quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PACTO PELA EDUCAÇÃO

Escola estadual não tem carteiras para alunos



Escola estadual não tem carteiras para alunos
Nas salas, a opção de alguns é sentar em caixotes. Do lado de fora, mato encobre terreno




















Depois de duas manifestações ao longo da última semana, a falta de infraestrutura em algumas escolas de Belém é novamente alvo de reclamação, desta vez por parte de alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Consuelo Coelho e Souza, localizada no Conjunto Antônio Queiroz, na Rodovia 40 Horas. Além das más condições do prédio, os estudantes reclamam da ausência de carteiras suficientes nas salas de aula.
Com a situação registrada por uma foto no celular, o estudante Felipe Augusto afirma que já precisou sentar em um caixote de madeira para conseguir responder a uma prova de matemática. “Era uma prova de matemática e foi o único jeito que eu encontrei de fazer a prova porque não tinha carteira pra todo mundo”, conta, ao mostrar a imagem que afirma ter sido feita em uma sala de aula do colégio durante a aplicação de uma prova. “Ou eu fazia isso ou sentava no chão”.
Confirmada por outros estudantes, o problema da ausência de carteiras estaria afetando o próprio aprendizado dentro da instituição pública. Segundo os alunos, não é incomum que eles precisem buscar carteiras em outras salas para poder sentar. “O problema principal é isso. Quando a gente chega, tem que ir na outra sala buscar carteira pra sentar”, aponta a estudante do 3º ano do ensino médio, Serena Barros. “Quando tem prova os alunos têm que revezar o assento. Uns ficam esperando fora pra quando os outros acabarem eles pegarem a cadeira pra fazer a prova”.
Apesar de apontada como o principal problema, a quantidade insuficiente de carteiras não é a única dificuldade enfrentada. Da porta do colégio, já que a entrada da equipe do DIÁRIO no local não foi permitida na manhã de ontem, os alunos informaram que a escola não recebe merenda há mais de quatro meses, algumas salas de aula possuem infiltrações e goteiras e o forro de algumas salas tem buracos por onde passam ratos, dentre outros problemas.
“O mato fica entrando pelo teto da escola. Os banheiros são horríveis e a gente tem que lavar a mão no banheiro dos meninos porque a torneira do banheiro das meninas não funciona”, reclama a estudante Fernanda Reis, do 1º ano do ensino médio. “Já tivemos três professores de sociologia e agora estamos sem nenhum. Se eu passar no vestibular, vou ter que continuar vindo pro colégio pra assistir as aulas de sociologia que a gente não teve”, complementa Serena.
Por onde é possível ter acesso, pelo lado de fora da escola, alguns problemas estruturais e de manutenção ficam aparentes. Além do mato que se acumula nas laterais do prédio por dentro do muro, uma fossa aberta denuncia um risco para os alunos que circulam pelo local.
A reportagem fez contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas não teve retorno. 
(Diário do Pará)

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