sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

COISAS DO CORAÇÃO

Medicamentos vão ajudar pacientes que sofreram infarto

O Ministério da Saúde anunciou que vai investir, a partir de janeiro do próximo ano, cerca de R$ 35 milhões anuais na compra de quatro diferentes medicamentos utilizados no tratamento de pacientes cardíacos para disponibilizá-los no Sistema Único de Saúde (SUS): tenecteplase, alteplase, clopidogrel e troponina. A justificativa do Governo é possibilitar diagnóstico, cuidado e prevenção de pacientes que sofrem de infarto agudo do miocárdio. No entanto, o presidente da Sociedade Paraense de Cardiologia - entidade que, durante toda a sexta, ministra treinamento no Hospital de Clínicas "Gaspar Vianna" sobre diagnóstico e tratamento precoce do infarto -, Kleber Ponzi, afirma que a administração das drogas citadas será eficiente, de fato, apenas na contenção de danos ao coração infartado. Para garantir a eficácia, a incorporação dos medicamentos será acompanhada da implantação de novo protocolo clínico para síndromes coronarianas agudas, além da expansão da rede de atendimento com a criação de 150 leitos específicos para estes pacientes. De acordo com dados do Ministério, em 2009 foram 319 mil mortes no Brasil ligadas a problemas cardíacos.

"De fato, o que mais se modifica não é a prevenção, que continua depedendo muito mais do controle dos fatores de risco, como não fumar, dieta pobre em colesterol e sem excesso de sal ou de açucar, prática de atividade física e controle do diabetes e da pressão alta", explica Ponzi. "Esses medicamentos vão ajudar a evitar, na verdade, as complicações do infarto. Alteplase e tenecteplase podem ser administradas muito precocemente na vigência do infarto, inclusive em ambiente pré-hospitalar, pela equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), desobstruindo a artéria entupida pela placa de gordura e salvando o músculo cardíaco de um dano maior. Quanto mais cedo a aplicação endovenosa dessas medicações após o infarto, menor será o dano ao coração", detalha.

O médico acredita que a utilização desses remédio é perfeitamente possível no SUS no Pará. "O fundamental, e não só no Pará mas como em todo o país, é que haja adequado treinamento da equipe de urgência para o correto e precoce diagnóstico das síndromes coronarianas agudas, que incluem o infarto agudo do miocárdio e a angina instável, popularmente conhecida como ‘princípio de infarto’. A educação continuada dessas equipes de urgência é tão importante quanto os repasses financeiros", avisa.

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