domingo, 23 de janeiro de 2011

PADRE CHAMPAGNAT

Uma via projetada para ser cenográfica e que acompanhou a urbanização de Belém. A rua Padre Champagnat, projeto que faz homenagem à capital paraense. Construída desde os primórdios da cidade, é a antiga Rua da Calçada do Colégio, cujo nome vem da entrada lateral que havia na Igreja de São Francisco Xavier, dos Jesuítas, onde funcionou o seminário ainda no século XVIII.

Mas de acordo com o doutor em história e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Aldrin Figueiredo, a rua foi modificada no século XIX. “Essa entrada só foi fechada muito depois da expulsão dos padres jesuítas da Amazônia, e quando era bispo Dom Macedo Costa”, explicou. Após, foi denominada ‘Pedro Raiol’, e, atualmente faz jus ao Padre Marcelino José Bento Champagnat, falecido em 1840.

Principal ligação entre a antiga freguesia da Sé ou entre o bairro da Cidade Velha e a freguesia da Campina, cresceu em torno da estrada dos Mercadores, atual Conselheiro João Alfredo. “A João Alfredo é praticamente uma continuidade da Padre Champagnat”,Além disso, era uma rua que tinha um papel muito relevante na cenografia urbana de Belém.

“Ela era uma rua estreita e desempenhava um papel de ligação entre o Largo do Palácio e o Largo da Sé. Você vinha do palácio, passava por uma rua estreita e via uma praça portuguesa onde se podia ver a Catedral de Belém. Ruas cenográficas são características das cidades barrocas”.

Nos anos 60 a rua foi alargada para melhorar a trafegabilidade na área. “Isso se constituiu em um dos principais crimes na alma da cidade, pois era um ponto crucial da sua identidade. Por isso que talvez até hoje as pessoas não tenham essa sensação de leitura de rua cenográfica, pois agora podemos ver a Catedral desde lá debaixo”, destacou Flávio Nassar. Atualmente, a rua Padre Champagnat é uma via por onde passam muitos ônibus e carros, ou seja, virou um local de grande circulação.

Por entre os casórios da via destacam-se os imóveis onde funcionam o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Pará (DPHAC) e o Museu do Círio. A via também vira palco da maior manifestação de fé do paraense - o Círio de Nazaré - por fazer parte do trajeto percorrido pela berlinda.

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