domingo, 30 de janeiro de 2011

REVOLUÇÃO FRANCESA

Lembrei de um livro de Peter Burke, chamado “A fabricação do Rei”, cujo objeto formal é o famoso personagem de Luis XIV, o Rei Sol, que reinou durante 72 anos, e que se tornou quase um emblema da monarquia absolutista europeia, tão marcada pelo luxo e por demonstração de riquezas, uma figura pública, conscientemente construída.

A novidade do livro de Burke, foi mostrar como os monarcas foram os inventores do “marketing político”, e neste sentido fizeram escola.

No centro de sua análise, está a noção de estratégia, na qual a propaganda surge como meio de assegurar a submissão ou sentimento a um poder. O livro privilegia a imagem criada do rei, em detrimento do homem. Sua imagem é esculpida de maneira cuidadosa. Trata-se de projetar a imagem de um homem público. Tal qual, um evento multimídia, o rei está presente em todos os lugares e será cantado em verso e prosa.

O Rei torna-se exemplo radical do exercício e da manipulação simbólica do poder. A monarquia francesa, no livro, é um bom pretexto para discussão de política e manipulação do imaginário simbólico, ou mesmo para verificação de como a política se faz com a lógica “da razão prática, mas também com a força da persuasão da razão simbólica”. No livro fica evidente como a propaganda e a política mantiveram relação de profunda e estreita amizade.

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