Já fiz muitas coisas, já fui chamado de tantas outras, umas
elogiosas outras ofensivas. De tudo o que sempre me lembro e sou cobrado por
muitas pessoas para continuar fazendo, é vestir-me de papai Noel, é muito
prazeroso, mais cansei, não das crianças e sim de alguns pais, aos responsáveis
das gurizadas que me reporto nesse momento natalício, é porque o corre- corre
começou, o desespero de muitos em querer satisfazer a vontade de filhos e
netos, acreditando que assim esta fazendo
o melhor.
Os pais, temerosos de que
seus filhos se frustrem, acabam atendendo seus pedidos, por vezes indo além do
que o orçamento familiar permite. As pessoas têm comprado muito. Isso se deve a
alguns fatores, como a grande variedade de produtos, preços acessíveis e
facilidades de pagamento. Há uma preocupação de que está se formando uma
geração de consumistas. Na verdade, essa geração já existe na figura dos pais.
A maioria acredita que não possuir algo é estar numa posição abaixo do outro.
Geralmente, o desejado é aquilo que o outro tem. A frustração faz parte da vida
e o que chama atenção é que as gurizadas estão sempre querendo mais e nunca se
satisfazem. Não quer dizer que eles não podem ser presenteados, mas sem
exageros, pois as crianças precisam é de mais atenção, carinho e orientação dos
pais do que de outras coisas. Obrigatoriamente, os responsáveis tem que por limites
e fazer com que ela a criança passe a perceber que nem tudo pode querer ou ter.
No Natal, quando os pequenos fazem listas muitas vezes
mirabolantes e os pais se endividam para atendê-los, acabam formando uma bola
de neve, já que no início do ano eles querem mochilas e lancheiras de
super-heróis e outros itens de material escolar, conheço caso em que o pai teve
que vender um carro por que a mãe extrapolou o limite do cartão em compras
compusivas, era um tal de: “EU QUERO”.
Tem pais que trabalham bastante para atender às demandas do
"ter" e esquecem a importância do "ser". "Como esses
pais estão muito ocupados, inseridos no mundo do trabalho exageradamente,
tendem a sentir culpados, assim buscam compensar a ausência de estar perto dos
filhos comprando bens materiais e
estimulando a falsa ideia de que tudo pode, esquecendo de impor limites, e as crianças
não são “bestas” elas percebem isso e fazem chantagem emocional, muitas das
vezes até mesmo a mulher ou o marido usam desse artificio para chantagear o
outro, claro assim no bom sentido, e isso não é bom para a constituição
saudável da personalidade humana.
Os pais precisam dialogar
com os filhos e explicar a diferença entre necessidade e desejo, formando
pessoas conscientes e maduras e não consumistas e tiranas. O dialogo tem que
ser permanente de preferencia todos os dias até que ele amadureça e perceba que
realmente a realidade do mundo é diferente do virtual que ela costuma ver nos diversos meios de comunicação.
O medo de decepcionar os
filhos ou perder o amor deles, muitas vezes leva os pais a ações exageradas, desmedidas
e beirando o desespero para atender aos pedidos destes filhos, formando uma
geração de pessoas muitas das vezes intolerantes à frustração, pois a falta de
equilíbrio na gratificação e na frustração tendem a deformar a personalidade,
tudo em excesso ou falta se torna nocivo ao ser humano.
O querer do
sempre mais da criança, deve ter um limite, vejamos: pra quer uma criança com
duas ou mais bolas de futebol ? se só com uma já faz a festa de todos envolvidos
em uma pelada de futebol, pra quer uma
criança com dezenas de carrinhos? muitas das vezes a própria mãe é o mal
exemplo pra quer 318 pares de sapatos?
se ela precisa no meu entendimento de no máximo três pares. Claro! O sistema
capitalista já percebeu isso a muito tempo, o desejo consumista do querer
sempre mais muitas das vezes sem poder das pessoas, é latente e eles fazem
propagandas massivas.
Os pais tendem a servir de modelo aos filhos, sendo fundamentais
na educação deles. Pais que só visam bens materiais e pouca afetividade, pois o
tempo se torna escasso para diálogos, brincadeiras, ler histórias com os
filhos. A compensação é com a aquisição de bens materiais, então os filhos de
hoje tendem a reproduzir esse modelo consumista, porém de forma ainda mais
elaborada que os comportamentos aprendidos com os pais, tornando-se um ser irresponsável.
As crianças escolhem o que
querem ganhar, porém os pais devem direcionar as escolhas, já que as opções são
variadas. Fazendo com que as compras sejam boas para eles e também para quem
vai pagar a conta. Na maioria das vezes, eles se contentam com qualquer coisa que
ganham, sem reclamar de nada e fazendo festa para tudo que recebem. No entanto
tem crianças que possui apego ao bem material e isso não é bom, os pais devem
exercitar e criar o hábito de doar brinquedos e roupas, que eles não utilizam
mais e isso deve ser com maior prazer, sem a criança contestar que gosta muito
daquele brinquedo que muita das vezes nem brinca mais.
É preciso conhecer as
crianças como seres humanos, apontando-lhes virtudes como pessoas e não como
detentores de bens, pois elas não nascem com essa necessidade material. Somos,
nós, adultos que lhes impomos tais necessidades que se tornam desejos fortes e
tiranizados, assim estamos produzindo uma geração de pessoas inseguras e que
necessitam de objetos para se tornarem seguras. É muito preocupante ouvir uma
criança de 5 ou mais anos dizer que se sente infeliz pois é ‘uma criança sem
tablet’,
Devemos saber dizer não. Deve
ser assertivo e sem culpa. Isso deve ser trabalhado desde a primeira infância,
pois o bebê não pode ser constituído como uma majestade, que não pode ser
contrariada senão vai chorar, mas como é pequeno as pessoas pensam que ele não
entende, o que é uma falsa ideia, pois desde cedo a criança precisa de regras.
As crianças são muito espertas, e dão bons lucros aos comerciantes e aos programas
de TV, olha a XUXA ai gente, olha o BEM 10, tem de tudo sapato, camiseta, creme
dental etc... todo cuidado é pouco.
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