Há alguns anos, meu primeiro professor na UFPA NAILSON, em breve conversa
me aconselhou “quer sentir os pulsos e sentir a história da humanidade” vá a GRÉCIA
antes de morrer, e no decorrer da conversa comentávamos a respeito das torres gêmeas
em NOVA YORK, ele disse: Um grande filosofo já dizia a seguinte frase grafada
em latim: Homo sum: nihil humani a me alienum puto, seguida da
tradução:Sou homem: nada do que é humano me é estranho. A frase é de
autoria de Publio Terêncio Afro, dramaturgo e poeta romano, nascido entre
195-185 a.C. e falecido por volta de 159 a.C., que a escreveu na obra
intitulada Heaautontimorumenos. Dentre os muitos escritores que ao
longo dos séculos citaram a frase o autor do texto que eu li destacava Machado
de Assis, que, segundo afirmou, tinha por ela uma predileção toda especial,
fazendo uso dela mais de uma vez.
Bem, o fato é que desde aquela conversa nunca me esqueci de NAILSON, ele
já não esta entre nós. Essa é uma
daquelas frases que, uma vez dela tendo tomado conhecimento, logo a
transformamos em máxima de vida. Gosto dela por suas muitas implicações
filosóficas.
Enquanto humanos, somos todos muito semelhantes, o que leva a concluir
que nada do que aconteça a qualquer pessoa, por mais distante ou estranha
a mim que ela seja, deve ser sentido como se a mim próprio acontecesse, pois
estamos todos irmanados pelo puro e simples fato de pertencermos à
espécie humana. A consequência natural dessa conclusão é o despertar de uma
compaixão natural por todas as pessoas, e/ou a maldade humano aflorando até
mesmo contra seu próprio sangue, de onde
a pessoa se coloca em pedestal e passam
a bravejar a quem lhe é mais próximo, sem motivo nenhum, o que posso fazer? .
Analiso da seguinte forma trata-se da constatação de que, sendo humano,
nada do que aconteça a qualquer ser humano deve me surpreender, pois o mesmo
poderia perfeitamente suceder a mim próprio. Refiro-me a atos porventura
cometidos. Quanto a isso, nunca poderemos ter certeza absoluta de que, dadas
determinadas circunstâncias oportunas e
necessárias, não fosse qualquer um de nós capaz de cometer atos desde os mais
heroicos até os mais vis e deploráveis.
Em cada um de nós habita, simultaneamente, um herói e um vilão, ambos
prontos para entrar em ação tão logo as circunstâncias o exijam. Ninguém se
jacte de ter controle absoluto sobre si mesmo e seus atos. Com isso quero dizer que eu mesmo, em algum
momento perco o controle de minhas atitudes, às vezes grosseiras. Mesmo por
mais autocontrole que eu e/ou qualquer humano possa ter, sempre iremos ferir,
ofender a quem esta mais próxima da gente.
Por isso, assumo como princípio não me deixar surpreender por ato algum
emanado de qualquer ser humano, uma vez que eu próprio não posso me julgar absolutamente
imune à possibilidade de proceder de maneira semelhante.
Seu ato brutal me tirou o sono.
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