domingo, 4 de agosto de 2013

NESTE PAIS, NEM AS VIRGENS SÃO INGÊNUAS.

Muito se tem falado sobre a possibilidade de as recentes manifestações terem sido “compradas” ou estimuladas por pessoas ligadas ao governo.
Foi detectado em Brasília, por exemplo, que assessores de diversos ministérios do Governo Dilma participaram das manifestações. Não se sabe se contra ou a favor aos interesses do governo.
No Rio, circulou um vídeo no qual aparece um possível integrante da PM infiltrado como manifestante. Esses são os conhecidos homens de inteligência ou simplesmente P-2.
Aqui não vou entrar no mérito desses fatos porque não possuo dados que assegurem a veracidade dos mesmos, além do que, para a análise que pretendo fazer, não convém enveredar por esse caminho. Seguirei outro azimute.
Parto do princípio de que é conveniente a quem é questionado publicamente, que o instrumento de contestação seja desacreditado, quer pelos seus fins, pessoas ou métodos utilizados. Como, no caso das recentes manifestações no Brasil, as pessoas são legítimas, e os fins, a primeira vista, são justíssimos, restou àqueles que “estão na berlinda” questionar o MODUS OPERANDI dos manifestantes, para desqualificar as suas práticas reivindicatórias.
Se esta premissa faz algum sentido, há de se supor que a violência que ocorre durante as manifestações é extremamente benéfica aos questionados, ou seja, aos detentores do poder administrativo e político no Brasil.
Ora, nesse diapasão, permito-me inferir duas outras possibilidades: ou o governo promove os atos de violência e vandalismo, que lhe convém; ou não os reprime para deles extrair inúmeros dividendos.
Mas qual a origem desta inferência? De o próprio aparato policial que o Estado possui. Sabe-se que não são poucos os recursos humanos e tecnológicos que os órgãos de segurança dispõem para controlar e reprimir as mais diversas práticas ilegais perpetradas pelos cidadãos brasileiros, desde que, é claro, lhes convenha.
O Governo possui, a seu dispor, desde tropas especializadas em controle de distúrbios civis, até os instrumentos tecnológicos mais avançados no campo da inteligência policial. Existem, por exemplo, câmeras de vigilância espalhadas pela cidade, filmadoras pessoais de diversos tipos, equipamentos para escuta telefônica, programas para combate a crimes cibernéticos, e outras “geringonças” para monitorar os passos do mais humilde pároco da República.    
Por outro lado, como as manifestações não são virtuais, mas presenciais, qualquer sujeito despreparado, com uma câmera amadora nas mãos, é capaz de registrar com certa eficiência os fatos e até identificar aqueles que praticam atos incivis no decorrer dos acontecimentos. Se isto faz algum sentido, então por que as “otoridades” não se empenham em combater aqueles que ultrapassam os limites da legalidade durante esses atos populares em solo tupiniquim?
É lógico que quando alguém não faz aquilo que é possível e que, ao mesmo tempo, é o seu dever de ofício, assim procede por um único e definitivo motivo: a sua omissão lhe é extremamente conveniente.
Portanto, concluo que assim como as manifestações em discussão não surgiram naturalmente, mas são obras de mentes maquiavélicas e insatisfeitas; a não repressão dos atos de violência que ocorrem durante esses eventos, pelos órgãos governamentais, são parte de uma estratégia bem calculada para desqualificar as reivindicações justas e legítimas dos cidadãos.

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