quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DIÁSPORA I e II na Grécia Antiga

Ao meu neto GABRIEL, que encontra-se na fase de aprendizado na iniciação a História da humanidade, e sempre atento a novas palavras achou interessante "DIÁSPORA".

Vamos começar com a própria excessia da palavra DIÁSPORA = di.ás.po.ra é feminino/Do grego diasporá/ dispersão de um povo/dispersão do povo judeu ocorrida após o século I.

A primeira diáspora grega ocorreu devido a invasão dos Dórios na região da Grécia, claro estamos falando da Grécia Antiga, pois sabemos que a formação do império grego, foram os Dórios, jônios/Euolios/Aqueus e outros grupos nomades. Os dórios impuseram um violento domínio sobre a região, causando não só o fim da civilização micênica como também o deslocamento de grupos humanos da Grécia continental (jônios, eólios) para as ilhas do mar Egeu e o litoral da Ásia menor, no período pré-homérico da história grega.

O período Pré-Homérico foi marcado pelas invasões arianas (povos indo-europeus). Os primeiros a ocuparem a Hélade, foram os Aqueus, invadiram a ilha de Creta,destruindo a sua civilizacao e fundando a cidade de Micenas, porém absorveram sua cultura,dando origem à civilização creto-micênica. Formaram-se neste período, por causa da sedentariazação os primeiros núcleos urbanos (Tirinto, Argos e Micenas), nos quais Micenas se tranformou no principal centro político, econômico e cultural dos Aqueus. Os segundos a ocuparem a Grécia foram os Jônios e os Eólios, os quais, sem conflito algum com os povos já instalados, integraram-se. Ao mesmo tempo, Micenas mantinha um intenso intercâmbio com Creta, dando origem assim, à cultura creto-micênica.

O contacto dos Aqueus com os Cretenses (que dominavam todo o mar Egeu), possibilitou que os Aqueus desenvolvessem novas técnicas agrícolas e navais. Enfim, os Aqueus superaram os Cretenses, conquistaram Cnossos e destruíram parte de sua sociedade; com isto os Aqueus expandiram suas atividades comerciais e de pirataria pelo mar mediterrâneo oriental. Com o domínio da cidade de Tróia, Micenas passou a controlar o tráfico marítmo na região da Ásia Menor (talassocracia = dominio dos mares, controle comercial).

Enquanto a sociedade Micênica se expandia pela Ásia, os terceiros (e últimos) a ocuparem a Grécia, foram os Dórios. Eles arrasaram a Hélade e provocaram a dispersão da população tanto para o interior do continente quanto para a Ásia Menor e outras regiões do Mediterrâneo, favorecendo a formação de várias colônias Gregas. Todo este processo de dispersão populacional e colonização, denomina-se Primeira Diáspora Grega.

Já a segunda Diáspora Grega ocorreu devido ao aumento populacional das Comunidades Gentílicas, lembra gentileza, aqueles simples atos de ofertar algo que tenha de diferente dividir, repartir com seus parentes ou vizinhos. A chegada dos dórios provocou um retrocesso na organização política e social. Desta maneira, esse período foi marcado pelo aparecimento de comunidades gentílicas ou genos.

O genos era uma comunidade formada por um grupo de pessoas aparentadas por laços sanguíneos e descendentes de um mesmo antepassado. A sociedade era igualitária, e se caracterizava pela inexistência das classes sociais. A autoridade política era exercida pelo pater, o mais velho dos membros dos genos. Ao fim do período homérico, devido ao crescimento demográfico e a escassez de terras férteis, as terras coletivas foram divididas pelo pater, surgindo assim a propriedade privada da terra e as classes sociais. O surgimento da propriedade privada contribuiu para o aparecimento de uma poderosa aristocracia rural, de pequenos proprietários de terra e a uma maioria de despossuídos.

Ao mesmo tempo, ocorria entre os genos constantes lutas, e devido a necessidade de defesa, os genos se uniram formando uma fatria, que deram origem as tribos, e posteriormente, a pólis ou cidade-estado, as quais formavam o Império grego e tinham autonomia administrativa própria.

Devido as constantes batalhas e conflitos de toda ordem entre as pólis, ensejou a invasão da Grécia por outros povos.

Com a concentração de terras nas mãos de uma pequena parcela da sociedade, os despossuídos da propriedade de terra deixaram a Grécia e partiram em busca de terras, fundando com isso colônias no Mar mediterrâneo e no Mar Negro

Como o solo era pobre para o plantio e o sistema gentílico não tinha ao menos um governo para controlar tantas pessoas (alguns genos chegaram à casa dos milhares), foi necessário um processo de emigração para outras regiões, em especial as que hoje constituem o sul da Espanha e o oeste da Itália.

A solução durou pouco tempo. O crescimento populacional não parou, e elevar a imigração levaria à invasão de territórios de outros povos, ocasionando guerras e perseguições.

Por volta do século VIII a.C., surgiu como solução a posse privada de terras para controlar a sociedade, além da formação de cidades-Estados, denominadas Pólis e assim a Magna-Grécia.

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