domingo, 9 de dezembro de 2012

DICAS DO PAPAI NOEL VERDE


Já fiz muitas coisas, já fui chamado de tantas outras, umas elogiosas outras ofensivas. De tudo o que sempre me lembro e sou cobrado por muitas pessoas para continuar fazendo, é vestir-me de papai Noel, é muito prazeroso, mais cansei, não das crianças e sim de alguns pais, aos responsáveis das gurizadas que me reporto nesse momento natalício, é porque o corre- corre começou, o desespero de muitos em querer satisfazer a vontade de filhos e netos, acreditando que assim esta fazendo  o melhor.     

Os pais, temerosos de que seus filhos se frustrem, acabam atendendo seus pedidos, por vezes indo além do que o orçamento familiar permite. As pessoas têm comprado muito. Isso se deve a alguns fatores, como a grande variedade de produtos, preços acessíveis e facilidades de pagamento. Há uma preocupação de que está se formando uma geração de consumistas. Na verdade, essa geração já existe na figura dos pais. A maioria acredita que não possuir algo é estar numa posição abaixo do outro. Geralmente, o desejado é aquilo que o outro tem. A frustração faz parte da vida e o que chama atenção é que as gurizadas estão sempre querendo mais e nunca se satisfazem. Não quer dizer que eles não podem ser presenteados, mas sem exageros, pois as crianças precisam é de mais atenção, carinho e orientação dos pais do que de outras coisas. Obrigatoriamente, os responsáveis tem que por limites e fazer com que ela a criança passe a perceber que nem tudo pode querer ou ter.

No Natal, quando os pequenos fazem listas muitas vezes mirabolantes e os pais se endividam para atendê-los, acabam formando uma bola de neve, já que no início do ano eles querem mochilas e lancheiras de super-heróis e outros itens de material escolar, conheço caso em que o pai teve que vender um carro por que a mãe extrapolou o limite do cartão em compras compusivas, era um tal de: “EU QUERO”.

Tem pais que  trabalham  bastante para atender às demandas do "ter" e esquecem a importância do "ser". "Como esses pais estão muito ocupados, inseridos no mundo do trabalho exageradamente, tendem a sentir culpados, assim buscam compensar a ausência de estar perto dos filhos  comprando bens materiais e estimulando a falsa ideia de que tudo pode, esquecendo de impor limites, e as crianças não são “bestas” elas percebem isso e fazem chantagem emocional, muitas das vezes até mesmo a mulher ou o marido usam desse artificio para chantagear o outro, claro assim no bom sentido, e isso não é bom para a constituição saudável da personalidade humana.

Os pais precisam dialogar com os filhos e explicar a diferença entre necessidade e desejo, formando pessoas conscientes e maduras e não consumistas e tiranas. O dialogo tem que ser permanente de preferencia todos os dias até que ele amadureça e perceba que realmente a realidade do mundo é diferente do virtual que ela costuma  ver nos diversos meios de comunicação.

O medo de decepcionar os filhos ou perder o amor deles, muitas vezes leva os pais a ações exageradas, desmedidas e beirando o desespero para atender aos pedidos destes filhos, formando uma geração de pessoas muitas das vezes intolerantes à frustração, pois a falta de equilíbrio na gratificação e na frustração tendem a deformar a personalidade, tudo em excesso ou falta se torna nocivo ao ser humano.

            O querer do sempre mais da criança, deve ter um limite, vejamos: pra quer uma criança com duas ou mais bolas de futebol ? se só com uma já faz a festa de todos envolvidos em uma pelada de futebol,  pra quer uma criança com dezenas de carrinhos? muitas das vezes a própria mãe é o mal exemplo pra quer  318 pares de sapatos? se ela precisa no meu entendimento de no máximo três pares. Claro! O sistema capitalista já percebeu isso a muito tempo, o desejo consumista do querer sempre mais muitas das vezes sem poder das pessoas, é latente e eles fazem propagandas massivas.    

Os pais tendem a servir de modelo aos filhos, sendo fundamentais na educação deles. Pais que só visam bens materiais e pouca afetividade, pois o tempo se torna escasso para diálogos, brincadeiras, ler histórias com os filhos. A compensação é com a aquisição de bens materiais, então os filhos de hoje tendem a reproduzir esse modelo consumista, porém de forma ainda mais elaborada que os comportamentos aprendidos com os pais, tornando-se um ser irresponsável.

As crianças escolhem o que querem ganhar, porém os pais devem direcionar as escolhas, já que as opções são variadas. Fazendo com que as compras sejam boas para eles e também para quem vai pagar a conta. Na maioria das vezes, eles se contentam com qualquer coisa que ganham, sem reclamar de nada e fazendo festa para tudo que recebem. No entanto tem crianças que possui apego ao bem material e isso não é bom, os pais devem exercitar e criar o hábito de doar brinquedos e roupas, que eles não utilizam mais e isso deve ser com maior prazer, sem a criança contestar que gosta muito daquele brinquedo que muita das vezes nem brinca mais.

É preciso conhecer as crianças como seres humanos, apontando-lhes virtudes como pessoas e não como detentores de bens, pois elas não nascem com essa necessidade material. Somos, nós, adultos que lhes impomos tais necessidades que se tornam desejos fortes e tiranizados, assim estamos produzindo uma geração de pessoas inseguras e que necessitam de objetos para se tornarem seguras. É muito preocupante ouvir uma criança de 5 ou mais anos dizer que se sente infeliz pois é ‘uma criança sem tablet’,

Devemos saber dizer não. Deve ser assertivo e sem culpa. Isso deve ser trabalhado desde a primeira infância, pois o bebê não pode ser constituído como uma majestade, que não pode ser contrariada senão vai chorar, mas como é pequeno as pessoas pensam que ele não entende, o que é uma falsa ideia, pois desde cedo a criança precisa de regras. As crianças são muito espertas, e dão bons lucros aos comerciantes e aos programas de TV, olha a XUXA ai gente, olha o BEM 10, tem de tudo sapato, camiseta, creme dental etc... todo cuidado é pouco.

 

 

 

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