa desde 2011. Desde 2007 é avaliadora do MEC. Scarlet tem 32 anos de experiência na área de comunicação social, com ênfase em propaganda e marketing, sendo 21 como professora.

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