O médico e escritor Roberto Shinyashiki relatou estes dias no Facebook o
seguinte: "Estou em um hospital de primeira linha após um problema na perna.
Fico impressionado com a desumanização do atendimento hospitalar. Em um momento
de fragilidade, é muito raro alguém que nos olhe nos olhos e converse com
respeito e atenção. Se isso acontece com um médico respeitado como sou, imagino
como esta o atendimento nos hospitais públicos. Queremos mais
humanidade...
Sabe o que é isso? Falta de amor pela profissão e interesse pelo próximo.
Está cada vez mais difícil encontrar alguém que trabalhe por paixão. A maioria
só quer saber do salário e está pouco se lixando com as pessoas que lida
diariamente. Onde foi parar o amor ao próximo? Cadê o respeito? Essa falta de
carinho não é exclusiva da medicina, mas sim de todas as profissões. Há médicos,
professores, advogados, jornalistas, autoridades e outros profissionais que
estão nem ai com as pessoas que trabalham. Elas que morram.
Até no relacionamento de diversos casais o amor está esfriando. A rotina do
trabalho não deixa tempo para almoçarem juntos, e mesmo quando estão em casa
cada um fica no seu computador. Saudades do "Oi, tudo bem?" "Como você está?"
"Posso te ajudar?" "O que aconteceu?". Vejo o ser humano se fechar como uma
ostra. Não é a toa que as ligações para o Centro de Valorização à Vida (CVV) têm disparado em algumas cidades, com pessoas angustiadas e
depressivas precisando de alguém para conversar.
Antigamente era comum a vizinhança se conhecer, cumprimentar e conversar na
varanda de casa. Já hoje, nem sabemos quem é a pessoa que mora na porta da
frente do nosso apartamento. O tempo passou e, com ele, ganhamos agilidade nas
tarefas diárias por conta da tecnologia. Em compensação, perdemos o contato com
as pessoas e nos tornamos "sentimentalmente frios". As máquinas sem vida
ganharam tanto espaço na sociedade parecendo que, também, substituíram o nosso
coração. Cada um se importa só com o seu umbigo e o restante que foda-se.
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