quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CORONÉIS DA POLÍCIA MILITAR CAIRAM NA MERDA E NA LAMA

RIO — Quatro coronéis da Polícia Militar foram exonerados, nesta quarta-feira, de seus cargos na área de saúde por conta de possíveis irregularidades na aquisição de material para hospitais da corporação. Além de uma investigação interna da PM, o Ministério Público (MP-RJ) estadual, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), está investigando os contratos de compra de produtos. Foram afastados de seus cargos, no Hospital da Polícia Militar de Niterói, os coronéis Kléber dos Santos Martins, da Diretoria Geral de Administração e Finanças (DGAF); Alberto Alves Borges, da Diretoria Geral de Saúde (DGS); e Sérgio Sardinha, diretor da unidade. O coronel Armando Porto Carreiro de Souza, diretor do Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, também foi afastado. Os quatro vão passar a cumprir expediente na Diretoria Geral de Pessoal, considerada a “geladeira” da corporação.
Em nota, a Polícia Militar informou que a “decisão do comando da corporação foi pelo afastamento dos oficiais até a conclusão do Inquérito Policial-Militar já aberto visando a dar maior transparência nas apurações”. A PM comunicou ainda que, por enquanto, não dará mais informações a respeito das investigações. O Ministério Público estadual, por sua vez, confirmou que há uma apuração, que segue sob segredo da Justiça.
ROMBO DE R$ 11 MILHÕES
De acordo com a denúncia do MP, entre os contratos investigados está a compra de 13.720 aventais com dinheiro do Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom) para o Hospital da PM em Niterói. Mas 9.620 peças teriam desaparecido. Outro contrato sob suspeita foi para a compra de 75 mil litros de ácido peracético para o Hospital Geral da PM, nunca entregues. Nos dois casos, o volume contratado também foi considerado muito acima do necessário para abastecer uma única unidade de saúde. Um hospital de grande porte, por exemplo, consome cerca de 700 aventais por ano. No caso do ácido, seriam necessários cinco caminhões-pipas para armazenar o material. A estimativa é de que o rombo no Fuspom chegue a R$ 11 milhões.
O Fuspom recebe recursos de toda a tropa da Polícia Militar, que, por sua vez, tem direito a utilizar as duas unidades hospitalares, além de quatro policlínicas, uma odontoclínica e uma rede de clínicas credenciadas. Além do desconto feito na folha de pagamento dos PMs, o Fuspom recebe repasses do estado e da União. A investigação começou quando o ex-gestor do fundo Décio Almeida da Silva foi exonerado, em setembro. Foi aberta uma sindicância interna para apurar se havia irregularidades e, como foram detectados indícios de crime, a PM abriu um Inquérito Policial-Militar.

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