quinta-feira, 6 de junho de 2013

PÓS ROMA

Império Bizantino

O Império Bizantino (ou Bizâncio) foi o Império Romano do Oriente durante a Antiguidade  e a Idade Média, centrado na sua capital, Constantinopla. Conhecido simplesmente como Império Romano (em grego: Βασιλεία Ῥωμαίων; transl.: Basileia Rhōmaiōn) ou Romania (Ῥωμανία, Rhōmanía) por seus habitantes e vizinhos, o império foi a continuação direta do antigo Estado Romano.  É hoje distinguido da Roma Antiga na medida em que o império  era orientado pela cultura grega, caracterizado por uma igreja cristã do Estado, e predominância da língua grega em contraste o latim.
Como a distinção entre o Império Romano e o Império Bizantino é em grande parte uma convenção moderna, não é possível atribuir uma data de separação, embora um ponto importante é a transferência, em 324, pelo imperador Constantino I da capital da Nicomédia (na Anatólia) para Bizâncio no Bósforo, que tornou-se Constantinopla, "cidade de Constantino" (alternativamente "Nova Roma"). O Império Romano foi finalmente dividido em 395, após a morte do imperador Teodósio I (379-395), sendo então esta data muito importante para o Império Bizantino, vista que tornou-se completamente separado do Ocidente.
O império existiu por mais de mil anos, a partir do século IV até 1453. Durante a maior parte de sua existência, manteve-se como a mais poderosa força militar, econômica e cultural da Europa, apesar de contratempos e perdas territoriais, especialmente durante as guerras contra persas e árabes. O império recuperou-se durante a dinastia macedônica, crescendo novamente, acabando por tornar-se um poder proeminente no Mediterrâneo Oriental no século X, rivalizando com o Califado Fatímida.
Após 1071, contudo, muito da Ásia Menor, o coração do império, foi perdido para os turcos seljúcidas. A restauração Comnena recuperou parte do território perdido e restabeleceu a dominância do império no século XII, no entanto após a morte de Andrônico I Comneno e o fim da dinastia Comneno no final do século XII o império entrou em declínio novamente. O império recebeu um golpe fatal em 1204 no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes.
Apesar da eventual reconquista de Constantinopla e do restabelecimento do império em 1261, sob os imperadores paleólogos, Bizâncio manteve-se diante de diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos. Contudo, este período foi o período mais culturalmente produtivo do império.
Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império, e mais dos territórios restantes foram perdidos nas Guerras bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século XV.
O Império Bizantino pode ser definido como um império formado por várias nações da Eurásia que emergiu como império cristão e terminou seus mais de mil anos de história  em 1453 como um Estado grego ortodoxo: o império se tornou nação.
Nos séculos que seguiram às conquistas árabes e lombardas do século VII, esta natureza inter-cultural permaneceu ainda nos Bálcãs e Ásia Menor, onde residia uma poderosa e superior população grega. Sua religião, língua e cultura, eram essencialmente gregas, e não romanas, no entanto, para os bizantinos a palavra "grego" significava, de maneira injuriosa, "pagão". O nacionalismo se refletia na literatura, particularmente nas canções e em poemas como o Akritias, em que as populações fronteiriças (de combatentes chamados akritai) se orgulhavam de defender seu país contra os invasores.
A dissolução do estado bizantino no século XV não desfez imediatamente a sociedade bizantina. Durante a ocupação otomana, os gregos continuaram identificando-se como romanos e helenos, identificação que sobreviveu até princípios do século XX e que ainda persiste na Grécia moderna.
O império era conhecido pelos habitantes como "Império Romano", ou Império dos Romanos (Latim: Imperium Romanum, Imperium Romanorum, grego: Βασιλεία τῶν Ῥωμαίων, Basileía tôn Rhōmaíōn, Αρχη τῶν Ῥωμαίων, Arche tôn Rhōmaíōn), "Romania"nt 1 (Latim: Romania, Grego: Ῥωμανία, Rhōmanía, foi popular no império8 ), a "República Romana" (Latim: Res Publica Romana, Grego: Πολιτεία τῶν Ῥωμαίων, Politeίa tôn Rhōmaíōn),9 "Graikía" (Grego: Γραικία),10 e também como "Rhōmaís" (Ῥωμαΐς).11
Os bizantinos identificavam a si mesmos como romanos, e continuaram usando o termo quando converteu-se em sinônimo de helenos. Preferiram chamar a si mesmos, em grego, romioi (significa povo grego cristão com cidadania romana). Um substituto comum do termo "heleno" (que tinha conotações pagãs) tanto como o de romioi, foi o termo graekos (grego). Este termo foi usado frequentemente pelos bizantinos (tanto como romioi) para sua auto-identificação étnica.
Embora o império tenha tido um caráter multiétnico durante a maior parte de sua história 12 13 e preservasse as tradições romano-helenísticas, era geralmente conhecido para a maioria dos seus contemporâneos ocidentais e do norte como o "Império dos Gregos"nt 2 devido ao crescente predomínio do elemento grego. O uso do termo "Império dos Gregos" (Latim: Imperium Graecorum) no Ocidente para se referir ao Império Romano do Oriente também implicava uma rejeição da afirmação do império de ser descendente do Império Romano.nt 3 A reivindicação do Império Romano do Oriente à herança romana tinha sido impugnada ativamente no Ocidente, no momento da imperatriz Irene de Atenas devido à coroação de Carlos Magno como imperador do Sacro Império no ano 800, pelo Papa Leão III, que, precisando de ajuda contra inimigos em Roma, viu o trono do Império Romano como vago (falta de um ocupante do sexo masculino). Sempre o Papa ou os governantes do Ocidente utilizaram o nome romano para referirem-se aos imperadores do oriente, no entanto preferiram o termo Imperator Romaniæ, em vez de Imperator Romanorum, um título que os ocidentais mantiveram aplicado apenas para Carlos Magno e seus sucessores.
Essa distinção não existiu no mundo persa, islâmico e eslavo, onde o império foi visto como uma continuação do Império Romano. No mundo islâmico, foi conhecido principalmente como روم (Rûm "Roma").
Diocleciano, em 293, criou um novo sistema administrativo, a Tetrarquia. Tal sistema associava o imperador a um co-imperador, ou augusto. Cada Augusto, então, adotou um jovem colega dando a ele o título de césar, para compartilhar seu governo e, eventualmente, para suceder o sócio sênior. Após a abdicação de Diocleciano e Maximiano, no entanto a tetrarquia entrou em colapso, e Constantino, substituiu-a com o princípio dinástico de sucessão hereditária.
Constantino mudou a sede do império e introduziu importantes alterações em sua constituição civil e religiosa. Fundou, em 330, Constantinopla, como segunda Roma no local de Bizâncio, que estava bem posicionada nas rotas comerciais que passavam pelo Báltico e Mediterrâneo, ligando Oriente e Ocidente. Baseou-se nas reformas administrativas introduzidas por Diocleciano. Estabilizou a moeda (o soldo de ouro que introduziu tornando-se uma moeda altamente valorizada e estável), e fez alterações na estrutura do exército. Sob Constantino, o império tinha recuperado muito de sua força militar e viveu um período de estabilidade e prosperidade.
Sob Constantino o cristianismo não se tornou a religião oficial do Estado, mas gozava da preferência imperial, porque o imperador o apoiou com privilégios generosos. Constantino estabeleceu o princípio de que os imperadores não devem resolver questões de doutrina, mas devem convocar concílios eclesiásticos gerais para esse efeito. O Sínodo de Arles foi convocado por Constantino, e o Primeiro Concílio de Niceia apresentou sua reivindicação para ser a cabeça da Igreja.
O estado do império em 395 pode ser descrito em termos do resultado do trabalho de Constantino. O princípio dinástico foi estabelecido tão firmemente que o imperador que morreu naquele ano, Teodósio I, deixou o cargo imperial em conjunto para seus filhos: Arcádio no Oriente e Flávio Honório no Ocidente. Teodósio foi o último imperador a governar o Império Romano único.
O Império do Oriente foi poupado das dificuldades enfrentadas pelo Ocidente nos séculos III e IV, em parte devido a uma cultura mais urbana e mais recursos financeiros  que lhe permitiu aplacar invasões com tributos e o pagamento de mercenários estrangeiros. Teodósio II fortaleceu as muralhas de Constantinopla, construindo o Muro de Teodósio (408-413),44 deixando a cidade imune a maioria dos ataques; os muros não foram violados até 1204. A fim de afastar os hunos, Teodósio prestou-lhes tributos (159 kg de ouro).
Seu sucessor Marciano, se recusou a continuar a pagar essa quantia exorbitante Por essa altura, no entanto, Átila já havia desviado sua atenção para o Império Romano do Ocidente. Após sua morte em 453, seu império desmoronou e Constantinopla iniciou um relacionamento rentável com os hunos restantes, que acabaram lutando como mercenários do exército bizantino. Após a queda de Átila, o Império do Oriente viveu um período de paz, enquanto o Império Romano do Ocidente continuou sua lenta agonia. (Seu fim é geralmente datado em 476, quando o general germânico Odoacro depôs o imperador titular do ocidente Rômulo Augusto).
Para recuperar a Itália, o imperador Zenão I só poderia negociar com os ostrogodos, que se instalaram na Mésia. Ele enviou o rei gótico Teodorico para a Itália como magister militum per Italiam (Comandante-em-chefe da Itália), a fim de depor Odoacro. Teodorico, em 493, assassinou Odoacro durante um banquete, tornando-se então, o governante da Itália. Assim, apelando a Teodorico para conquistar a Itália, Zenão livrou o império oriental de um subordinado indisciplinado e manteve uma forma nominal de supremacia de suas terras.
Em 491, Anastácio I, um oficial civil de origem romana, tornou-se imperador, mas foi só em 498 que as forças do novo imperador efetivamente tomaram medidas contra a resistência isauriana. Anastácio revelou-se um reformador enérgico e um administrador capaz. Aperfeiçoou o sistema de cunhagem de Constantino, pelo estabelecimento definitivo do peso do Follis, a moeda utilizada na maioria das transações diárias. Ele também reformou o sistema tributário e permanentemente aboliu o imposto Chrysargyron. O Tesouro do Estado continha a enorme quantia de 145.150 kg de ouro quando Anastácio morreu em 518.
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